27.4.12

35ª Corrida da Liberdade


Mais uma vez participei nesta Corrida que sendo alusiva a uma data que muito diz a quem pela Liberdade lutou, seria de esperar uma maior adesão.

Partida, como tem sido nos anos antecedentes, no R.E.1, posto de comando da Revolução de Abril, e a meta nos Restauradores teve, este ano, a participação do "GRUPO MOTARD FOGE COM ELAS".

Pela primeira vez não tive direito a cravo. Ou efeitos da crise ou porque cada vez mais os cravos da Revolução estão murchando e já não há cravo que resista a tanto despudor político que, cada vez mais, afunda este país de Abril no lamaçal dos interesses dos que comem tudo e não deixam nada.

Uma prova feita em bom ritmo, com um bom registo, também devido ao facto de tentar ajudar um companheiro a bater o seu record pessoal aos 10km, o que conseguiu em parte pois a distância de 11km não estava bem aferida.

Enquanto isso, o povo continua sereno e, com essa atitude, ajudar o grande capital a 'matar' a Revolução.

25.4.12

3º Raid Atlético Vale dos Barris


... E pelo 3º ano seguido faço o pleno: Sicó, Almourol e Vale dos Barris. Provas que fizeram a diferença entre 18 anos de alcatrão e dois anos de natureza. Nada tem de igual. A camaradagem é outra, o convívio é do melhor, não há a fobia de terminar a prova e ala que se faz tarde.

Quando vejo as minhas fotos de estrada estou, quase, sempre só. Quando vejo as fotos dos trilhos estou quase sempre acompanhado, e mesmo quando estou só, tenho a natureza a envolver-me, o piar dos pássaros, o restolhar na erva, um coelho que atravessa, as ovelhas pastando, o grito do pastor, o cão que corre, o latido que se ouve para levar a ovelha tresmalhada de volta ao redil. O mesmo acontece hoje aos homens neste 25 de Abril. Os cães ladram e o povo abaixa as orelhas.

Vale dos Barris.

Uma prova que no fim de tanta canseira, tanta subida, tanta descida, de uma corda cortada e roubada numa descida íngreme que me fez cair, uma duas, três vezes e um torção no corpo que provoca aquela dor que dói e se deseja não voltar de novo a descer, a subir e ter tanta canseira. Mas no ano seguinte voltamos lá e tudo volta a renascer, como se de uma primeira vez se tratasse.

Com Xhervelle Chantal


... Os moinhos sempre presentes



... E as canseiras também


Tanto se sobe...


Como se desce


Mas a natureza sempre presente


... E o convívio final


... É do melhor que se leva, nesta e noutras provas como esta.

Até pró ano...

20.4.12

Ode a um pastel de nata

                                        Verdes são as serras,
                                        E o mar que delas vejo:
                                        Corre por difíceis terras
                                        Amigo em difícil ensejo.

                                        Pelos campos estende
                                        A vista em verdura bela
                                        Tendo a doce quimera
                                        Do ouro guardar o duende

                                        De perto se vão mantendo
                                        Quem dele espera o empenho,
                                        Não lhes falte arte e engenho
                                        Do sonho que vão antevendo

                                        Por areias, saibro e ervas
                                        por caminho doce e agro
                                        Como Hércules nado em Tebas
                                        Assim é o nosso José Magro

                                        O final de tanta canseira
                                        Humildade sem pretensa bravata
                                        Recebe os aplausos e a brincadeira
                                        De comer um bom pastel de nata.

18.4.12

II Mini Trail de Sesimbra

Participei este domingo no II mini trail na distância de 20 km, conforme já o tinha feito o ano passado, com início no mesmo local mas corrido em sentido contrário a partir da pedreira, com a organização impecável da Associação "O Mundo da Corrida".

Uma prova que me correu lindamente, não só pelo facto de ver já locais meus conhecidos do ano anterior, como também por me sentir fisicamente mais bem preparado.

Sem esquecer o lado lúdico, levei a minha máquina fotográfica, e parando e arrancando 39 vezes, tantas quantas as fotos que tirei durante a prova, fiz este mini trail com paisagens magníficas e trilhos soberbos.

O início da prova fez-se através da praia



Subida pela escadaria



Descida...



até perto da "Praia do Cavalo"



Uma subida espetacular (pena esta imagem reduzida não vos dar a real perspetiva da magnitude desta subida)


Paisagens maravilhosas



Companheiros de corrida nos abastecimentos



Depois de muitos km percorridos, o regresso pela pedreira



Passagem pelo Castelo de Sesimbra onde nos aguardava mais um abastecimento e a nossa fotógrafa



Saída do Castelo



... E a prova finalizou como começou, através da praia.



