19.12.11

Boas Festas - 2011

Depois de um almoço convívio em Leiria que se prolongou pela tarde de sábado, era pouco provável que o treino, de 20 km, que tinha idealizado fazer no domingo, tivesse pernas para andar.

Mas a vontade de o fazer parece que adormeceu comigo e eis que de manhã muito cedo já as pestanas se abriam e perante isso, o melhor é mesmo saltar e fazer a vontade ao corpo.

Tinha lido no blogue do José Lopes que o G.P. Natal se iria realizar e como vi só 10 e não li o resto, pensei que a prova seria às 10 h. Eis-me a caminho do Campo Grande onde deixaria o carro. Iria até à partida, faria a prova como 'pirata' (esta prova deixou de fazer parte do meu programa em 1996, voltei em 2009 e foi a 'barraca' do costume) e depois seria o retorno dos Restauradores até ao Campo Grande.

Quem não lê tudo sujeita-se e quando me dirigia às 9h45' do Campo Grande para o Saldanha encontro o amigo Américo que me diz que a prova iria começar às 10... para as onze.

Ali corremos às voltas no jardim do Campo Grande, depois há que ir até à partida onde logicamente se viram os 'suspeitos' do costume.

Fábio Dias, Carlos, Henriqueta e eu. Foto: Lu Alves

Dada a partida, fui na companhia de uma corredora que tinha feito a sua primeira meia-maratona na Maratona de Lisboa e estava feliz por isso já que ainda não tem muito tempo de corrida. Reparei que a respiração não estava controlada, dei-lhe algumas dicas sobre como respirar bem em provas, vi o José Lopes que, após a saudação, continuou no seu passo e lá se foi. Após o 2º túnel deixei esta corredora com um companheiro de equipa e acelerei.

Vi vários companheiros do CCD de Loures e avisto de novo o José Lopes. 'Colei-me' a ele e após uma ligeira paragem para apertar o atacador, fui com o Lopes até ao fim, com um tempo sempre abaixo dos 5'/km. Acabou a prova em 42'31'' (eu 'fugi' da meta como o diabo da cruz).

Próximos da Meta. Foto: AMMA

Depois foi o retorno até ao Campo Grande, ainda dei por ali umas voltas para perfazer os 20 km e assim fiz o meu último treino longo deste ano.

5.12.11

Maratona - Objetivo Cumprido!

Depois de uma longa ausência (14 anos) o regresso à mítica distância de 42,195 km, a Maratona.

O objetivo do meu regresso era o de ajudar um companheiro a concretizar um sonho, o de fazer, pela primeira vez, a Maratona.

Confesso que estava um pouco hesitante na minha prestação. Mesmo depois tantas outras provas de igual distância (Melides/Tróia) ou de grande dificuldade como o são as provas de trilhos, era com ansiedade que aguardava este dia. Mas parece que quanto mais se pensa que as coisas poderão não correr bem é quando elas correm melhor. Foi um espetáculo, não pelo tempo final (devido a uma série de situações) mas pela frescura com que concluí esta prova.

No início lá estava a equipa que iria do princípio ao fim para apoiar a estreia dos dois novos maratonistas (juntou-se depois um terceiro, o Ivo Rosa).

Henriqueta, Carlos, Jorge, eu, José Lopes e a presença do Joaquim Adelino. Foto: José Lopes

O andamento foi um pouco superior ao que estava delineado que eram 6´/km. Mas estávamos em sincronia e sem esforço aparente para qualquer dos participantes.

Perto de Belém o grupo compacto. Foto: Lu Alves

A prova decorria com boa disposição e os km eram bem palmilhados, um dos estreantes começou a apresentar dificuldades tendo ficado o Carlos para trás para o ajudar enquanto eu e Henriqueta continuávamos a 'apadrinhar' o nosso 'afilhado'.

