17.3.13

Monsanto - Preparar Almourol

Monsanto

Eram charcos e charquinhos pelo caminho.
Subidas e descidas escorregadias
Mas que prazer ver lá no meio do verde
O azul das mansas águas do Tejo
Sentir-me um tudo no meio do nada
Sentir-me um nada no meio do tudo.

Costuma-se dizer que de poeta e de louco todos nós temos um pouco. Neste meu caso é de corredor e de louco não tenho um pouco devo estar mesmo apanhado da caixa dos "pirolitos".

E tudo porque neste domingo me deu para fazer 3 horas de treino nas matas de Monsanto. Eu que nunca tinha passado de treinos de cerca de uma hora e mesmo assim sem grandes manifestações de trepador em serras e serranias, deu-me esta pancada e lá fui eu com a minha inevitável 'limonada' pela Pontinha/Benfica/ Monsanto.

Depois foi a loucura total. Mal conheço Monsanto. Vai por aqui, vai por ali... Perdi-me! Alto lá, está ali uma placa "Ajuda". Foi ali que fiz a corrida da àrvore. Lá vou eu. Subo, subo e quando estava a chegar quase aos Perinéus, vejo um local conhecido, sem querer tinha chegado ao local da Corrida da Árvore. E agora que caminho tomar? Para a esquerda é o caminho, o país escolheu a direita mas eu tenho esta tendência o que se há-de fazer!!!

Um carro da PSP: «Olhe amigo sabe-me dizer por onde ir para chegar à Fonte Nova?». Vá sempre por esta estrada, depois quando vir Benfica siga por aí. Obrigadinho ó chefe e lá vou eu.

Mas caramba eu tinha visto que qualquer coisa que dizia bairro Serafina. Numa placa sumida vejo Serafina, e lá vou eu. Sobe, desce, eu já farto de estrada e de caminhos e o tempo a passar. Duas horas sempre a dar-lhe e eu sem saber se estava bem se ia parar a Samouco para meter água.Querem ver que ainda faço os mesmos km de Almourol e ainda tenho que mandar um help para me irem buscar?

Alto aí!!! O que diz aquele letreiro? Papagaio da Serafina??? Eu passei por aqui quando vim. Viragem à esquerda e encontrei os trilhos da minha salvação, aqueles já os conhecia. Olho para o Garmin, ainda faltam 45' para as três horas. Três horas são três horas em Monsanto ou na Moita e comecei a correr por dentro e sem saber como voltei-me a perder. Uma pista para ciclistas, uma via rápida, indicação Benfica e a Catedral da Luz a piscar-me o olho. Corri, corri e nada de encontrar a saída. Passo por cima da minha ponte por onde tinha entrado, bem olhava e nada por onde pudesse subir para lá. Mais um km à frente um outro viaduto. Subo passo para o outro lado e começa doer-me tudo. Já levava duas horas e meia e ainda me faltavam uns 5 km para chegar a casa. Correndo, andando, 2h52' depois chego finalmente.

Estou todo partido, Almourol o quanto "obligas". Espero às 20h30' estar ainda acordado para ver o meu Benfica!!!


https://connect.garmin.com/modern/activity/285453496

9.3.13

Treino da Biodiversidade


Percurso ligando a zona ribeirinha de Belém ao coração verde da cidade – Monsanto, com um desnível positivo de 254m, que inclui estrada e trilhos, monumentos nacionais e miradouros, bairros tradicionais e natureza, e uma vista deslumbrante em boa parte do percurso.

Há coisas que acontecem e a gente não sabe muitas vezes a razão. Estava para não ir a este treino, mas num virar do corpo perguntei a mim mesmo o que ali fazia deitado se Lisboa estava linda.

Olhei pela janela e num ápice tomei o pequeno-almoço e lá fui até Belém. Em boa hora fui.

Estão a ver esta foto?


Pois não é que durante o treino viemos a saber que somos da incorporação do mesmo mês e ano para a tropa, fomos na mesma altura para Nova Lisboa para a recruta e embora não da mesma companhia, estivemos ambos em Cabinda no mesmo ano.

As coincidências ficariam por aqui se não houvesse mais. Era meu vizinho em Luanda. Ambos morávamos na mesma rua.

Durante este treino foi um desfolhar de recordações de locais, cheiros e vivências destes dois companheiros que nunca se tinham visto (ou se nos vimos nunca a conversa se proporcionou a um conhecimento mais profundo sobre locais e ambientes por nós percorridos).

Foi lindo pá! Foi bonito recordar os cheiros das matas, de Miconge, do Mayombe, do Treme-Treme, do Bairro Marçal, do Colonial, do Suba, da nossa rua, dos nossos amigos.

Há dias assim. Há dias que no ficar na cama se perde estes momentos únicos.

Agora que te conheço mais lembranças irão ocorrer quando estivermos juntos de novo, haja oportunidade para isso...

Para ti amigo Carlos um abraço do tamanho da "nossa" Angola.

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Foi uma manhã espetacular com gente boa e percorrendo locais que fazem parte desta 4ª mais bonita cidade do mundo, Lisboa.

