29.7.11

As Próximas Corridas

Antes do mais, os meus agradecimentos ao Eduardo Santos, do ‘Mundo da Corrida’, pela magnífica sequência fotográfica da minha passagem pela Comporta na Ultra Maratona Melides/Tróia. Gostei imenso de me ‘ver’ (como aconteceu com as fotos da UMA o ano passado, tiradas também pelo Eduardo, como o refiro no tema ‘A "minha" foto’). Estão um espetáculo.

Fotos: Eduardo Santos (Espiralphoto)

Dia 13 de Agosto será uma estreia. Irei participar no TNLO – Trail Nocturno da Lagoa de Óbidos, na versão mais curta +-25 km.


Não estou preparado para fazer os 47 km do UTNLO – Ultra-trail. Por agora fico-me pelos 25 km onde terei a companhia do Joaquim Adelino, no seu regresso aos trail's, depois de uma longa ausência.

Em Setembro tudo farei para estar numa prova emblemática (nesse dia estarei bem longe), a Meia-Maratona de S. João das Lampas que já vai na sua 35ª edição. Uma das mais antigas de Portugal.


Em Outubro será um regresso ao Grande Lago, onde participei o ano passado no primeiro trail do Alqueva. Serão 35 km de intenso prazer rodeado pela natureza e a visão desse lago, o maior da Europa


Neste novo ano irei fazer menos provas que os anos anteriores (longe vão os tempos que fazia mais de 36 provas anuais). Agora há que 'saborear' bem o prazer de correr.

A qualidade acima da quantidade

22.7.11

A Uma em prosa


Preâmbulo

Tudo que escrevemos faz sentido. Ou escrevemos o que nos vai na alma, recordações, vivências passadas, ou fazemos desta forma de comunicação, o deitar para dentro de um baú procedimentos e formas de agir, para mais tarde podermos ir lá dentro e verificar se aquilo que fizemos foi bem feito ou podemos corrigir aqui e ali para não cometer erros que nos fizeram sofrer ou, pelo contrário, nos levaram a bom porto.

Este meu blogue serve para isso. Daqui a alguns meses irei ver o que escrevi para poder retificar, ou não, o que de bom ou de mal fiz, para que a próxima Ultra Maratona Atlântica corra melhor que a deste ano que, por sua vez, correu melhor que a do ano passado. Em 2012 voltarei a defrontar a UMA com o mesmo querer e vontade com que a fiz em 2010 e em 2011.

O Preparar

4h15’ da manhã, um dos dois despertadores toca (vantagem de ter colocado dois). Estremunhado levanto-me, tinha começado a sentir a UMA. Deixei tudo pronto de véspera, exceto o fazer da ‘limonada’ que tem que ser feito na altura. A marmelada e a fatia de pão, duas bananas tomaram lugar no camelback. Tomado o pequeno almoço (ver tema anterior), há que ir até Setúbal apanhar o catamaran. Desta vez porque já estava a amanhecer ou mais bem informado, não tive problemas em lá chegar (o ano passado perdi-me, não vi as indicações).

Interlúdio

Caras conhecidas e desconhecidas, a ânsia e o nervoso miudinho que se vai apoderando porque a UMA mete respeito, mesmo para os mais ‘batidos’ nesta prova e que o digam o Luís Parro e o Fernando Andrade totalistas desta prova.

Viagem de autocarro onde conversei com um novo amigo vindo do Porto, o Fernando Paiva que, sem o conhecer, ‘conheci-o’ dentro do catamaran (são muitos anos a virar frangos. ).

Com o Fernando Paiva. Foto:Fernando

A prova

Parece que corro sempre com objetivos definidos. O ano passado levei um chapéu homenageando os meus camaradas de guerra, desta vez levei um chapéu homenageando dois companheiros de estrada. A minha t-shirt é dedicada (como no ano passado) à terra que me viu nascer, Poveiro… Sempre!

Com o Eduardo Santos do ‘Mundo da Corrida’. Foto:Espiralphoto

Quilómetros iniciais junto ao mar. Fora uns 500 metros, aquilo parecia uma pista.

De vermelho total, o José Pereira que acabaria comigo a prova. Foto:Espiralphoto

Aos 10 km – 1h12’, aos 20 km – 2h 26’. Comecei a sentir picadas na planta do pé esquerdo. Incomodativa não me deixava pisar bem a areia. Paro para ver se era areia que lá estava. Pouca, não fazia sentido aquelas picadas. Volto de novo a correr e as picadas continuavam, troco de meias mas nada. Antes da Comporta resolvo ir de meias, 28.5 km – 3h57’11''.