Aos 35 km, começaram as dificuldades para ele mas sempre tentando não parar o que aconteceu. Andando e correndo fomos indo. Na subida da Alameda, como estávamos a perder o ritmo e a ficar com frio, e incentivados pelo nosso companheiro, eu e a Henriqueta corremos até ao portão de entrada do Inatel onde aguardaríamos a chegada dele para cortar a Meta. Foram dois km em bom ritmo (até nem parecia que tínhamos já 40 km nas pernas) e à entrada fomos aguardando pelos companheiros. Vem o Carlos mais o Jorge e a Henriqueta acaba a prova com eles.

Eu aguardo e vejo o Joaquim Adelino, o António Almeida (um bom regresso do António depois da lesão) em apoio ao José Lopes. Junto-me ao grupo e os três (o António saiu antes, já que tinha terminado a sua prova) finalizamos de braço no ar a estreia deste novo Maratonista.

Foi uma prova muito agradável, infelizmente já não havia nem sumos nem massagens para os que chegaram 'fora-de-horas' para a organização, mas ficou a sensação de dever cumprido e isso é o mais importante.

No fim o descanso dos 'guerreiros' aguardando a chegada de mais dois estreantes na Maratona, os amigos Fábio Dias e o irmão Hamilton 'apadrinhados' pelo José Magro (o Ivo Rosa acabou logo de seguida).

Já em descompressão. Foto: José Lopes


Foi uma Maratona de estreias e finalizada com sucesso.

O meu vídeo da Maratona

Para mais tarde recordar!

O meu Obrigado a todos os fotógrafos que fizeram com que este vídeo fosse possível.

21.11.11

Longo Treino Longo*

Um título que diz tudo. Era para fazer um treino longo mas não tão longo como fiz.

Aproveitando a 1ª Corrida D. Dinis (10 km) realizada em Odivelas, fui de casa, já em regime de aquecimento, até ao local da partida.

de Dom Dinis, "Non chegou, madr', o meu amigo.

Como já estava combinado, fiz a prova com o José Lopes para mais um acumular de quilómetros para a Maratona. Com subidas e descidas, foi uma prova agradável e o pretendido era fazê-la em ritmo próximo ao que se pretende para a Maratona, não a menos de 6'/km. Mas isto de provas já se sabe como é, é sempre um treino acelerado e foi à média de 5'19''/km (com os dois últimos km a 4'44'') que acabamos a prova (saí antes da Meta pois não estava inscrito).

Saída da prova. Foto: Joaquim Adelino

Mas o treino não ficaria por tão pouco e juntamente com mais amigos que irão fazer a Maratona, fomos até a Frielas com retorno.

Ivo, José Lopes, Francisco Bando, Fábio Pio e José Magro (o padrinho do Fábio, para a Maratona)
Foto: Hamilton Dias

Pelo caminho iam ficando alguns já de regresso a casa ou ao seu meio de transporte e por últimos, eu e o José Lopes.

Era para fazer uns 20 km acabei por fazer 25 km no tempo de 2h27'.

Agora é só ir rolando em termos de quilometragem, (será na última semana, que se terá que abrandar em termos de tempo de treino) e assim se vai tentar fazer com que a Maratona, não sendo um ´papão', seja feita sem problemas físicos de maior.

16.11.11

37ª Meia Maratona Internacional da Nazaré


Voltar à Nazaré é como voltar a casa. Sendo natural de uma terra da zona costeira, é junto ao mar que me sinto bem, mesmo que esse mar seja bravio e tenha ondas da altura de 30 metros.

Não foi esse o caso nesta 37ª Meia Maratona da Nazaré. No Sábado o tempo até esteve ameno, o mar sereno, a noite relampejava mas o trovão não se ouvia, sinal que a tempestade estava longe.

Mas já se sabe que em dia de prova na Nazaré, que não se apanhe uma 'carga de água' em cima não é prova.

O dia acordou bem disposto. O ‘speaker’ de serviço até fez um auto-elogio dizendo que tinha feito um acordo com S. Pedro e que este bonacheirão se tinha prontificado em não mandar chuva. Mas já se sabe que este santo é danado para a brincadeira e quando se pensava que não havia molha eis que abre as portas do céu e foi uma chuvada tal que os únicos que se devem ter safado foram os que chegaram nos primeiros lugares. Depois foi chover até mais não. As nazarenas, que aguardavam os clientes com castanhas quentes e boas e com os doces tradicionais na marginal, lá tiveram que se resignar com a má sorte pois em tempo de crise qualquer ganho é sempre bem-vindo.


