21.11.11

Longo Treino Longo*

Um título que diz tudo. Era para fazer um treino longo mas não tão longo como fiz.

Aproveitando a 1ª Corrida D. Dinis (10 km) realizada em Odivelas, fui de casa, já em regime de aquecimento, até ao local da partida.

de Dom Dinis, "Non chegou, madr', o meu amigo.

Como já estava combinado, fiz a prova com o José Lopes para mais um acumular de quilómetros para a Maratona. Com subidas e descidas, foi uma prova agradável e o pretendido era fazê-la em ritmo próximo ao que se pretende para a Maratona, não a menos de 6'/km. Mas isto de provas já se sabe como é, é sempre um treino acelerado e foi à média de 5'19''/km (com os dois últimos km a 4'44'') que acabamos a prova (saí antes da Meta pois não estava inscrito).

Saída da prova. Foto: Joaquim Adelino

Mas o treino não ficaria por tão pouco e juntamente com mais amigos que irão fazer a Maratona, fomos até a Frielas com retorno.

Ivo, José Lopes, Francisco Bando, Fábio Pio e José Magro (o padrinho do Fábio, para a Maratona)
Foto: Hamilton Dias

Pelo caminho iam ficando alguns já de regresso a casa ou ao seu meio de transporte e por últimos, eu e o José Lopes.

Era para fazer uns 20 km acabei por fazer 25 km no tempo de 2h27'.

Agora é só ir rolando em termos de quilometragem, (será na última semana, que se terá que abrandar em termos de tempo de treino) e assim se vai tentar fazer com que a Maratona, não sendo um ´papão', seja feita sem problemas físicos de maior.

16.11.11

37ª Meia Maratona Internacional da Nazaré


Voltar à Nazaré é como voltar a casa. Sendo natural de uma terra da zona costeira, é junto ao mar que me sinto bem, mesmo que esse mar seja bravio e tenha ondas da altura de 30 metros.

Não foi esse o caso nesta 37ª Meia Maratona da Nazaré. No Sábado o tempo até esteve ameno, o mar sereno, a noite relampejava mas o trovão não se ouvia, sinal que a tempestade estava longe.

Mas já se sabe que em dia de prova na Nazaré, que não se apanhe uma 'carga de água' em cima não é prova.

O dia acordou bem disposto. O ‘speaker’ de serviço até fez um auto-elogio dizendo que tinha feito um acordo com S. Pedro e que este bonacheirão se tinha prontificado em não mandar chuva. Mas já se sabe que este santo é danado para a brincadeira e quando se pensava que não havia molha eis que abre as portas do céu e foi uma chuvada tal que os únicos que se devem ter safado foram os que chegaram nos primeiros lugares. Depois foi chover até mais não. As nazarenas, que aguardavam os clientes com castanhas quentes e boas e com os doces tradicionais na marginal, lá tiveram que se resignar com a má sorte pois em tempo de crise qualquer ganho é sempre bem-vindo.


Comecei a prova de trás para a frente procurando o amigo José Lopes para acertar o passo para a Maratona de Lisboa. Faço uma pequena paragem na prova, aquando a nova passagem pela partida, para cumprimentar pessoas conhecidas e eis que o encontro pouco depois.

Com o José Lopes e Renato Cruz (nº624). Foto: Margarida Henriques

Uma pequena alteração no percurso, com a inclusão de passagem pela nova ponte, fez com que os habituais ‘clientes’ desta prova tivessem mencionado o facto pela novidade. Acabamos molhados mas satisfeitos pela prestação.

Com o José Lopes. Foto: José Lopes

A Organização, como sempre, impecável, ano após ano vão mantendo bem viva esta prova. Um prato muito bonito alusivo à Meia, uma broa tradicional, para além da camisola, e a alegria e apoio que a gente nazarena nos dá, faz com que todos os anos voltemos para participar nesta festa do atletismo nacional.

7.11.11

15 km Casa Senna

Para memórias futuras!