Antes da Comporta, já de ténis na mão. Foto:Espiralphoto

Deixo lá os ténis, encho com meio litro o camelback (coloco aí o preparado que levava) e levo outra garrafa na mão. Aproveito e como a fatia de pão com uma banana. Caiu-me bem. A partir daqui foi o tormento. Se já o terreno vinha a piorar e o vento a fazer-se sentir, foi um choque o que veio a seguir. O terreno desnivelou, o vento tornou-se violento. Queria correr e não conseguia (já não levava o chapéu devido ao vento). Ali pensei em desistir (desistiram 18). Era uma luta inglória, mas há algo que aprendemos e temos que saber que existe, o poder da mente. Tinha que acabar a prova desse por onde desse, por mim, pelos meus companheiros, pela minha terra.

Os 14.5 km restantes foram feitos a andar. Andei, andei mas com ganas de fazer desse andar um correr e passei quem corria. Tive depois a companhia do José A. Pereira, dorsal 110 (curiosamente na foto do inicio ele está a meu lado). Fizemos os dois os restantes quilómetros em apoio constante. Juntou-se-nos, perto do final, o José A. Pinheiro, dorsal 285, estreante na prova. Ficaram sem água e a garrafa que eu levava ajudou a suportar a sede que sentiam.

A poucos metros do fim, combinado entre todos, iríamos passar a meta a correr. Meta à vista, coloco o chapéu e com alegria de crianças entramos no funil. Tínhamos vencido a UMA.

A terminar. Foto:Espiralphoto

Um abraço sentido entre nós! Foi o culminar de uma prova, só ao alcance de quem faz das fraquezas forças para levar de vencida tamanha epopeia.

Depois foi ficar por ali com os amigos, as meias quando as retirei estavam rotas (impressionante, já tinha corrido com elas em areia na Costa e nada disso tinha acontecido).

O meu dorsal era o 23 e fiquei em 23º no meu escalão com o tempo de 6h51’24’’. Fiz quase menos 1h que o ano passado (7h46’47’’). 216 da geral entre os 248 que acabaram.

Depois foi o adeus. Para o ano lá estarei. Pela organização, impecável, por mim, pelos meus companheiros, pelos golfinhos que vi no rio Sado.

Foto:Revista 'O Praticante'

Conclusões finais

Tudo o que levei, tomei e resolvi fazer (ir de meias) foram decisões corretas. Fiquei com bolhas de água na planta do pé esquerdo (as tais picadas eram isso) e uma debaixo de um dedo do pé direito (infetou). Tenho é que preparar-me com mais tempo para esta prova, o tempo foi curto.

Para o ano estarei a ler isto e sentir que tudo farei para que as seis horas a fazer a UMA seja uma realidade.

Classificações

Vídeos

  • Bola TV




  • Ultra Maratona Atlântica 2011 (1.ª parte)




  • Ultra Maratona Atlântica 2011 (2.ª parte)





  • Meus tempos intermédios:

    Aberta Nova (5,5km) - Posição 177 (263) - 00,37,27
    Galé (8,5) – Posição 184 (sem tempo atribuído)
    Pinheiro da Cruz (14,5) – Posição 194 - 01,37,47
    Pego (18,5) – Posição 225 - 02,12,30
    Carvalhal (20) – Posição 226 - 02,26,28
    Comporta (28,5) – Posição 223 (250) – 03,57,11
    Sol Tróia (37,5) – Posição 218 (248) - 05,50,25

    18.7.11

    A UMA em verso


    Fiz-me à UMA com a fé
    das seis horas como meta
    Confiante na boa maré
    Comecei como uma seta

    Até à Comporta bom tempo consegui
    Mil picadas no pé, seriam areias?
    Os ténis descalcei mas mal não vi
    E dali passei a correr de meias

    O vento NW forte batia
    O malandro vinha de frente
    Correr mais não podia
    Desfaleceu o corpo e a mente

    Andei em grande voltagem
    O objetivo já não era possível
    As seis horas eram miragem
    A andar era compreensível

    Mas a vontade que nutria
    Das seis horas não passar
    Deu forças à minha agonia
    E do meu andar,… voar

    Tróia, depois da curva, a surgir
    Ao longe a Meta forças me deu
    Estava quase a conseguir
    Uma Vitória por quem tanto sofreu

    Coloco o chapéu esvoaçante
    Que por dois amigos levava
    Corto a meta fulgurante
    E a UMA de novo acabava

    Meias rotas, um terminar divino
    No rescaldo deste fim penoso
    Esta prova é para ti, Adelino
    E para ti Vítor Veloso.

    Parabéns a toda a Organização
    E ninguém vos pode levar a mal
    De fazer deste evento a confirmação
    De uma grande prova Internacional.

    15.7.11

    O Último Treino!

    Hoje foi o último treino para a UMA. Durante duas semanas tentei dar o máximo para que a prova me corra de feição pois para quem trabalha em horários incómodos, só poderá, por muito que treine, fazer o mínimo na prova dando o máximo nos treinos.

    A pensar na UMA, meti uma semana de férias pois o horário de trabalho (noite) era incompatível com uma possível prestação do meu agrado pois quero fazer esta prova, no máximo, em seis horas.

