31.1.12

Treino "Fim da Europa"

... Tinha que lá ir. Nem o facto de estar cansado depois de mais um convívio africano, e ter dormido muito pouco, me impediu de estar presente neste treino.

José Lopes, eu e Ivo. Foto: Time2Photo

Seria um treino pirata, mas tudo se conjugou para que assim não fosse. Com o apoio de alguns companheiros de corrida (Álvaro Pinto, André Beja, Fernando Andrade, João Fialho, Nuno Tempera, Hugo Novais, Eduardo Leite, Nuno Marques e pedro Alves, Obrigado Companheiros), da GNR na pessoa do Sargento Robalo, foi realizado este evento com garantia de segurança necessária para que o mesmo se realizasse sem percalços.
Sargento Robalo, Fernando Andrade e os fotógrafos da Time2Photo. Foto: Time2Photo

... E assim sucedeu. Uma maravilha! Na companhia do José Lopes e do Ivo Rosa, com a presença de muitos companheiros de corrida, onde destaco o Jorge Branco que fez questão de participar assim como o seu tio Egas, na função de fotógrafo, a amiga Mónica Miguéis e marido estreantes nas provas, foram perto de 17 km de inteiro prazer, onde mais uma vez a natureza e o homem se fundiram numa simbiose perfeita.
Foto: Fernando Andrade

Sem pressas desfrutando os cheiros, os raios de sol filtrados pelo arvoredo, o musgo nos muros, as subidas difíceis e a descida até ao Cabo da Roca, onde a terra acaba e o mar começa, fez-se deste treino, um treino do melhor que há.
Parte final. Foto: Egas Branco

Chegados, foi um momento de pausa e ver a alegria estampada no rosto de um dos melhores Homens que muito faz pelo Atletismo em Portugal, Fernando Andrade. Foi um chegar com o polegar erguido, satisfeito pelo evento realizado, satisfeito pela adesão, satisfeito por tudo ter corrido bem.
Fernando Andrade. Foto: Time2Photo

O Pórtico da chegada e poema de Fernando Andrade
Ei-los que aos poucos, muitos vão chegando
Aonde a terra acaba e o mar começa;
Vêm felizes e os braços levantando
Com sorrisos que valem mais que a pressa.
Isso ajuda a que o triste memorando
Lhes saia, por momentos, da cabeça,
E até trocam a tenda palaciana
Por um pórtico simples, feito em cana.


Confesso que quando vinha a correr a caminho do Cabo da Roca me 'assustei' com a descida, não por a ter descido, mas sim por ter prometido a mim mesmo fazer o retorno. Se a desci, teria que a subir. Elementar!
Eu e José Lopes. Foto: Time2Photo

Enquanto o José Lopes aguardava o Ivo que se tinha atrasado ligeiramente, pus pés a caminho.
Do lado esquerdo pronto para o retorno. Foto: Fernando Andrade

Foi um voltar sofrido. Subidas e descidas que nunca mais acabavam (eram as mesmas que tinha feito, mas em sentido contrário). Corri, andei, foram 17 km como há muito não fazia mas, juntamente com o José Carlos Melo (em grande forma) e mais um companheiro, consegui chegar ao ponto de partida. Ao ver agora a altimetria é que me apercebi do feito. Foi duro mas cheguei ao fim.
O traço vermelho divide o percurso de ida e volta
O Diploma

25.1.12

... E Monsanto Aqui tão Perto!

Tantos anos a viver na mesma zona e nunca pensei que tinha Monsanto a dois passos.

Lia sobre a prova dos "Trilhos de Monsanto", sobre a malta que lá ia treinar e como para mim Monsanto era um labirinto (perdi-me por lá uma vez de carro, nunca mais dava com a saída, daí nunca mais ter lá ido) resolvi este fim-de-semana ir até lá treinar.

Consultado o mapa, verifiquei que a distância da minha morada até lá era de 5,7km. Afinal tão perto e eu a pensar que a distância era muito maior.

Domingo de manhã, pés a caminho! Em Benfica, vejo o amigo António Pinho que já levava duas horas e meia de treino que me dá as últimas indicações. Eis que me aparece uma ponte e lembrei-me de a ter visto na prova referida.

Foto: José Duarte

Depois de ultrapassada a ponte, foi uma maravilha! Por ali corri, senti o cheiro dos pinheiros. Fui correndo sem conhecer nada daquilo mas sempre de forma a não me perder. Crianças brincavam, BTT's passavam e por trilhos, subidas e descidas fiz o meu treino.

Adeus Olivais de Basto, adeus Frielas, adeus Loures agora tenho um novo rumo para os treinos longos... Monsanto!