O Campeão Luis Mota



Na prova feminina ganhou Xhervelle Chantal.

Os meus dados

Km: 21.010

Tempo: 2h37'58''

Fotos: Mário Lima

10.4.12

Video dos III Trilhos de Almourol

Para memória futura, aqui fica o meu Vídeo da minha primeira maratona em trilhos.

1.4.12

A conquista do Castelo de Almourol*

Pelo 3º ano consecutivo iria participar nos Trilhos do Almourol. Desta feita seria uma Maratona, a distância mais longa em trilhos, que alguma vez teria que percorrer. Sabia que era uma prova do Catano, do Camandro e do Caneco (como diz o José Brito). Vencer os 42 km (foram 43) em montanha não seria tarefa fácil ainda mais para mim que não faço qualquer preparação específica para este tipo de corrida.

Com uma Organização impecável, a prova teve início (como nos anos anteriores) na Aldeia do Mato. Ali os elementos da Associação “O Mundo da Corrida” tiraram a foto da praxe para mais tarde recordar.


Início da prova às 10h. O céu encontrava-se ligeiramente nublado e a humidade era muita. Depois foi a aventura. Subir, descer e a descida para a Barragem do Castelo do Bode. Estava ansioso para voltar a ver a ‘minha’ bateira. Ia chamando a atenção de quem comigo ia para esse momento. E ali estava ela. Serena, pelo 3º ano consecutivo a vejo, no mesmo local, quase à mesma hora.


Na companhia de alguns atletas, continuo a minha aventura. Alguns trilhos desconhecidos devido ao aumento da quilometragem e pelo parar aqui e ali, para mais uma foto, vou-me desgastando. Passo a ponte feita sobre o rio Nabão pela Escola Prática de Engenharia.


Que diferença da 1ª ponte que passei na 1ª edição. Nesse ano choveu a bom chover e os rios saíram dos leitos. Agora os rios não são mais que uns ribeiros e eu iria ver, mais tarde, o quanto isso era verdade.

Sigo com um numeroso grupo depois do 2º abastecimento. Vou à frente, num estradão verifico que não via fitas há já algum tempo. E é assim que o pessoal se perde. Os que vinham atrás também não repararam que não estávamos no caminho correto, vieram todos atrás de mim. Parando disse ao grupo que não havia fitas para voltarmos para trás. Pouco depois entramos no trilho certo. Se era o 1º fiquei em último e nunca mais recuperei.

Fiz depois, a maior parte dos trilhos sozinho. Em Constância surgiu-me a Dina Mota, mas depois de descer no cordame e umas fotos, lá seguiu ela o seu caminho. Subo uma escadaria e penso que em cima iria haver o 3º abastecimento com vista para Constância como no ano passado e, como nessa altura, pensei em desistir. Felizmente não era ali o abastecimento. Uma viragem para um novo trilho e eis o abastecimento ao km24. Comi e as forças voltaram, talvez devido a ser um abastecimento de sólidos. Sigo caminho, não iria desistir, sabia que iria acabar a Maratona.

Uma ramagem escondia aquilo que queria ver, o Castelo de Almourol. Não sei a razão, mas sempre que vejo este Castelo ali no meio do rio fico empolgado.


E desta vez a surpresa boa mas, ao mesmo tempo, má. Uma pequena ponte ligava as duas margens. Sem água era fácil passar para o lado do Castelo e ali tomei-o de ‘assalto’. Nas edições anteriores muito se tinha falado nessa possibilidade e desta vez concretizou-se por que não há água. Os rios estão quase secos.


Faltava ainda um desafio, o derradeiro, subir a “Delta da Lebre”. Desta vez foi mais fácil, não havia as “pedras rolantes” dos anos anteriores. Com mais dois companheiros, fomos entreajudando para vencer os km que faltavam.

Com Miguel Lopes e Telmo Pinto. Foto: Rogerio Alpine Morais

À chegada, notei que as fitas estavam direcionadas para um local diferente do ano anterior. Entro, ao fundo leio, numa placa, “balneários”. Será que isto acaba ali ou vou já tomar banho? Pergunto a um elemento da Organização se não estaria enganado. Não, ao fundo teria que voltar à esquerda (as fitas indicavam isso). De repente vejo-me a entrar no pavilhão onde estava o insuflável da meta. Foi um acabar em beleza, numa prova maravilhosa.

Parabéns a toda a Organização. A sinalização impecável, trilhos para todos os gostos, vistas magníficas, abastecimentos e pessoal do melhor e assim fiz a minha 1ª Maratona de Trail. Este “azulejo” comprova isso. Honra aos vencedores, que foram todos aqueles que venceram tamanho desafio.



Tempo: 6h44'02''
Km: 43,340