28.6.10

Temos Homem...

(Como subtítulo)

... Gaba-te cesto!!!



Depois de uma noite mal dormida (é o que faz fazer da noite "dia", já fazia o mesmo na instrução nos "Comandos" e era chamada de "semana maluca", só que a "maluqueira" lá era por obrigações militares, agora é por obrigações profissionais) lá me encontrei na Costa da Caparica, às 7h30', todo "artilhado", para um treino, nas suas areias, em companhia do Luís Parro.


Este treino, e outros que virão, visam tentar fazer a mítica Ultra Melides/Tróia no dia 1 de Agosto, na distância de 43 km.


Um mês depois da lesão na coxa na "Geira Romana" (23 Maio), fiz um pequeno treino de 55' na "Ecopista" em Odivelas. Dois dias depois, mais um treino, na Costa de cerca de uma hora. Agora iria fazer um novo treino mas o tempo urge e não posso estar com "paninhos quentes", ou tudo ou nada. Duas horas de treino no areal da Costa era o meu objectivo (fiz 2h15'), para ver se a lesão não se manifestava como veio a acontecer.

Aguardava o Luís, no pontão, só que não o vi. Olho para o lado do mar e vejo duas pessoas a correr. Pela fita na cabeça à distância, uma parecia ser ele. Pelo sim, pelo não comecei a correr para os apanhar. Depois de um pequeno/grande esforço, pois tive que correr no dobro do ritmo, verifiquei que era realmente o Luís com outro companheiro (Francisco Monte) que não conhecia. Feita as apresentações, fui com eles até perfazer uma hora e, depois da despedida, o regresso.


Só que a velocidade inicial para os apanhar fez mossa e, correndo e andando, uma hora e quinze minutos depois da viragem, chego ao local de partida. Demorei mais 15' a chegar, mas estava satisfeito, a lesão penso que já era, fica a tal "moinha" que tanto a minha Mãe referia quando se sente ainda um pequeno "formigueiro" na zona afectada, mas o objectivo foi conseguido, fazer 20 km.

Agora há que cimentar a distância/tempo adquirido, aumentar progressivamente até que os 43 km sejam cumpridos no dia 1 de Agosto.

O chapéu, que estão a ver na minha cabeça, tem uma história, uma história da guerra na qual os jovens de ontem foram lançados. Mas este chapéu tem uma história bonita, de dois inimigos que se abraçaram. Se fizer a prova irei levá-lo em homenagem a todos nós soldados, e a ele, que lutaram por uma causa em campos opostos, lá longe onde o sol castiga mais.




15.6.10

Nem Só de Corridas…

Na vida há tempo para tudo, para correr e para viver, sabendo eu que muitos, infelizmente, nem tempo têm para sobreviver.

Fazendo jus a um pedido de alguém que preside um povo de um país do faz de conta, que já nos tempos dos romanos se dizia: «Há, na parte mais ocidental da Ibéria, um povo muito estranho: não se governa nem se deixa governar!» - frase escrita no séc. I ou II a. C., por um general romano em serviço na Ibéria em carta enviada ao Imperador. A autoria da frase passou mais tarde a ser atribuída a Caio Júlio César, fiz férias cá dentro.


Como a lesão na coxa se manifestou logo nas primeiras braçadas, evitei a todo o custo que me acontecesse o mesmo que aconteceu há precisamente um ano atrás quando me lesionei num “gémeo” na prova do Oriente e parvamente tentei fazer uns treinos nas férias e piorei a situação.

Assim foi o desfrutar das ondas, dos caminhos, tentei não esquecer os trilhos…


… Muitos passeios a pé, pouco carro e o raio do galo que todos os dias me acordava cedo.


Ainda pensei fazer um arroz de cabidela com ele mas o que seriam das galinhas?! Iriam cacarejar todas pela morte do galo e seria pior a emenda que o soneto.

Foi ver as esculturas de areia, a Ria, os barcos, o mar e o voo das gaivotas, esse pássaro feio com um voar lindo.


O anoitecer, o bulício das gentes rua acima, rua abaixo, numa babilónia de línguas, os "karaokes", a música ao vivo, o «quer frôr» para dar à dama, a cerveja a correr pelas gargantas sequiosas, o cheiro da sardinha assada.

E assim se passaram duas semanas, uns dias melhores que outros. Mas em tudo na vida há uma tabuleta que diz fim, estas já foram mas ainda falta metade para que essa tabuleta passe para o ano seguinte.

Agora há que verificar se há, ou não, possibilidades de recuperar da lesão para uma prova que penso fazer, a Ultra Melides/Tróia. Que os deuses me ajudem.