7.12.20

5km pós Covid

Consolidados os 3km sem parar, passei à fase seguinte, correr/caminhar/correr 5km.

Até ao fim do ano, com estes lentos mas progressivos aumentos de quilometragem, não daria para fazer a S. Silvestre (mesmo virtualmente), mas o objetivo é para o ano, passada esta maldita pandemia, conseguir estar numa prova junto aos amigos e sentir a adrenalina da partida... E da chegada!

Para quem corria mais de 50km é frustrante, mas a vida é assim mesmo.

30.11.20

3km pós Covid

Objetivo conseguido

Estava difícil mas hoje consegui correr 3km sem parar.

Quem não tem noção do que o vírus provoca, até lhe assome um sorriso por eu estar a realçar o facto de ter feito 3km pois isso, para um atleta a sério, nem para aquecimento serve.

Mas para mim, nesta altura, é uma vitória. Agora há que consolidar estes 3km e depois partir para os 5km.

Com calma, paixão e vontade isto vai, aos poucos mas vai.

4.10.20

Fim da 'Maratona' - início da recuperação*

Após dois testes negativos e a pontada de febre ser uma situação passageira, o regresso a casa. Em fisioterapia pouco tinha andado mas na hora da saída andei e não foi pouco. À minha espera estava o pilar, o suporte que me tem valido nesta fase, a minha mulher. Foi a emoção normal do reencontro ao fim de quase um mês de hospital, pois estive mais para não a ver, do que voltar a ver o rosto de tantos anos de partilhas.

Um dos meus filhos trouxe-me a casa. Mas tive tanto azar que um dos dedos do pé inflamou (coisas de anos de corrida) e mal o conseguia poisar. Nada que um nosso conhecido anti-inflamatório não resolvesse, mas foi um dia e noite de muito gelo e dores.

Hoje foi a minha primeira saída. Descer escadas e ir até ao quiosque comprar o jornal. Descer todos os santos ajudam. Comprado o jornal, foi a conversa com a vizinhança que acabam sempre por saber do que se passa, os conselhos e a advertência que não devem ignorar o perigo do contágio. Se desci na companhia da minha mulher, subi na companhia da minha filha e do meu neto que, por mero acaso, tinham acabado de chegar para visita.
Como podem reparar, embora esteja 'imune' (nunca fiando), estou de máscara e assim será sempre que deslocar seja a que lado for onde estejam seres humanos.

Sejam precavidos. A vida deu-me a possibilidade de contar a minha história. Vi um companheiro de quarto morrer, vi um companheiro gritar toda a noite e dia, este não por efeito Covid, pois já estava na área 'não Covid' e, por isso, façam o possível para não terem que contar a vossa, pois podem não ter tempo para o fazer.

30.9.20

O Maratonista*

Em 28 de agosto feito o teste, foi-me diagnostificado o malfadado vírus.

Quarentena associada e nos primeiros dias em nada a doença se manifestou. Até que um dia, sentado no sofá, começo a sentir que algo não estava bem. Desmaio, bato com o nariz algures e quando recobro o conhecimento estou com sangue pelo quarto. Vómitos e chamado os bombeiros, pouco fazem.
Dois/três dias depois volto a piorar. A única solução era urgência no hospital. Fui hospitalizado no dia 8 de setembro.

Fiquei em coma induzido devido a uma grande infeção. Depois, cuidados intensivos. Foi a pior fase. Tinha um enorme débito de oxigénio e colocavam uma máscara que secava a garganta e cada engolir era uma tortura, mas foi graças a ela que aos poucos foi diminuindo a necessidade de oxigénio. De 15 litros fui progressivamente até aos 5. Isto durante dias numa cama onde dali não saía.

Novo teste e de novo positivo. Ainda não era desta. A luta, com o auxílio de profissionais que tudo faziam para minorar o sofrimento, era essencial. Conforme vou melhorando vou mudando de ''box'' e de máscara. Perguntas sobre o que fazia, se praticava desporto e quando disse que praticava atletismo e à pergunta normal que tipo de provas tinha feito, quando referi, maratonas, trilhos... Fiquei conhecido pelo maratonista.

