19.11.13

21ª Corrida do Monge*

Depois da noturna de Óbidos em agosto, não mais tinha participado em prova alguma já que o corpo ainda não tinha recuperado dos problemas da desidratação acontecido em Almonda.

Mas como não há mal que sempre dure, um "Lion" como eu, habituado aos extremos tanto do corpo como da alma, moldado em terras e picadas africanas e não em cheiro de pneus no asfalto, sabia que voltaria a enfiar os ténis, subir e descer montanhas curado das maleitas.

O meu regresso seria exatamente nesta prova, que fora o 1º ano que lá participei (2011) que me motivou uma escrita de desagrado, tinha todos os condimentos para o meu voltar aos trilhos. Curta (11.458metros) mas dura qb para verificar se a "máquina" funcionava em pleno.

Assim com a Analice, fomos até Janes onde o reencontro com os amigos foi intenso e felizes com o meu voltar ao convívio de todos eles. Um olhar permanente para o GPS para um começar a sentir a adrenalina da partida, das conversas de ocasião, da amizade que se sente.


Levo a minha máquina fotográfica na mão. Iria correr sem pressa, tirar fotos, voltar a sentir o prazer da corrida.

Dada a partida, quatro km sempre a subir. Depois foi o embrenhar por caminhos de fetos, pontes de toros, riachos correndo num ambiente mágico, onde a natureza nos substitui, onde somos pequenos nadas comparados com a luxuria do verde que nos rodeia.

Foto: Mário Lima

Umas descidas mais técnicas, um passar de km e sempre o verde presente. Depois da Albufeira do Rio da Mula vem o corta-fogo tão temível que todos antes de o subir já sentem o peso dessa subida. Mas, lentamente, vai-se subindo.

Foto: Mário Lima

Chegado ao topo e depois do cruzamento da Portela, vem as descidas e, com elas, aumento o ritmo. Como costumo dizer a cabeça que vai à frente é sempre para vencer. E passei muitas cabeças até que a meta se avizinhou. Transporta a meta, fui aguardar a chegada dos companheiros da Associação e da Analice.

Chegada em apoteose desta senhora de 69 anos. Numa passada infernal e ao som dos aplausos dos presentes corta a meta mão na mão com a Célia Azenha. Grande prova desta pequena/grande Mulher.

Foto: Mário Lima

Embora tivesse ficado em 10º lugar em 20 do meu escalão, não aguardei pela entrega da medalha já que ia acontecer muito tarde e viemos embora. Ficou a certeza que, pouco a pouco, voltarei em termos de saúde ao caminho certo, que tudo o mais fará parte do passado.

10º lugar com o tempo de 1:29:56. Foto: Mário Lima