Foto da net

12.1.12

Passada Económica

Cada um de nós tem o seu ritmo de treino e de corrida. Durante anos corri com vários companheiros, cada um com a sua passada. Umas mais compridas, outras mais curtas.

Eu tinha a minha que me deu bons tempos mas também muitos cansaços. Um dos que admirava pelo facto de manter uma passada pequena e me dava no fim km's de avanço era o amigo Sílvio Bravo (na foto em primeiro plano).

Aquando a Maratona em 97 que, após a desistência da Umbelina (ver tema 'Os "Araras"'), andei por ali sem saber em que ritmo iria continuar pois era a Umbelina que marcava a cadência, o Sílvio Bravo não se atrapalhou e, no seu passinho miúdo, lá se foi.

Outro companheiro que tem essa passada é o amigo Camacho. Foi um dos com quem competi nas provas do concelho de Loures pois era do meu escalão, e por um lugar se ganha, por um lugar se perde. Eram mais as vezes que perdia com ele do que ganhava. Bem o olhava tentando ver nele sinais de cansaço, nem parecia que estava a correr muito, mas eu é que dificilmente o apanhava mesmo esforçando-me mais.

É sempre essa sensação que nos deixa quem corre nessa passada. Parecem lentos mas apanhá-los é que são elas.

Eu em esforço e o Camacho na maior

Na última Maratona que fiz, reparei que mantendo uma passada mais curta a prova não me tinha custado tanto. Seria da passada empregue, ou porque o fator tempo não era o mais importante?

Nos últimos treinos continuava com a mesma passada de sempre até que resolvi mudar. Um treino não é uma prova. Deve-se chegar ao fim sem grande cansaço. Deve-se manter um ritmo que não nos impeça de conversar e quando isso deixa de acontecer, é sinal que o treino ficou transformado em prova, levou-se o esforço longe de mais.

Tinha sempre a sensação que o treino não rendia porque chegava ao fim de uma hora cansado, e não baixava dos 5'43''/km para uma extensão de mais ou menos 10.560 metros.

Hoje experimentei a nova passada. Custou-me inicialmente não dobrar tanto os joelhos para a passada larga a que estou há tantos anos habituado. Mal dobrando os joelhos sempre com os pés a rasar o chão, tentando dar dois passos onde dantes dava um, fiz uma hora de treino. Surpresa final, percorri 11.290 metros a um ritmo médio de 5'19''. Fiz mais 730 metros que na versão anterior e o cansaço foi quase nulo.

O meu objetivo é fazer, em treino, 12km em 60' (5'/km). Sei que nunca mais voltarei a fazer em treino 4' ou menos por km e em provas 3'20''/km (Neste momento, nas provas faço abaixo dos 5'. Uma coisa é o treino outra a prova). Isso já pertence ao passado. Tenho que viver com o presente e esse presente é o tentar fazer pelo menos em provas 4'30''/km. Não sei se o conseguirei mas, nos tempos atuais, não vivo obcecado por isso. Se o conseguir muito bem, se não o conseguir a rotação do mundo vai continuar na mesma.

Se um dia se virem 'gregos' para me passar, não é por causa de mais treinos é por estar a cumprir o que a troika 'manda', agora... Só passada económica!

2.1.12

S. Silvestre de Lisboa - 2011


... E pronto, mais um ano chegado ao fim nas ruas da capital.

Uma prova que sem desmerecer dos anos anteriores, vai perdendo o fulgor das primeiras, uma pelo facto de ter sido novidade correr em Lisboa nesta época do ano, outra porque a cidade estava iluminada e a prova acabava num local emblemático da cidade, Terreiro do Paço, tendo para isso, que passar o Arco Triunfal da Rua Augusta.

Com início e 'términus' nos Restauradores passa a ser uma prova igual a tantas outras que durante o ano se desenrolam em Lisboa. Esta prova perdeu atletas relativamente ao ano passado. O ter-se feito no mesmo dia da S. Silvestre da Amadora não explica tudo, mas pode ter sido uma consequência.

A presença dos companheiros José Lopes, Vítor Veloso, Parro e Fernanda, Fernando Andrade, o Joaquim Ferreira, a grata surpresa de ver a pequena Vitória, a mãe Isabel e o António Almeida que abeirando-se me disse que iria fazer toda a prova comigo. Tinha a ver com algo que escrevi o ano passado e assim foi. Foi bom rever os amigos e fazer desta prova a festa que ela merece, a despedida do ano velho.

Desde o início até ao fim, tendo, durante uns tempos, o José Lopes por companhia, acabámos lado a lado esta S. Silvestre.

Obrigado António, não é por nada mas, ao fim de todos estes anos de corridas, foi a primeira vez que alguém me disse que faria toda a prova comigo quando tem sido sempre o contrário.