26.2.21

Media Maratón Sevilla - Los Palacios

Fui, juntamente com a minha equipe da altura o CCD de Loures, três vezes a esta meia-maratona, 2003, 2004 e 2005.

Sendo na altura festiva do Natal, todas as ruas estavam engalanadas e cheias de cor devido às luzes que iluminavam todo o espaço.

Numa delas deu para ir visitar o que restava da Expo que ali se tinha realizado em 1992. Comparada com a nossa é confrangedor. Tudo ao abandono.

A cidade é bonita, Plaza Virgen de los Reyes, Torre del Oro muito perto do local onde pernoitamos assim como a Ponte de Triana que atravessa o rio Guadalquivir, e outros mais locais, são de visita obrigatória. Um contra, a comida e a 'simpatia' de nuestros hermanos. Tanto uma como a outra deixam muito a desejar.

Tive no café da gare dos comboios, único local aberto para tomarmos o pequeno-almoço antes de partirmos para a partida da prova que começa nos arredores e não na cidade, um pequeno desaguisado com os empregados, pois sabendo que éramos portugueses, atendiam primeiro os estrangeiros não ibéricos.

Prova com algumas subidas, numa delas, pela berma, iam ovelhas em longa fila que atravessaram a estrada em determinada altura e tivemos que parar por algum tempo para as deixar passar. Foi caricato mas foi bonito.

Com subidas que não é de todo o meu forte, lá as consegui fazer e lembro-me em 2003, que era já em sacrifício que me 'arrastava' nos km finais, nunca pensando em desistir mas a moral estava em baixo. Ao longe ouvi um barulho estranho, contagiante, o que seria aquilo? Remocei, acelerei e foi impressionante, na longa avenida onde finaliza a prova, os locais batiam com as tampas das panelas uma contra a outra. Esqueci-me do cansaço e acabei em beleza.

Depois do convívio final era comer o que cada um levava e regresso a Portugal. Paragem obrigatória em Vila Verde de Ficalho para um lanche à maneira, que de Espanha nem bom vento nem bom casamento.

2003 - 1:31:08
2004 - 1:36:26
2005 - 1:41:47

foto: camisolas das provas e vídeo da primeira viagem que fizemos

16.2.21

Sempre Analice!

Correr por ti Analice, num dos teus locais de treino, a poucos metros de onde moravas.
15 km por ti Analice

15.2.21

Correr por Ti Analice

Amanhã é terça-feira de Carnaval.

Amanhã estaria em S. João das Lampas para Homenagear a nossa querida Analice, a brasileira mais portuguesa de Portugal. Devido ao confinamento, amanhã não podemos estar, os que ainda a guardam com carinho no coração, prestando-lhe a homenagem que a Analice merece. Amanhã irei até ao parque onde a Analice treinava e que fez parte de uma reportagem de uma TV.

Amanhã lá estarei, tentando fazer os 15 km, mas com os índices físicos ainda muito baixos devido ao Covid, tal talvez não seja possível. Mas vou até onde puder ir com a Analice, quando eu parar ela irá continuar pois foi e sempre será assim, uma mulher que nunca parava. Estejas onde estiveres, corre Analice!

Amanhã irei correr por ti.

10.2.21

S. Silvestre de Carnide - 29/12/1991

Se na minha primeira prova tinha feito 4,5 km, na segunda 8 km que tal abusar da sorte e fazer uma S. Silvestre com... 17 km?!

E assim foi. Uma S. Silvestre que começava em Carnide e percorria sete freguesias como está no reverso da medalha encontrada no tal amontoado.

Prova realizada à noite e se bem me lembro, chovia e não era pouco. Nos meus apontamentos tenho 53, mas deve ter sido o meu lugar na classificação geral.

Creio que esta prova só se realizou neste ano e porquê? - perguntarão vocês.

Os chicos-espertos não são só nas vacinas contra a Covid, nas provas há e muitos. Os que apanham o metro ou o comboio, os que têm outro companheiro a meio que continua com o dorsal deles, e até mulheres com bigode. Nesta prova foi o que acontece muito. Quando a prova começa e acaba no mesmo local, há sempre alguém que após percorridos alguns metros, tem sempre um atacador para apertar ou aliviar a bexiga. E nunca o atacador se aperta e a bexiga esvazia, ficam ali.

Os outros, os honestos, correm, suam, cansam-se e depois aparece na classificação um sujeito que nem correu, nem suou, nem se cansou, à frente deles.

E isto acontece sempre no grupo de quem tem já idade para ter juízo, no escalão dos veteranos.

No final, saída a classificação, houve mosquitos por cordas. Confrontos físicos entre aqueles que correram e aqueles que à frente ficaram sem correr. Eu estava ali a mais, aquela guerra não era minha pois tinha feito os 17 km, até que um dia aconteceu a mim e foi numa outra S. Silvestre, a dos Olivais.

Mas isso são outras histórias.

9.2.21

G. P. Bons-Dias - 1/12/1991

Se ontem andei num amontado de medalhas e encontrei a primeira medalha da primeira prova que fiz, da segunda já não tive tanta sorte. Se lá está não encontrei, mas lembrava-me que ainda tinha a t-shirt que me deram.