Confesso que muitos locais só de nome e outros nem de nome. Um chamou-me à atenção a Igreja da Memória. Pensava eu que teria a ver com os descobrimentos mas não, tem a ver com o maroto do nosso rei D. José I que andava a "mijar" fora do penico.

Aqui fica a história.

Fundada por D. José I, num gesto de gratidão por se ter salvo de uma tentativa de assassínio dois anos antes, em 1758, no local.

O monarca regressava de um encontro secreto com uma dama da família Távora quando a carruagem foi atacada e uma bala o atingiu num braço. Pombal, cujo poder já era absoluto, aproveitou a desculpa para se livrar dos seus inimigos Távoras, acusando-os de conspiração. Em 1759, foram torturados e executados. As suas mortes são comemoradas por um pilar no Beco do Chão Salgado, junto da Rua de Belém.

O projeto da Igreja é do italiano Giovanni Carlo Sicinio Galli Bibiena

Fim do treino numa bela manhã de conhecimentos e camaradagem.


5.3.13

Corrida da Árvore*

Não tinha previsto esta minha participação nesta prova. À ultima da hora um companheiro não pôde ir e eu tomei o seu lugar sem em antes ter pedido a alteração de todos os dados junto à organização referente à minha idade e escalão. Só me mudaram o nome o resto ficou com os dados do companheiro que não foi, aparecendo assim na classificação geral, no entanto já retificada.

Embora more relativamente perto de Monsanto não conheço bem a zona e foi por mero acaso que fui parar ao local de partida. Quando ia na A5 e virei para Monsanto, ao meu lado nos sinais parou um carro com atletas, à minha pergunta se iam para a prova e ao sinal afirmativo foi só segui-los. Para cá depois da prova, como é bom de ver, como não tinha guia perdi-me mas cheguei a bom porto.


Com companheiros da minha Associação presentes no evento.


Com a manhã muito fria e céu cinzento, deu-se início à prova.


Como não tinha ideia nenhuma sobre a prova, parti de trás e fui tentando saber como a mesma era. Disseram-me que havia umas subidas de respeito e que a última para a meta era um pouco íngreme.

Sendo assim aproveitava as descidas para acelerar resguardando-me para a tal subida.

Ia consultando o relógio e via os km a passar e nada da tal subida. Com 9 km feitos era impossível haver a tal subida. Foi quando me apercebi que já estava a descer para a meta. Dei tudo o que tinha naquele momento, afinal a tal subida já a tinha subido e não me tinha apercebido disso.

Com 51'45'' no meu Garmin terminei a prova (oficialmente com o tempo de 0:52:25, tendo ficado em 16º no meu escalão M6099. Na geral em 390 entre 1017 que terminaram não foi mau).


Depois foi o convívio final com os amigos, "pegar" na amiga Analice e regressar a casa.


Gostei bastante da prova. O pinheirinho que nos deram já está plantado. Espero que medre para o colocar na natureza.

2.3.13

IV Trail de Sicó*

Organizado pela Associação "O Mundo da Corrida" realizou-se em Condeixa-a-Nova o IV Trail de Conímbriga-Terras de Sicó.

Que grande evento (pela primeira vez fiz 22 km, sendo totalista nas três anteriores edições na prova mais longa), com tantos e bons abastecimentos ao ponto de ouvir companheiros dizerem que sem sede e fome, era pena não provarem o que de bom aquelas mesas tinham e outros a referir que parecia a "Rota dos Queijos", pelos queijos, pão, mel que ali estavam à nossa disposição.

Foi bom voltar àquelas aldeias, àquelas gentes, àquelas paisagens maravilhosas. Passar por Conímbriga, pela ponte romana, ver desta vez o rio dos Mouros com um bonito caudal.

Que prazer ouvir naqueles sítios mais bonitos e onde seguíamos bem perto uns dos outros, referirem a pena que tinham em não poderem levantar os olhos do terreno para poderem desfrutar em pleno a magnífica paisagem envolvente.

Nem a queda que tive numa subida com grande pancada num joelho numa pedra retirou o prazer de sentir que isto sim, isto é lindo, isto é maravilhoso, isto é Sicó.

A música, o apoio e carinho da população, os bombeiros sempre presentes, os sorrisos, a minha malta sempre ali no apoio a todos, o cortar da meta e as classificações a serem 'debitadas' de imediato para o suporte informático, a preocupação da organização para que nada faltasse fez com que esta prova tenha tido o sucesso merecido.

Parabéns a todos os que participaram, parabéns a todos que contribuíram para esta grande festa do desporto, parabéns a toda a população de Sicó.

Só no trail é que há fotos assim, a nossa Analice com uma aldeã. Foto: Francisco Bossa

Os meus agradecimentos ao posto médico que me atendeu, e resolveu de imediato o problema no joelho. Está dorido sim, mas é uma dor que é suplantado pelo prazer de ter estado neste evento.

A terminar a minha prova 2:55:42 depois.


Aqui a ver a chegada de outros atletas (Marcus Bonito)

Fotos: "O Mundo da Corrida"

O meu diploma


No fim um saco repleto de ofertas. Para além da t-shirt, uma garrafa de vinho, queijo, escarpiada.

Não há provas como a dos trilhos. Pró ano voltarei mas para os 45km. Até lá minha gente de Sicó, tudo de bom.