A "Casa Senna" foi a primeira casa de venda de artigos desportivos em Portugal, a qual, ao longo de 170 anos, teve a honra de ser nomeada fornecedora da CASA REAL, pelo Rei D.Carlos, cuja ordem, por curiosidade, se transcreve:

«Eu El Rei faço saber a vós António Maria José de Mello Silva Cezar e Meneses, Conde de Sabugosa, Par do Reino, Gra Cruz da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo e de outras estrangeiras, Gentil Homem da Minha Real Camara e Meu Mordomo Mór: que attentas as circunstancias que concorrem na Viúva de José Alexandre de Senna, com estabelecimento nesta cidade de Lisboa, de bilhares e jogos diversos, Hei por bem e Me Praz Fazer-lhe mercê de a Nomear Fornecedora da Minha Real Casa, dos artigos do seu comércio sem vencimento algum pela Fazenda Real, gosando porém de todas as honras e prerrogativas que lhe competirem e podendo com este titulo collocar as Armas Reaes Portuguezas no frontispicio do seu estabelecimento. Mando-vos a façais assentar no Livro da Matricula dos Moradores da Minha Casa em seu titulo como dito fica.»
Paço em nove de Julho de mil novecentos e três.


Em 14 de Abril de 1991 realizou a sua primeira prova de atletismo denominada «15 KM DA CASA SENNA».

Participei nesta prova sete vezes (1994/5/6/7/8/9 e 2002). Era uma prova que se realizava em Abril, passou para o mês de Maio, e reunia um grande conjunto de atletas, muitos de 1º plano.

Tinha o seu início na Rua Nova do Almada (perto do Tribunal da Boa-Hora) e terminava na Rua do Crucifixo

1996, 6ª edição da prova. O tempo estava a ficar feio. Depois da prova começada, muito vento e chuva. Já no retorno (a prova decorria na 24 de Julho, local onde o vento contrário se fez sentir com mais força) vejo em grande dificuldade a Luísa Almeida vencedora do ano anterior. 'Colo-me' a ela. Foi uma luta contra os elementos até ao fim. Sempre à frente da Luísa, a fim de lhe 'cortar' o vento e poder ajudá-la a chegar à Meta em 2º lugar (nessa altura já a vencedora, Lucília Soares, ia a uma boa distância), fomos vencendo os km.

Lembro-me de, no 'Cais do Sodré', me faltar o ar tal a força do vento que me impedia de respirar como devia ser.

Terreiro do Paço e a Luísa sempre ali. Último km, o 'sprint' final e, ofegantes, passamos a Meta lado a lado.


Estava garantido o 2º lugar. Um abraço e um agradecimento pela ajuda. Dois minutos depois chegava a 3ª classificada.

Outra prova que me lembro bem foi a de 2002. No sábado fui fazer pernas no ginásio para reforço dos joelhos pois quebrava muito nas maratonas com dor nos ditos.

Domingo, partida dada, 2 km depois já não podia 'mais'. Ter feito ginásio no dia anterior fora um erro tremendo. Mas nada me faria desistir a não ser uma lesão e, em esforço, continuei. Sofri, mas acabei a prova.

Tempos:

1994 - 1h05'01''
1995 - 53'13'' (7º lugar do escalão)
1996 - 59'23''
1997 - 59'36''
1998 - 59'36''
1999 - 1h05'37''
2002 - 1h08'48''

Tempos que para 15 km, não eram maus.

Esta prova acabou em 2004

As medalhas
Fizesse o tempo que fizesse; chuva, granizo, frio, sol de queimar, eu estava ali na partida, o que não acontece nos tempos de hoje. As provas em que participo são em menor número e cada vez menos em alcatrão. Outros tempos!

P.S. - Para consulta de resultados desta e outras provas, recomendo este 'site' do João Lima. Um trabalho de pesquisa notável.

  • Atletismo
  • 1.11.11

    Ainda o Monge

    O conversar sobre uma prova não é discordar sobre o ponto de vista de quem quer que seja. É sinal de respeito pelas opiniões de cada um, mas também o de aprofundar o que correu mal, para que não volte a acontecer.

    (em termos de análise sobre um tema do Jorge Branco no seu blogue Último km, com Amizade!)

    Dizes que dois ou três metros após o cruzamento estava lá a placa dos 5 km. Isso significa que antes desses três metros existia um traço contínuo e uma seta com a indicação de voltar à esquerda.