Comecei a prova de trás para a frente procurando o amigo José Lopes para acertar o passo para a Maratona de Lisboa. Faço uma pequena paragem na prova, aquando a nova passagem pela partida, para cumprimentar pessoas conhecidas e eis que o encontro pouco depois.

Com o José Lopes e Renato Cruz (nº624). Foto: Margarida Henriques

Uma pequena alteração no percurso, com a inclusão de passagem pela nova ponte, fez com que os habituais ‘clientes’ desta prova tivessem mencionado o facto pela novidade. Acabamos molhados mas satisfeitos pela prestação.

Com o José Lopes. Foto: José Lopes

A Organização, como sempre, impecável, ano após ano vão mantendo bem viva esta prova. Um prato muito bonito alusivo à Meia, uma broa tradicional, para além da camisola, e a alegria e apoio que a gente nazarena nos dá, faz com que todos os anos voltemos para participar nesta festa do atletismo nacional.

7.11.11

15 km Casa Senna

Para memórias futuras!

A "Casa Senna" foi a primeira casa de venda de artigos desportivos em Portugal, a qual, ao longo de 170 anos, teve a honra de ser nomeada fornecedora da CASA REAL, pelo Rei D.Carlos, cuja ordem, por curiosidade, se transcreve:

«Eu El Rei faço saber a vós António Maria José de Mello Silva Cezar e Meneses, Conde de Sabugosa, Par do Reino, Gra Cruz da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo e de outras estrangeiras, Gentil Homem da Minha Real Camara e Meu Mordomo Mór: que attentas as circunstancias que concorrem na Viúva de José Alexandre de Senna, com estabelecimento nesta cidade de Lisboa, de bilhares e jogos diversos, Hei por bem e Me Praz Fazer-lhe mercê de a Nomear Fornecedora da Minha Real Casa, dos artigos do seu comércio sem vencimento algum pela Fazenda Real, gosando porém de todas as honras e prerrogativas que lhe competirem e podendo com este titulo collocar as Armas Reaes Portuguezas no frontispicio do seu estabelecimento. Mando-vos a façais assentar no Livro da Matricula dos Moradores da Minha Casa em seu titulo como dito fica.»
Paço em nove de Julho de mil novecentos e três.


Em 14 de Abril de 1991 realizou a sua primeira prova de atletismo denominada «15 KM DA CASA SENNA».

Participei nesta prova sete vezes (1994/5/6/7/8/9 e 2002). Era uma prova que se realizava em Abril, passou para o mês de Maio, e reunia um grande conjunto de atletas, muitos de 1º plano.

Tinha o seu início na Rua Nova do Almada (perto do Tribunal da Boa-Hora) e terminava na Rua do Crucifixo

1996, 6ª edição da prova. O tempo estava a ficar feio. Depois da prova começada, muito vento e chuva. Já no retorno (a prova decorria na 24 de Julho, local onde o vento contrário se fez sentir com mais força) vejo em grande dificuldade a Luísa Almeida vencedora do ano anterior. 'Colo-me' a ela. Foi uma luta contra os elementos até ao fim. Sempre à frente da Luísa, a fim de lhe 'cortar' o vento e poder ajudá-la a chegar à Meta em 2º lugar (nessa altura já a vencedora, Lucília Soares, ia a uma boa distância), fomos vencendo os km.

Lembro-me de, no 'Cais do Sodré', me faltar o ar tal a força do vento que me impedia de respirar como devia ser.

Terreiro do Paço e a Luísa sempre ali. Último km, o 'sprint' final e, ofegantes, passamos a Meta lado a lado.


Estava garantido o 2º lugar. Um abraço e um agradecimento pela ajuda. Dois minutos depois chegava a 3ª classificada.

Outra prova que me lembro bem foi a de 2002. No sábado fui fazer pernas no ginásio para reforço dos joelhos pois quebrava muito nas maratonas com dor nos ditos.