Volto a fazer novo teste... Negativo. Repito e dois dias depois confirma-se.

Actualmente, 22 dias depois, estou na área dos 'não Covid'. Livrei-me do bicho. Agora há só uma pequena restrição que me impede de voltar a casa, uma pontada febril. O meu Obrigado a todos os profissionais que me salvaram a vida.

... E, a meio da noite, sorrateiramente, a auxiliar coloca mais um pacotinho de bolachas, junto ao que tinha pedido.

29.5.20

Tesourinhos...*

15 km - Corrida das Fogueiras

Participei vários anos nesta prova. Prova disputada à noite teve, creio que em 1992 ou 1993, um disparate quando era primeiro-ministro Cavaco Silva. Em vez de uma alterou para duas horas a hora de verão. Nessa noite não se acenderam pela primeira vez as fogueiras em Peniche. Para quê se às 9 horas ainda era dia.

Nesta prova ofereciam aos primeiros 200 classificados um porta-chaves, o anverso com a heráldica da cidade e no reverso o ex-libris de Peniche, a Nau dos Corvos ou Pedra da Nau no Cabo Carvoeiro.

Ganhei algumas que dei aos meus familiares, mantendo comigo até hoje e desde esse ano o meu porta-chaves, o que ganhei em 1995 (já lá vão 25 anos). Fiz o tempo de 56'55'', fiquei na geral em 152º lugar e no escalão V1 em 17°.

Corria-se bem nessa altura!

27.5.20

Resumo de uma carreira*

Estou quase a fazer 30 anos de corrida. Treinei pista, salto em comprimento e barreiras no Benfica de Luanda por volta dos meus 18/19 tendo abandonado e até aos 39 anos foi só futebol. Depois arrumei as botas e calcei de novo os ténis.

Como trabalhava por turnos (semanas de noite incluídas), não podia almejar grandes tempos, pois muitas vezes ia para as provas sem descanso algum (e nas duas vezes que fui parar ao hospital nos trilhos, tinha saído de duas semanas de noite).

Fiz o que pude e quem faz o que pode a mais não é obrigado!

Um dia destes deu-me para catalogar por tempos todas as provas que tinha feito nas suas mais variadas distâncias. Só tenho até 1999, a partir daí desisti de as inscrever pois os tempos que fazia não mereciam esse trabalho e ter pensado mais em desfrutar do que continuar a 'lutar' por lugares cimeiros.

Só estão os melhores tempos de cada prova, embora as tivesse feito muitas vezes.

Não são grandes tempos, mas também não podia exigir mais de mim.

Vou colocar só as principais distâncias pois haviam provas com distâncias para todos os gostos e, como todos nós sabemos, mesmo nas mesmas distâncias, há provas e provas.

Falta aqui a MM da Inatel na Costa da Caparica, onde fui campeão distrital com 1h22'52'' em 1996

24.5.20

Meia-Maratona na Areia Analice Silva*

Era hoje mas, devido à pandemia, foi cancelada e alterada para o próximo ano.

No entanto um grupo de sócios da Associação 'O Mundo da Corrida' que tinha a seu cargo este evento e amigos desta grande Atleta, reuniram-se hoje na Costa da Caparica para prestar a sua Homenagem à prova que não se realizou, em memória da Analice.

Houve encontros e desencontros mas no fim, num lindo dia de sol e mar, estávamos juntos no areal da Costa onde a Analice tanto gostava de correr.

... e ela lá no alto sorria!

17.5.20

Arejar...*

Está na hora de arejar as ideias e organizar a mente...

Vou correr!


foto: Luís Alberto Santos na prova do Mirante (2014)


7.5.20

Vitor Veloso*

Os amigos de peito que penso ter, são muito poucos. Com eles partilhei momentos da minha vida, estudei com um, fui à tropa com outro, corri com alguns muitas provas mas cada um (excetuando um caso ou outro) no seu passo.