    Os traços contínuos e setas, para quem anda nisto de trilhos e tu bem o sabes, significa que não podemos ir para além de, e voltar de imediato. Foi o que nós fizemos. Se voltamos antes da placa indicativa dos 5 km é sinal que ninguém viu essa placa.

    O curioso disto tudo é que quem não se perdeu foi exatamente pessoal que até não está habituado a trilhos. Eu vi um companheiro que nunca o vi nisto a seguir em frente e ia atrás dele, quando fui alertado pelo facto da existência do tal traço e seta. Ainda chamei o companheiro em causa mas já onde ele ia. Voltei atrás e fui pelo caminho que achei ser o correto.

    Estava uma pessoa da organização após a nossa subida dos 4,5km a indicar-nos o voltar à esquerda, no chão, o traço e a seta.

    Não teria sido melhor este colaborador da organização estar na descida a indicar-nos o caminho correto e não lá em cima? Claro que agora fácil dizê-lo pois ninguém sabia que iria acontecer o que aconteceu.

    Já fiz muitas provas de trilhos embora seja um maçarico nestas andanças, mas nunca tinha visto uma prova onde se perderam mais de 80% dos atletas. E corredores de qualidade habituados a este tipo de provas e a lutarem por um lugar no pódio.

    Fizeram-me reparos sobre o facto de ter zurzido na organização desta prova no meu blogue e noutras andanças da net. E quando aconteceu o que aconteceu no 'Douro Vinhateiro', não criticaram e quase crucificaram o organizador da prova e lhe chamaram todos os nomes e mais alguns pelo que podia ter acontecido aos corredores que com a canícula e sem água foram parar ao hospital desidratados, e exigiram que a prova do ano seguinte fosse de borla o que foi concedido, que agora fazem de conta que não passou nada nesta prova e até serviu de treino o facto de se terem perdido na serra?

    E quem não tinha água conforme o contado por um atleta (que fez 30 km)? E quem se lesionou e ficaria sozinho se ninguém o ajudasse como aconteceu com o Mário de Angola (digo de Angola porque ele é mesmo de Angola e eu sou tuga) num lugar que ninguém sabia onde estava?

    Passavam e passavam corredores como ele e ninguém parava. Para quê? Para ganhar um pão com chouriço?

    Eu não referi só a organização também referi a falta de solidariedade, que dizem que existe entre nós (parafraseando o Jorge Jesus o 'fair-play' é uma treta, aqui também é um salva-se quem puder), para com um companheiro caído.

    Pró ano voltarei de novo a esta prova. Caramba quero ver o tal corta-fogo e se há dias que as coisas não nos correm bem, desta vez foi à organização que isso aconteceu. Mas, e para acabar, que nunca nenhum elemento dessa organização diga a alguém, que sendo novato nestas aventuras e lhe tenha perguntado como era a sinalização, receba como resposta: «Vá atrás dos outros» - e ele foi, foi atrás de quem se perdeu.

    Já o afirmei em muitos temas meus que adoro esta gente. Gente que se entrega de corpo e alma, descobrindo trilhos, limpando esses trilhos, dando-nos belezas ímpares de contacto com a natureza, gente e locais que se não fossem eles, eu nunca iria conhecer.

    Mas isto não me impede de dizer que não fazendo isto na desportiva, não é pelo facto de perder ou ganhar uma prova, já me deixei disso, não encaro na desportiva é quando está em jogo a vida de um atleta. Para mim, acima de tudo está o ser humano, está aquele companheiro que deitado no chão levanta o braço e ninguém quer saber dele. Andei na ‘Geira Romana’ perdido uma hora no Gerês. Lesionado, desci e subi a serra. A cada restolhar ficava imóvel pois não sabia o que poderia estar atrás disso. Olhava para o chão para ver se arranjava algum pau caso fosse um lobo, só tinha calhaus.

    Se nas provas de estrada os cuidados serão mínimos pois há sempre ali alguém, na montanha isso não acontece e aquilo que não quero para mim não quero para os outros. Os cuidados têm que ser redobrados da parte da organização e meu Caro e Amigo Jorge desta vez não houve esse cuidado de quem organizou esta prova. Facilitou e quando as coisas acontecem é que vem o 'ai Jesus'.

    Como nas desculpas, as coisas para que não aconteçam, evitam-se!