Domingo, partida dada, 2 km depois já não podia 'mais'. Ter feito ginásio no dia anterior fora um erro tremendo. Mas nada me faria desistir a não ser uma lesão e, em esforço, continuei. Sofri, mas acabei a prova.

Tempos:

1994 - 1h05'01''
1995 - 53'13'' (7º lugar do escalão)
1996 - 59'23''
1997 - 59'36''
1998 - 59'36''
1999 - 1h05'37''
2002 - 1h08'48''

Tempos que para 15 km, não eram maus.

Esta prova acabou em 2004

As medalhas
Fizesse o tempo que fizesse; chuva, granizo, frio, sol de queimar, eu estava ali na partida, o que não acontece nos tempos de hoje. As provas em que participo são em menor número e cada vez menos em alcatrão. Outros tempos!

P.S. - Para consulta de resultados desta e outras provas, recomendo este 'site' do João Lima. Um trabalho de pesquisa notável.

  • Atletismo
  • 1.11.11

    Ainda o Monge

    O conversar sobre uma prova não é discordar sobre o ponto de vista de quem quer que seja. É sinal de respeito pelas opiniões de cada um, mas também o de aprofundar o que correu mal, para que não volte a acontecer.

    (em termos de análise sobre um tema do Jorge Branco no seu blogue Último km, com Amizade!)

    Dizes que dois ou três metros após o cruzamento estava lá a placa dos 5 km. Isso significa que antes desses três metros existia um traço contínuo e uma seta com a indicação de voltar à esquerda.

    Os traços contínuos e setas, para quem anda nisto de trilhos e tu bem o sabes, significa que não podemos ir para além de, e voltar de imediato. Foi o que nós fizemos. Se voltamos antes da placa indicativa dos 5 km é sinal que ninguém viu essa placa.

    O curioso disto tudo é que quem não se perdeu foi exatamente pessoal que até não está habituado a trilhos. Eu vi um companheiro que nunca o vi nisto a seguir em frente e ia atrás dele, quando fui alertado pelo facto da existência do tal traço e seta. Ainda chamei o companheiro em causa mas já onde ele ia. Voltei atrás e fui pelo caminho que achei ser o correto.

    Estava uma pessoa da organização após a nossa subida dos 4,5km a indicar-nos o voltar à esquerda, no chão, o traço e a seta.

    Não teria sido melhor este colaborador da organização estar na descida a indicar-nos o caminho correto e não lá em cima? Claro que agora fácil dizê-lo pois ninguém sabia que iria acontecer o que aconteceu.

    Já fiz muitas provas de trilhos embora seja um maçarico nestas andanças, mas nunca tinha visto uma prova onde se perderam mais de 80% dos atletas. E corredores de qualidade habituados a este tipo de provas e a lutarem por um lugar no pódio.

    Fizeram-me reparos sobre o facto de ter zurzido na organização desta prova no meu blogue e noutras andanças da net. E quando aconteceu o que aconteceu no 'Douro Vinhateiro', não criticaram e quase crucificaram o organizador da prova e lhe chamaram todos os nomes e mais alguns pelo que podia ter acontecido aos corredores que com a canícula e sem água foram parar ao hospital desidratados, e exigiram que a prova do ano seguinte fosse de borla o que foi concedido, que agora fazem de conta que não passou nada nesta prova e até serviu de treino o facto de se terem perdido na serra?

    E quem não tinha água conforme o contado por um atleta (que fez 30 km)? E quem se lesionou e ficaria sozinho se ninguém o ajudasse como aconteceu com o Mário de Angola (digo de Angola porque ele é mesmo de Angola e eu sou tuga) num lugar que ninguém sabia onde estava?

    Passavam e passavam corredores como ele e ninguém parava. Para quê? Para ganhar um pão com chouriço?

    Eu não referi só a organização também referi a falta de solidariedade, que dizem que existe entre nós (parafraseando o Jorge Jesus o 'fair-play' é uma treta, aqui também é um salva-se quem puder), para com um companheiro caído.