Há um que conheci em 2009 numa meia-maratona em Lisboa e até hoje foi preponderante em muitas situações que vivi (e eu sei que também o fui para ele).

Na Geira Romana em 2010 quando lesionado andei perdido no Gerês, e já em desespero consegui por fim sair daquele labirinto a caminho da estrada, ouço o telemóvel tocar, era o Vítor preocupado pois sabiam que havia alguém perdido na serra que era eu.

São inúmeras as provas que ele fez comigo: Ultra Maratona do Atlântica, Almourol (após um problema grave de saúde que tive), Kayak - Trail do Tejo, S. Silvestres, Maratonas, Caminhadas… foi sempre o companheiro que muitos gostariam de ter, um ‘puto’ maravilha.

Estou-lhe grato por tudo e para mim a palavra gratidão não é uma palavra vã. Há quem a esqueça mas eu não. Um dia, sozinho, fiz 35 km no areal da Costa da Caparica pelos seus 35 anos de vida.

São estas pessoas que nos fazem acreditar que, num mundo cruel, ainda há quem valha a pena ter a nosso lado. Hoje menos presentes que no passado, mas mesmo ausentes, os amigos do peito (onde o Vítor está incluído) estarão sempre em mim, sempre no coração.

Grande Abraço Vítor. Amigos para Sempre!

fotos: Almourol 2013. O Vítor aguardando-me para aquele abraço e eu na Costa da Caparica depois de fazer os 35km (na areia escrevi 'Parabéns Vítor - 35km)

2.5.20

1° de Maio no dia 2*

Por impedimento não pude ontem, sozinho, entregue a mim mesmo, comemorar o 1° de Maio, prova que tal como a Corrida da Liberdade, faço questão em participar todos os anos.

Hoje pus os pés a caminho e na intenção de fazer os 15km da prova.

Com bastante dificuldade nos últimos km lá o consegui.

Pegando numa parte de um poema de Henley, que o meu filho Renato Lima colocou no seu FB, nem a pandemia me faz parar:

"Por ser estreita a fenda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou o mestre de meu destino;
Eu sou o capitão de minha alma."

foto: AMMA - 1° de Maio 2015

30.4.20

Escrita...*

Falo pouco, escrevo muito.
A escrita é a minha voz.

©Mário Lima

29.4.20

O Homem do Momento*

Subiu e desceu a Avenida da Liberdade completamente sozinho, com uma enorme bandeira de Portugal com o mastro apoiado ao ombro.


Quem é este homem? Todos nós ligados ao atletismo sabemos bem quem ele é. Carlos Ferreira de seu nome, vestido de empregado de mesa, uma bandeja na mão com uma garrafa de água e um copo, durante anos correu em muitas provas onde participei (não confundir com outro atleta também com o mesmo nome e que atualmente também o vejo em provas vestido da mesma maneira e com bandeja).

E lembrei-me que um dia o tinha filmado. Foi no longínquo ano de 1996. Eu estava lesionado e em vez da Maratona só fiz a meia-maratona juntamente com o meu irmão Alfredo Lima, e enquanto aguardava a chegada do meu irmão Josué Lima que participou na Maratona, fui filmando a chegada de outros participantes.

Tenho uma filmagem hoje histórica, o momento em que este Homem, solitário na Avª da Liberdade em 2020, terminava a meia-maratona em 1996 nos Jerónimos.

Minuto 1:30

25.4.20

Corrida da Liberdade - 2020*

Sou um homem de convicções e de paixões. Gosto do que faço.

Hoje tinha que lá estar, no Posto de Comando na Pontinha, onde decorreu toda a logística que deu origem ao 25 de Abril de 1974. Não por partidarite pois, como o Zeca, eu sou o meu próprio comité central. Penso pela minha cabeça e não por diretrizes deste ou daquele partido.

Sou um homem da esquerda democrática.

Se não fosse a pandemia estaria a correr mais uma vez a Corrida da Liberdade, como o faço há quase 30 anos. Sozinho corri os 11km da prova. Quando acabei na minha zona, foi como se estivesse a cortar a meta nos Restauradores.

