17.6.11

Sapatos de Corrida


Saber o que é ser pronador, neutro ou supinador, basta olharem para o sapato de passeio que utilizam frequentemente. Se o gasto do tacão for muito GRANDE do lado de fora será por certo um pronador, se o gasto do tacão for do lado de dentro é supinador, se o gasto é mínimo é neutro (as imagens são elucidativas).

É importante saber que tipo de pé temos, para comprar o sapato adequado.
O sapato deve ser sempre comprado ao fim do dia e nunca pouco depois de se levantar. Durante o andar o pé aumenta de volume e é esse aumento de volume que vai ocasionar as tais lesões nos pés, como unhas negras, bolhas de água ou de sangue, caso compremos sapatos em alturas inadequadas.

Depois de escolhido o modelo (não vale ser o último “grito” da moda, muitas vezes são caros e o efeito é nulo), há que calçar os dois sapatos, chegar o pé à frente de forma que toque na frente do sapato (que toque e não que dobre os dedos dos pés. Atenção às meias, se escolher um sapato com meias finas serão SEMPRE estas meias a utilizar e não meias grossas. É que a grossura da meia também faz a diferença na escolha do sapato). Encostado o pé à frente, colocámos o dedo indicador entre o calcanhar e o contra-forte atrás. Se o dedo entrar bem (não muito folgado, nem muito justo) é o sapato ideal (atenção que tem que ser o mesmo nos dois pés, pois os nossos pés também diferem um do outro).

O sapato terá que se “fazer” ao pé. Não é comprar hoje e correr com eles amanhã. Tem que ter uma rodagem de cerca de um mês para que o pé se habitue às características do sapato e o inverso também.

Para quem não é corredor tipo profissional, o melhor sapato a comprar é o MISTO, tanto dá para treinos como para corridas. Utilizei diversos tipos de sapatos para provas e para treinos, agora utilizo estes, o meu tempo de glória já passou.

Nunca se deve lavar os sapatos de corrida na máquina de lavar, devem sempre ser lavados à mão com água tépida e sabão azul e branco. Nunca devem ser secos nem na máquina de secar nem ao sol, sempre à sombra. O mesmo para as meias próprias para correr.

Até Breve!

13.6.11

Mini-Trail Sesimbra*


Confesso que gosto da malta que organiza estas provas de trilhos. Já o disse aqui e volto a reafirmar. É necessário espírito de aventura para andar em serras e montanhas procurando caminhos e escolher os percursos por onde irá desenrolar a prova. Depois cabe a nós ‘trailianos’ terminá-la ou não. Tudo depende do nosso espírito de sacrifício.

Como penso que não tenho preparação adequada para fazer 50 km resolvi participar nos mini-trilhos com cerca de 20 km.

Acredito que há alturas que tudo pode correr mal a uma Organização. Por mais que tentem não conseguem acudir a todos os ‘fogos’ quando os mesmos estão distantes uns dos outros e o pessoal é pouco. Mas não são só os da Organização que falham, há corredores que de corredores têm muito pouco, ou eu sou um lírico quando acredito nas pessoas e penso que todas as pessoas deveriam ser leais em competição.

É inconcebível o que aconteceu no domingo. Aquilo é uma falta de respeito para quem faz a prova na sua totalidade. Como conhecedores da zona, cortam caminho e aparecem ao lado de quem vai à frente vindos do nada. Sei que isso aconteceu no Ultra Trail.

Um dos fatores que me dei conta do que estava a acontecer foi num local em que todos nós paramos pois não sabíamos por onde ir.

Aqui parados sem saber que caminho seguir. Foto:Mário Lima

Iríamos de novo em direção à Pedreira? Havia uma seta que indiciava isso, mas estaria correta? Por ali já tínhamos passado na ida. Para baixo não podia ser pois até à meta seriam perto de 3 km e ainda nos faltavam uns seis para fazer os 20 km. A maioria encaminhou-se para uma estrada lateral, disse que não devia ser por ali pois não haviam fitas, mas alguns sabiam que ali ia ter ao Castelo e seguiram caminho. Outros vi, que escapuliram pela encosta abaixo em direção à meta sem irem ao Castelo de Sesimbra. Tento ligar ao Eduardo mas não havia rede na zona. E neste impasse chega a Margarida que me diz que tínhamos que ir de novo à Pedreira e apanhar o trilho para o castelo. Foram chamados os que iam pelo caminho errado, uns vieram para trás e tomámos o rumo certo. Nesse momento sucedeu algo inexplicável, que só pode dizer que há momentos que acontecem porque têm que acontecer e não há explicação plausível. Quando começamos a subir ouço uma voz a perguntar quem tinha água. Depois ouço: «Vou pedir aqui ao Mário». Olho para trás e vejo o grande Amigo Luís Mota. Não tinha havido o abastecimento aos 40 km e ele estava sequioso. Bebeu da minha ‘limonada’ caseira, foi um prazer ver este Amigo subir naquele seu ritmo e cada vez era mais um pontinho no horizonte. Parabéns Luís pelo teu 1º lugar, és um grande Campeão!