    Pró ano voltarei de novo a esta prova. Caramba quero ver o tal corta-fogo e se há dias que as coisas não nos correm bem, desta vez foi à organização que isso aconteceu. Mas, e para acabar, que nunca nenhum elemento dessa organização diga a alguém, que sendo novato nestas aventuras e lhe tenha perguntado como era a sinalização, receba como resposta: «Vá atrás dos outros» - e ele foi, foi atrás de quem se perdeu.

    Já o afirmei em muitos temas meus que adoro esta gente. Gente que se entrega de corpo e alma, descobrindo trilhos, limpando esses trilhos, dando-nos belezas ímpares de contacto com a natureza, gente e locais que se não fossem eles, eu nunca iria conhecer.

    Mas isto não me impede de dizer que não fazendo isto na desportiva, não é pelo facto de perder ou ganhar uma prova, já me deixei disso, não encaro na desportiva é quando está em jogo a vida de um atleta. Para mim, acima de tudo está o ser humano, está aquele companheiro que deitado no chão levanta o braço e ninguém quer saber dele. Andei na ‘Geira Romana’ perdido uma hora no Gerês. Lesionado, desci e subi a serra. A cada restolhar ficava imóvel pois não sabia o que poderia estar atrás disso. Olhava para o chão para ver se arranjava algum pau caso fosse um lobo, só tinha calhaus.

    Se nas provas de estrada os cuidados serão mínimos pois há sempre ali alguém, na montanha isso não acontece e aquilo que não quero para mim não quero para os outros. Os cuidados têm que ser redobrados da parte da organização e meu Caro e Amigo Jorge desta vez não houve esse cuidado de quem organizou esta prova. Facilitou e quando as coisas acontecem é que vem o 'ai Jesus'.

    Como nas desculpas, as coisas para que não aconteçam, evitam-se!

    31.10.11

    19ª Corrida do Monge

    Pela 2ª vez envergo a t-shirt do 'O Mundo da Corrida' e pela 2ª vez não chego ao fim.

    Com colegas de trabalho e o Eurico Charneca. Foto: José Carlos Melo

    Se na primeira vez o facto deveu-se a eu desistir por não poder mais, desta vez foi uma organização vergonhosa que não teve o cuidado de verificar que ao mesmo tempo que a nossa prova decorria uma outra de BTT, com as mesmas fitas e com traços e setas no chão.

    Com Melo e Analice. Foto: José Carlos Melo

    Com Pinho e Ana Pereira. Foto: António Melro Pereira (AMMA)

    Perderam-se mais de 80% de corredores, alguns fizeram mais de 20 km e mais uma vez entrei numa carrinha para me levar para a meta pois andámos perdidos (embora já a caminho da meta) mais de uma hora e meia pela serra.

    Eu fiz mais de 16 km e só posso dizer que foi uma vergonha o que aconteceu.

    A prova BTT não era pirata. Foi organizada pelos BV de Colares daí muitos companheiros terem ido parar a Colares pois era a marcação das fitas para as BTT.

    Aqui está e bem referenciada a prova e os Regulamentos são de 1 de Setembro de 2011. Estive a comparar os percursos e bate certo em alguns pontos com o nosso.

    Regulamento, percurso e prova da BTT

    E não custava nada evitar que isto acontecesse, bastavam uns letreiros perto dos 5 km onde foi que todos nós virámos para a prova da BTT, com os dizeres 'Corrida do Monge' e uma seta a indicar o caminho correto, já que no chão se encontrava um traço contínuo e setas a cal a indicarem o caminho... para as BTT.

    Mas não, ficaram impávidos e serenos e depois eram dezenas de nós, perdidos na serra, sem saber por onde ir. Eu não levo isto na desportiva pois ainda tive que cuidar de um companheiro que estava no chão com cãibras e a nossa 'malta' a passar e ninguém o socorria. Qual companheirismo qual carapuça. É um salva-se quem puder? Uma medalha ou um pão com chouriço vale mais que um companheiro aflito na terra do nunca? Se eu não tivesse parado e ajudado, ele ficaria por ali no meio da serra e ninguém o iria buscar pois sem o sabermos já nessa altura estávamos perdidos.