Ontem, hoje e sempre com o 25 de Abril no coração.

14.4.20

Treino*

Mais um treino e uma avaliação do estado da nação. Mais carros a circular e no parque o normal no período da manhã.

A dona com o seu buldogue ambos no banco e a baba do cão a cair sobre o mesmo. Um atleta com elásticos exercitava-se, e o grande Armando Aldegalega, hoje com máscara (mas teve que colocar o nariz de fora que isto de correr com ela não deve ser fácil), por ali também treinava.

Chegado aos 8km e ia fazer o regresso a casa (seriam 10 km de treino), reparei num impermeável no trilho. Como tinha visto uma senhora com mochila, logo pensei que seria dela, localizei-a e era mesmo. Levei-a ao local, felizmente ainda estava lá, e feito essa boa ação de escoteiro, acabei por fazer 12km.

Depois fui visitar a minha 'diabinha' , onde fizemos uma sessão fotográfica. Como é fêmea e vaidosa, não queria sair do meu joelho.

Tanto é vaidosa, que aqui está em pose, a olhar para o seu reflexo na máquina. Ai, ai... Mulheres!

6.4.20

Parque*

Hoje no parque onde treino

A inconsciência de uns, é a morte de outros.

As fitas de proteção, fazia-lhes 'comichão'.

29.3.20

Treino Matinal*

A hora mudou mas às 11 vs 10h, estava a preparar-me para dar início ao meu treino dominical.

Hoje havia pouco trânsito. Aqui e ali, um transeunte ou atletas como eu, percorriam as estradas quase desertas. No parque, o macho pato-real passeava com a sua parceira no rio da Costa. Os patinhos deviam estar escondidos pois não vi nenhum. O movimento por ali era pouco. O buldogue sentado no banco ao lado da dona, umas meninas a correr, um sujeito em jeito de ginástica subindo uma escada imaginária, o céu azul e um silêncio que fazia com que ouvisse o som das minhas passadas.

Fui só, regressei só e fiquei bem comigo mesmo, e estando bem comigo, estou de bem com o mundo.

27.3.20

Treino em tempo de pandemia*

Hoje mais um treino. A estrada tinha mais movimento que o habitual, até parecia que não estávamos em quarentena e em fase de mitigação.

A Feira do Silvado encerrada e o parque, talvez por ser no período da manhã, tinha pouco movimento.

Parei por momentos o treino, para tirar esta foto à fêmea do pato-real com a sua filharada, e pela quantidade de patinhos, o pato-real não fez quarentena.

😇

A vida continua e Vamos Ficar Todos Bem!

19.3.20

Dia do Pai

Pai em Luanda passamos uma guerra civil. Ficámos lá sobrevivendo como podemos. Conseguimos vencer essa guerra
Hoje, de outra forma, há uma nova guerra, esta contra um vírus, mas os teus filhos, também já pais, irão vencer de novo.
O país está, como no nosso tempo, quase parado, mas fui treinar.
Este treino solitário dedico a ti.

Bjs Pai, estejas onde estiveres.

23.2.20

21º Grande Prémio do Atlântico*

Embora não totalmente restabelecido da gripe que me afetou, e ter deitado tardiamente, hoje (ainda as gaivotas secavam as penas nos primeiros raios de sol), lá estava na Costa da Caparica, para cumprir os 10 km desta prova.

Ao contrário de 2011, desta vez tudo correu bem. O tempo ajudou, a organização impecável, sinal que se aprende com os erros, e foi a prova possível. A partir do sétimo quilómetro quebrei um pouco. Ainda pensei começar a andar, mas há razões mais fortes que nos impele para a frente e quando assim é, a mente dá uma ajuda e os sonhos concretizam-se.

É bom saber que os piores momentos estão a passar.


26.1.20

Fim da Europa - 2020*

Nunca tinha ido a esta prova de comboio. Noite mal dormida como sempre quando tenho prova, pegar no saco e a caminho da vila que Lord Byron chamou de “glorioso Éden” e Almeida Garret “amena estância”.