E lá fui procurar no amontoado das dezenas que tenho. Enrugada e velhinha pelo tempo, ali estava. Tantos as medalhas, os troféus e as camisolas duram o tempo que nós durarmos. Um dia quando partirmos, já têm o destino marcado.

Sobre as t-shirts. Tinha tantas que no fim das provas oferecia as mesmas a quem lá estivesse a assistir. Outras foram enviadas para África numa recolha que fizeram. Quem sabe se algum dos putos, incentivado por ela, já corre por aquelas terras vermelhas.

Esta prova dos Bons-Dias em Odivelas em 1/12/1991, tal como a de Trigache, tinha um 'defeito', era a de subir até à meta. Lembro-me que ao fim dos 8 km, o meu corpo ainda não habituado a estas andanças, deu em tossir que vi-me e desejei-me para a controlar.

Tenho nos apontamentos que fiquei em 64º lugar, mas deve ter sido da geral pois não vejo na época e numa prova de Concelho, 64 atletas Vet.1 (na altura com 39 anos pertencia-se já ao escalão de Veteranos). Aqui está a t-shirt, enrugada (podia ser passada a ferro, mas não era a mesma coisa), e tal como eu, já com 30 anos em cima, outra coisa não seria de esperar.

... E eu a pensar que 'Algodão Doce' fosse de comer, afinal era de vestir.

8.2.21

G. P. do Trigache - 10/11/1991

Quando procurava no meu amontoada de medalhas e troféus, algo sobre a minha participação na Meia-Maratona Vigo/Baiona em 2001, encontrei a minha primeira medalha ganha, na minha primeira participação em provas. Foi em Trigache (Odivelas) em 10/11/1991 na distância de 4,5 km e fiquei no meu escalão (Vet.1), em 6º lugar.

Lembro-me da dificuldade sentida pois aquilo era a subir e pouco mais me recordo dessa prova.

Já lá vão quase 30 anos.

5.2.21

Acreditar Sempre!

Durante os quase 30 anos de corrida (a minha primeira prova foi em Trigache na distância de 4,5 km em 10 de novembro de 1991) tive muitas lesões, mas a mais grave aconteceu em 2007.

Foram dois anos e meio parado devido a pubalgias que, segundo o médico, acontecia muito aos corredores de alta competição, não tivesse sido ele médico do Benfica durante muitos anos (… de alta competição? Obrigado Doutor! ).

Ele queria operar-me e eu perguntei se operado voltaria a correr. Não me garantiu, agradeci mas para não voltar a correr não valia a pena a operação.

E então engordei. Fui até aos 83 kg. De peso-pluma passei a peso-pesado (quando comecei a correr, pesava, para o meu 1,73 metros, uns míseros 62/63 kg). E como diria o poeta Mário de Sá-Carneiro:

Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o Outro.


Deixei o tempo passar. De vez em quando umas corriditas mas pouco... e fui melhorando!

O regresso às provas aconteceu a 24 de maio de 2009, na "1ª Meia-maratona na areia", hoje Analice Silva, na distância de 10 km. Parecia um barril com pernas. O que me custaram esses 10 km.

Mês a mês, com treinos, os kg foram ficando pelo caminho. De 83 passei para os atuais 72/73 kg. Aprendi a sorrir, o que antes não acontecia. Fiz de cada prova um prazer e foi desse rosto que aprendi a gostar. Estou mais velho, mas estou de bem comigo mesmo!

Por isso companheiros de corrida, nada de desânimos nos infortúnios. Se hoje estamos assim, amanhã é outro dia!

foto: O sempre companheiro Joaquim Adelino , a filha Susana Adelino Pinto que ganhou esta meia-maratona e eu nos meus 83 kg.

4.2.21

O Jardineiro

"Almas lindas são assim... colaboram com a natureza!"

Que me lembre nunca plantei nada, ou se plantei nada medrou.

Mas a natureza tem destas coisas, pôs-me a fazer de jardineiro. E tudo por causa de uns ciclames (nem sabia o que isto era) que vi no pinhal. Chamou-me a atenção as suas cores no meio do verde e castanhos que por lá há. Hoje, antes do treino, fui até ao 'meu' jardim e reparei que haviam uns bolbos cujas raízes não estavam enterradas. Mãos à obra e eis-me a fazer buracos, retirar ervas daninhas em volta e lá fui colocando os bolbos e tapando com terra.

... e que lindo está ficando o 'meu' jardim pois nele está um pouco de mim.

2.2.21

Carlos Plácido

Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer.

Mahatma Gandhi

No domingo tentei mas não o consegui, correr 12 km sem parar.

Hoje os pés puseram-se a caminho depois de ter ido até ao pinhal ver umas flores a desabrocharem.

Fui inspirado e ao mesmo tempo queria dedicar este meu treino pós Covid a um companheiro de estrada que tinha morrido de Covid.

Companheiro de muitos anos no CCD de Loures, terminou o seu percurso de vida não numa corrida mas vitimado por esta 'gripezinha' que mata.

Para ti companheiro Carlos Plácido, um abraço do tamanho das muitas provas que fizemos.

Até sempre!