    A sorte do grupo onde ia, é que havia um dos nossos que conhecia mais ou menos a zona e quando se viram fitas para a direita num determinado local, disse que por ali íamos parar a Colares e a bússola do GPS indicava o sentido contrário para Janes. Se não fosse ele eram mais uma dezena a ir parar a Colares. Tivemos sorte, os locais de abastecimento dos BTT forneceram-nos água e algum alimento para quem quis. E depois de mais km a andar, pois já ninguém corria, foi uma carrinha que nos levou até à meta.

    Na Meta era o caos. Pessoal indignado, carrinhas a despejar atletas atrás de atletas que foram recolhidos na serra. Os cuidados de familiares com alguns companheiros que não chegavam à meta e sabiam que se tinham ferido na prova e por lá andavam perdidos.

    Eu não queria atravessar a Meta. Tinha chegado de carrinha, fiz mais km do que estavam no Regulamento, andei duas horas e tal pela serra e era uma forma de demonstrar o meu desagrado pela péssima organização.

    Vieram ter comigo para o não fazer, a fim de controlarem quantas pessoas ainda faltavam para chegar ao fim. E vi chegar a Analice, e vi chegar companheiros do ‘O Mundo da Corrida’ e vi chegar muitos com os rostos crispados de indignação.

    Nesta prova não pode haver classificações e terá que ser anulada. Se oficializaram a prova, é mais um erro de palmatória desta organização.

    20.10.11

    Treino de 35 km, Sim ou Não?



    Esta questão surgiu depois de ter escrito o tema anterior e ter colocado o meu plano de treinos para a Maratona que penso realizar em Dezembro.

    Será necessário efetuar treinos de 35 km, como alguns companheiros se propõem fazer, para avaliar os índices físicos a 15 dias da Maratona?

    Fiz quatro Maratonas (1992/93/94 e 97) e todas elas foram preparadas e planeadas três meses antes da prova. Estive a ver os meus planos de treino e em nenhum plano tenho lá um treino com essa quilometragem. Como na época não havia GPS nem net onde pudéssemos avaliar a distância percorrida, fazia o trajeto dos treinos longos de carro e apontava os km mediante referências vistas no percurso; sinais de trânsito, casas, centro comerciais, etc., tudo num papel. Quando fazia o treino levava o papel (plastificado) no pulso e com o cronómetro sabia os km e o tempo gasto nesse treino.

    Num dos treinos que fiz estava lá de Famões (onde na altura morava) a Guerreiros (Loures), mas não tinha os km. Seriam 35 km ida e volta? Fui ao ‘Google Maps’ e verifiquei que perfazia 14,700 km. Ida e volta 29,400 km. Resultado nunca fiz um treino superior a 30 km para uma Maratona. Os tempos feitos por mim nessas quatro Maratonas (3h08´21´´, 2h57´12´´, 3h04´04´´, 3h16´33´´).

    Um amigo (Fernando Paiva Santos) disse que ia fazer esta semana o último treino de 30 km para a Maratona do Porto que se realiza dia 6 de Novembro. Estive a ver os planos de treino delineados pelo Mário Machado para o Fernando Santiago, que realizou três Maratonas no espaço de três meses (Algarve, Porto e Lisboa), e nele também não consta treinos tão longos (embora este plano tenha sido depois do Fernando ter feito a do Algarve).

    Fernando Andrade, outro grande Maratonista, que tem no seu curriculum mais de 40 Maratonas, terá feito algum treino destes?

    Penso que o ideal será mesmo não fazer um treino tão longo. O facto de fazer 35 km em treino não significa que aguentemos os 42 da Maratona. Dos 35 km aos 42 ainda faltam 7 km e muitas vezes é nesses últimos km que claudicamos.

    Como diz o Jorge Branco num seu comentário e que eu sigo: “O segredo da maratona está na regularidade do treino e na sua qualidade e não nessas “tareias” de 35 km”.

    E foi essa regularidade que vi na última Maratona do amigo Luís Mota no Algarve, na 1ª meia (21,097 km) - 01:22:48, na 2ª – 01:23:31, tempo da Maratona - 2:46:19.