O Luís Mota mesmo no alto da subida, mal se vê pois tem equipamento escuro. Foto:Mário Lima

Depois encontramos locais sem fitas. Os caminheiros diziam que era por ali, e o nosso grupo por ali foi. Ouvimos pessoal em cima e era outro grupo que ia na estrada enquanto nós íamos por silvas e matagais. Vejo o Carlos Fonseca com fitas na mão. Pelo seu ar verifiquei que algo mais tinha acontecido. Alguém tinha retirado as fitas. Assim não há Organização que aguente. Foi vista uma senhora a retirar fitas e colocá-las num poste de iluminação. Outra retirou as fitas já a seguir ao Castelo pois disse que não tinha dado autorização para que a prova passasse pelos terrenos dela (já estava na meta quando isso foi contado pelo Renato Cruz ao Eduardo. Lá vai ele serra acima tentar resolver o problema).

Haviam pontos de controlo nos abastecimentos, aos que prevaricaram e não fizeram todo o percurso, que sejam retirados das classificações e que o ‘Mundo da Corrida’ não os aceite em futuras provas. São batoteiros, não respeitaram os companheiros que fizeram a prova toda, com muito suor e sangue pois havia quem estivesse todo esfolado (a Analice é prova disso) por terem caído em locais que, se calhar, os tais batoteiros não passaram.

A prova é dura. Mesmo os mini trilhos foram duros. Terreno com declive acentuado, onde os ténis não conseguiam agarrar o terreno tão deslizante este estava. E não havia nada onde segurar a não serem umas silvas que era o que havia para não ir por ali abaixo. Ali faziam falta umas cordas.

Começo da descida perigosa, mas vejam a maravilha do local. Foto:Mário Lima


Tive esfoladelas e arranhões, três aparatosas quedas nesse trilho, depois saibro solto…

Esta foto tirei-a, estava no chão, depois de mais uma queda. Foto:Mário Lima

… e uma subida de puro montanhismo. Para quem diz que há uma ‘parede’ na prova do Guincho veja esta imagem e tire as conclusões devidas. Aquilo ao pé disto não é nada.

Subir de 'gatas'. Foto:Mário Lima

A caminho do Castelo, num trilho estreito, passaram tipos de BTT que, à velocidade que iam, se têm o azar de bater num de nós era certo e sabido que alguém estaria no hospital a esta hora. Passaram na gáspea e depois pararam num largo no fundo do trilho. Vamos lá perceber a pressa que estes fulanos tinham para nos colocarem em risco.

Foi na companhia da Ana Pipio, Eunice Guerreiro e Rosa Maria Afonso que fiz quase a totalidade da prova. Para elas o meu Obrigado pela entreajuda que houve.

Trio Maravilha. Foto:Mário Lima

Relativamente ao que aconteceu no final também é merecedor de reparos. Houve quem da mini tivesse tido direito à placa comemorativa do evento, todos nós que acabámos nessa altura a recebemos (mesmo que se dissesse que lá estava 1º Ultra Trail, foi-nos referido que podíamos levar na mesma), assim como a foto da chegada. A foto foi-nos tirada independentemente de ser da Ultra ou da Mini. Mas sei que nem todos da Mini tiveram a placa (foi-lhes dito que não chegavam para os da Ultra, mas se não chegavam não davam aos da Mini) assim como foi recusada tirarem a foto a quem chegou antes de nós. Está mal!

Há uma coisa que quero aqui realçar, as paisagens maravilhosas! Obrigado a quem nos oferece provas assim. Retificar o que está mal, mas que nunca desanimem. Vejam o vídeo pois correr e descer aqueles trilhos, subir falésias com a máquina fotográfica na mão, requer um grande esforço, mas o meu prazer é enorme em saber que vocês irão gostar das fotos que tirei.

7.6.11

Corrida do Oriente 2011

Estava um calor abrasador. O Pára, à sombra da 'azinheira', tirou-me a foto da ordem.

Foto:Joaquim Adelino

A Susana mais o seu pimpolho, marcaram presença. Corredores deambulavam por ali num encontro de amigos, num apertar de mãos.

Devido a atrasos diversos o início da prova foi alterada para as 10h15' quando o previsto era às 10h.

Fábio Dias e Hamilton, o José Melo, Henriqueta, Jorge, Hugo Adelino, João Melo e tantos mais aqueciam ou resguardavam-se da canícula (Filipe Fidalgo em aquecimento na longa fila para levantar o peitoral). O amigo Vitor Moreira permanecia à sombra da árvore (soube depois que tinha uma hemorrogia nasal, talvez devido ao calor). Só no fim é que vi que também estavam os amigos João Lima e José Lopes presentes.

Muita gente, mais que nas edições anteriores. Dado o tiro da partida foi o tentar desenvencilhar-me de tantos que estavam há frente que em vez de correr já iam a andar. Cansei-me de fazer zig-zag. Ao fim de dois km já estava saturado.

Aqui com Fernando Siva, o "Mister". Foto:Joaquim Adelino

Ao fim de 5 km perguntava a mim mesmo o que fazia ali e ao fim de 10 km estava estourado.

Aqui com o Hamilton Dias. Mão na cintura significa extremo cansaço. Foto: Fábio Dias

O meu cronómetro, made in "Corrida de S. João do Porto", marcava 52'17'', tempo oficial 53'08''.

A prova é bonita, pena é o afunilamento inicial e as pessoas colocarem-se lá à frente quando deveriam colocar-se lá muito para trás. Mas disso a Organização não tem culpa. Mais uma caneca a juntar à de 2010 e pró ano vou ficar meia-hora lá à frente faça chuva faça sol. Também tenho o direito de me considerar um 'craque'.