4.10.10

Iº Trail Terras do Grande Lago - I Parte*

Quando alguém me disser que o Alentejo é plano, digo-lhe para fazer o "Trail das Terras do Grande Lago" e ele muda logo de opinião. Há provas que muitas vezes não sabemos como começar a escrevê-las, se o reencontro de amigos, se colocámos fotografias e elas valem bem mil palavras, se esmiuçámos a prova dando umas pinceladas sobre a sua dureza, o desânimo, o ranger de dentes e seguir em frente quando o corpo já não tem mais para dar. Não terá? Desde que me lancei nesta aventura de Trails e Raids descobri que, afinal, a resistência humana quase que não tem limites. O melhor é contar um pouco de tudo.

Chegado no Sábado a Portel, onde já se tinha marcado a pernoita, há que levantar o dorsal e cumprimentar os amigos especialmente o “Pára que não pára” que mesmo depois de ter retirado o que no corpo não fazia falta, ali estava cumprindo o prometido, de ir correr ao Alqueva. Reparei que o Eduardo Santos (um dos responsáveis da prova) se encontrava numa mesa reunido com o “staff” da organização. A distância da prova, devido a época de caça ter sofrido alteração na sua abertura, tinha sido alterada de 34 km para 36,250 km por causa das passagens, inicialmente previstas, estarem encerradas por serem zonas de caça.
Foto tirada durante a prova a este grupo de caçadores
Há que conhecer Portel. Vila pacata, tem como “ex-libris”, o Castelo e a Igreja Matriz. No Largo da Câmara, a estátua equestre de D. Nuno Álvares Pereira, da autoria de Francisco e António Charneca, domina o local.
Quem iria encontrar nestas andanças? O grande amigo Luís Mota, que com a Susan e a filha Mariana, também se iam inteirando do que Portel tinha para nos oferecer e como o Luís transpira atletismo por todos os poros, logo ali se falou da prova e das nuances que a mesma poderia oferecer. Como sempre o Luís, um fantástico atleta, tinha como objectivo alcançar os 1ºs lugares, o que veio a acontecer, ganhou a prova e ganhando a prova ganhou o escalão. Parabéns Luís, és um Campeão.

Luis Mota a acabar a prova. Foto Isabel Almeida
A noite vai caindo e recebo uma mensagem do Vítor Veloso que, para além de outras coisas, me informa que estava prevista chuva para o dia seguinte.

Depois do jantar há que recolher aos aposentos e infelizmente há sempre algo ou alguém que não respeita o sono e, às tantas da noite, era um vozeirão, gargalhadas e gritos de homens e mulheres que pela calada não têm mais nada que fazer do que vir, numa vila tão pacata, incomodar quem precisa de descansar para que Portel seja mais conhecida nem que seja através de uma corrida.

Demorou algum tempo a calarem-se as vozes e os gritinhos histéricos e pude então, finalmente dormir. Continua

10 comentários:

Jorge Branco disse...

Não se faz esta “coisa” de “postar em folhetins! Fica-se na expectava do próximo capitulo!
Caçadores também são sempre determinantes nos meus treinos longos de fim de semana e na escolha dos percursos pois não quero ser confundido com caça grossa!

.JOSÉ LOPES disse...

Boa noite Mário

Esta foi uma prova que além da dureza do percurso e da distância (37km) ainda havia a possibilidade de ser atingido com os chumbos dos caçadores.
Mas correu tudo bem é o que interessa e mais uma vez, uma meta atravessada.

Aguardo pelos próximos episódios desta Corrida/raid

com os cumps
J.Lopes

ana paula pinto disse...

Como sempre, um fundo musical expressivo e adequado(íssimo) aos momentos que se viveram em Portel. (beautiful sunday)

Uma prova fantástica! Adorei.
Efectivamente, mudamos de opinião quanto à "planura" alentejana...

Foi um prazer estar convosco.

luis mota disse...

Olá Mário!
Vocês são tramados. Foi o Joaquim, o Vítor e agora o meu grande amigo. Obrigado!
Aproveito para o felicitar por mais este desafio bem superado.
Esta foi uma prova com tanta coisa boa. A família e os amigos em convívio, numa excelente corrida. É daqueles dias que fica guardado para sempre.
Grande abraço,
Luís mota

Vitor disse...

Olá amigo,

Como a vida dá voltas, para quem corre a tantos anos desde que experimentou Trails e Raids, não quere outra coisa, alias já somos dois aficionados por estas provas.

O Mário como sempre esteve altura do acontecimento ultrapassando as adversidades da prova, do princípio ao fim com um largo sorriso incentivando tudo e todos, adoro estar perto de si.

Essa tua ponta final de prova foi emocionante, foi serrar os dentes e bater com os calcanhares no "rabo" ate cortar a meta, a frente do "adversário" directo.

Enorme tristeza não tenho a tua companhia para Moita.
Boa prova para aeroporto, o local da concentração e onde estou a trabalhar, edfº134.

Grande abraço
Vitor e Familia

Anónimo disse...

Grande Mário, sempre uma festa estar contigo, pena não terem estado presentes no almoço mas tens a FC justificada, agora a FC na Moita vamos ver...
Venha lá o resto da história...para já sabemos que tem final feliz.
Abraço companheiro.
Teu amigo corredor (e suas meninas).

amantes da corrida disse...

Olá meu caro amigo Mário,

Mais outra excelente jornada em terras alentejanas na agradável companhia de tão ilustres amigos

Fico a aguardar pelo restante relato, mas desde já envio-lhe um duplo e forte abraço!

joaquim adelino disse...

Grande prova meu amigo, eu sabia que aquele à vontade a tirar fotos a meio do percurso era para me desconcentrares, e o certo é que conseguiste, e ainda bem porque o momento foi selado com um bom abraço, venham muitos assim por causas iguais.
Agora espero pelo resto mas no que me diz respeito não batas muito, hehehe.
Abraço

Fernando Andrade. disse...

Saído do Alqueva p’ra Portel
Transpondo tanto monte ignorado
Fugiu ao Pára, partiu-lhe o “cordel”
Para que nunca mais fosse alcançado.
Mas viu ameaçada a sua “pele”
Quando viu que podia ser “caçado”
Não p’lo Pára, amigo que eu admiro,
Mas p’lo risco de levar mesmo um tiro.

BritoRunner disse...

Então e a segunda parte...