Cheguei cedo, muito cedo, deu para ver a bruma subindo a serra, o Palácio da Pena ir aparecendo e o dia modificando. Tinham dado céu muito nublado e afinal o sol surgiu, o tempo ficou agradável e a serra à espera daqueles que a iam desfrutar.

Parti às 10h, com a amiga Maria Puga que era a primeira vez que participava na prova. Logo nos primeiros km senti que não estava em condições físicas para as subidas. Mesmo considerando que as subidas sempre foram o meu 'calcanhar de Aquiles', estava difícil conjugar o esforço com a respiração e arfava desesperadamente. Bem procurava controlar fruto de tantos anos de provas, mas nada. A Maria Puga bem me apoiava e mostrava preocupação, mas eu dizia que não era nada e que recuperaria. Sabia que não o conseguiria e correndo e andando, deixei-me ir.

Olhei aquele verde luxuriante, as árvores que ladeavam a estrada, faziam-me lembrar outros sóis, outras luas, outros tempos. O cheiro da maresia começou a invadir-me. O mar, o mar fitava-me como dando-me um abraço. Eu e o mar, o mar e eu seremos um dia um só.

O farol, os sorrisos, os braços levantados, os incentivos e, de mão dada, eu e a Maria passamos a meta. Terminada a prova, o abraço amigo e sentido.

Tudo o resto não importa, só a camaradagem.. Os amigos são para ficar no coração.

1.1.20

O GPS*

Tudo na vida tem um princípio e um fim.

No princípio era o Verbo e, a partir daí, surge o Tempo. Durante milénios, o sol era o principal medidor do tempo, e surgem os relógios de sol (os obelisco eram relógios e surgiram há 3500 a. C.). Depois tudo evolui e surgem os relógios de corda e, mais tarde, com a evolução tecnológica, aparecem relógios que nos dão indicações preciosas, relativamente ao batimento cardíaco e outras, e uma função importante... O GPS.

Até 2010, como corria em estrada, sempre usei o relógio normal de pilhas com cronómetro. Como é óbvio, o relógio não media a distância, e como tudo ou quase na época, era medida a 'olhómetro' ou por uma roda que ia a um metro do passeio e fazia a contagem da distância, nada era fiável. Chegava-se ao fim da prova, parava-se o cronómetro e era assim que avaliávamos o tempo feito numa pseuda distância 'correta'.

Em 2010 passo a correr em montanha. Ali o cronómetro não me servia de nada pois querendo avaliar a quilometragem feita, teria que recorrer aos novos relógios que apareceram com GPS. Nos trilhos não há indicação de km a km. Corre-se e se não tivermos algo que nos oriente sobre os km percorridos, é certo e sabido, que quando aparece as indicações de 10/20.../50km já vamos com a língua de fora por falta de controlo da nossa parte do esforço efetuado.

Comprei o meu Garmin 205 (estava comprado e outros já estavam a aparecer sempre com novas funcionalidades).

A semana passada, ao fim de 9 anos de serviço, chegou ao fim. Ainda comprei uma bateria mas tudo aquilo, tal como nós, mesmo colocando um 'coração' novo, o 'corpo' estava desgastado. Já na meia maratona tinha dado sinal disso, apagou algumas vezes durante a prova.

No último treino, tenho 7km mas corri mais pois quando me apercebia estava apagado e logicamente assim não contabiliza nem distância, nem tempo.

Foram muitas as provas feitas com este relógio. 'Correu' comigo muitas serras e montanhas, andamos de noite de 'mão' dada ouvindo o barulho do mar em provas noturnas. Corremos nas areias quentes de Melides/Tróia, foi minha 'amante' nas horas tristes e alegres que a corrida nos proporciona e é com relativa tristeza que olho para o fim dele. Nunca mais irá ficar no meu pulso. É um relógio sim, sem sentimentos, sem tic-tac que se ouça, mas tem muito de mim.

Esta foi a sua última leitura.