    Quem me lê poderá pensar que esta prova é de outro mundo, não é! Pode-se levar mais tempo a fazê-la mas é acessível. Parafraseando a minha 'madrinha' Otília (CLAC Entroncamento) em Terras de Sicó, quando pela primeira vez me embrenhei neste tipo de provas, me disse:

    «A andar também se corre»

    ... e muito andei o ano passado quando fiz esta prova da UMA!

    A prova que mais tive dificuldade em acabar foi a mesma; 'Os Trilhos de Almourol', tanto em 2010 como em 2011. Foram 40 e tal quilómetros bem penosos. Se da primeira foi o lamaçal escorregadio, poças, um nunca mais acabar, da segunda foram as subidas agressivas, o corpo a pedir para parar mas avançar sempre... e sempre, até acabar quando muitos já tinham ficado pelo caminho.

    Hoje foi o último treino na Costa. Um treino só para acalmar o espírito, ver as gaivotas que não levantaram voo, tão molengas estavam.

    Agora há que preparar tudo e não deixar nada ao acaso.

    A minha 'limonada' terá que ser feita pois foi ela que me 'salvou' o ano passado depois de tantas horas no areal de Melides/Tróia. Um litro e meio de água, um pouco de sal, sumo de meio limão e um pouco de açúcar e está feita. Na cintura um recipiente com os mesmos ingredientes mas com pouca água tal como o fiz no ano passado.

    Marmelada não vai faltar, assim como as bananas (podemos, em curto espaço de tempo, morrer de sede mas nunca de fome, mas o português já se sabe como é, vive para comer).

    Em Almourol, curiosamente, junto ao Castelo de Almourol, apetecia-me pão. Havia lá bolos, cerveja, mas eu queria pão. Na prova seguinte, 30 km Vale de Barris, levei pão, não o comi. Agora vou levar uma fatia, nunca se sabe se fico de desejos.

    Como já o disse, aos 28,5 (Comporta) deixo lá os ténis, (não vale a pena levar polainas pois o mar quando entra no ténis não há polainas que nos salve da areia que com a água se infiltra). A seguir continuo de meias (as meias serão grossas) e a pouco menos de 5 km do fim, será descalço. Já testei em 21 km e deu resultado (fiz um treino de 35 km descalço e correu tudo bem, falei com o 'sapateiro' da Analice, que corre descalça, e Ele ajudou-me).

    A última refeição no Sábado será esparguete (pode ser à bolonhesa ou à portuguesa, o importante são os hidratos de carbono) e de madrugada será o mesmo que sempre foi, um 'abatanado', um queque ou uma sandes de queijo com marmelada, uma banana e depois ala para Setúbal para apanhar o barco para Tróia.

    Para quem me lê (amigo Paiva do Porto, esta é para ti que te vais estrear), pode aqui tirar algumas ilações, mas nunca tomar isto à letra pois cada um de nós é um caso.

    Há algo que não está aqui nem estará em lado nenhum, é a nossa vontade indómita de vencer os obstáculos. «Desistir é a última das opções», diz o Brito marido da Otília, e seguindo o que este simpático casal diz remato com a frase do amigo Luís Parro:

    «Raider que é Raider não come mel, come as abelhas!»


    Vamos a ela (UMA) carago!

    6.7.11

    Treinar para a UMA

    Férias são férias mas não se pode descurar o físico pois a Ultra Maratona Atlântica Melides/Tróia (43 km em areia) está perto e, como prova bem exigente que é, exige que se esteja minimamente preparado para a enfrentar.


    Assim, em doses reduzidas, aproveitei para fazer três treinos na areia da praia do Alvor...

    Uma pequena pausa

    ... e duas em estrada, Alvor/Portimão/Alvor.

    na "Má Partilha" - Portimão

    Se há situações que aprendi a gostar foi o de subir serras e se não há serras há falésias. Na Praia da Marinha na Lagoa, subi até ao alto da falésia e mais uma vez desfrutei ver aquilo que tanto gosto... O mar!

    na falésia

    No entanto sei que a preparação ainda está longe do que é necessário para percorrer os 43 km e como não há musas que nos ajudem a não ser pernas nossas, o treino continua agora nas praias da Costa da Caparica.

    Vai ser dar no duro e, talvez, devido à proximidade do evento, não consiga o resultado esperado, fazer em menos de 6h, mas acabar já será bom. No ano passado foram necessárias 7h47'46'' para completar a prova, mas foi o pior piso dos últimos anos. Sei que não vai ser fácil mas se fosse fácil eu não estaria lá!

    Uma palavra para aqueles companheiros que este ano não vão lá estar por razões diversas, entre os quais, os amigos Joaquim Adelino e Vítor Veloso. A eles dedicarei esta prova, espero que a consiga acabar porque eles merecem.