    Mas cada caso é um caso e se alguém pensa que deve fazer um treino nessa distância, tudo bem! Isto é como a velha história de fazer sexo ou não antes das provas. Tinha um companheiro que dizia que se não o fizesse antes, a prova não lhe corria bem (mas nunca teve grandes resultados) e foi um rir à gargalhada quando na última prova que fiz, um grande atleta disse mesmo à nossa frente e à frente da companheira, que depois da prova é que era bom, pois estava com a testosterona em alta.

    Mas também não fazer como um selecionador fazia com os jogadores da seleção de futebol. Colocava-os em estágio no hotel durante uma semana e sem direito a relações sexuais. Resultado, não saíam eles pela porta, entravam elas pela janela.

    Nem tanto ao mar, nem tanto à terra!

    Bons treinos!

    P.S. - O vídeo colocado exemplifica o que fiz na Maratona em 1995 e nas outras Maratonas. Fazia a Meia-Maratona da Nazaré e 15 dias depois a Maratona.

    17.10.11

    Treino para a Maratona

    14 anos depois, vou voltar a fazer uma Maratona. Seria no Porto como o ano passado o tinha referido mas, como não deu, será na de Lisboa que o farei.

    O objetivo é o de ajudar um companheiro a concretizar um sonho, o sonho de fazer uma Maratona. Assim eu e outra companheira de estrada (Henriqueta Solipa) vamos fazer com que esse sonho se concretize.

    Como levo sempre a peito tudo aquilo a que me proponho, delineei um plano de treinos baseado na última Maratona que fiz em 1995, adaptando consoante as necessidades e à minha forma atual (fraquinha diga-se de passagem).

    Naturalmente que não farei o tempo dessa altura, mas a intenção também não é essa. É o começar e acabar com o companheiro em questão. Até pode dar o caso de eu não aguentar e ficar pelo caminho, mas não vou pensar nisso, na altura logo se verá.

    Aproveitando a 1ª Corrida do Sporting neste domingo, faria de Odivelas ao Estádio de Alvalade 5 km, a prova - 10km, e o retorno até Odivelas, outros 5 km, no total de 20 km para o tempo de mais ou menos 2 h.

    Acabei por fazer 2h20'. Cheguei ao Estádio cedo demais, andei à procura do José Lopes para fazer a prova com ele mas no meio de tantas 'jubas' não o vi e comecei de trás pois para além de não ter dorsal não fazia sentido estar a 'empatar' quem tinha pago a prova e eu estar ali no meio a fazer número.

    Estive com companheiros do local de trabalho e fiz a prova na boa, que foi impecável exceto aquele início muito afunilado para tantos corredores.

    Na partida. Foto: Leta Pais

    Corri a prova até à entrada do Estádio e claro que não ia entrar pois naquele covil só entrava quem levava chip e dorsal. Dei meia-volta, estive por ali sempre correndo, vendo o pessoal a chegar.

    Depois foi o regresso a Odivelas, ainda me 'apanhando' pelo caminho o José Magro e o Hamilton Dias que, depois da corrida, se dirigiam para casa... de carro!

    Foi um bom treino!

    P.S. - Uma observação. Não bebi uma única vez das garrafas distribuídas pela Organização. Levei sempre a minha do princípio ao fim como se pode ver pelas fotos. Não fazia sentido não pagar e usufruir de água que os outros companheiros pagaram. Para que se conste!

    6.10.11

    II Trail das Terras do Grande Lago*

    “A nossa maior fraqueza está em desistir. O caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez.”

    … E teria um dia que acontecer. Pela primeira vez desisti. Custa ter desistido a quatro km do fim, mas sabia que esses últimos km seriam dramáticos pois é um sobe e desce constante e não tinha condições físicas para os vencer.

    Ao contrário do ano passado, desta vez não levei a máquina para tirar fotos pelo caminho. Queria fazer a prova sem grandes paragens e levar a camisola de ‘O Mundo da Corrida’ a cortar a meta em melhor tempo que do ano anterior.

    Os primeiros km foram vencidos sem grandes problemas, o maior problema era a canícula que se fazia sentir. Um verão outonal que queimava. A limonada que levava no cantil era um chá quente. Não se podia beber. Em todos os abastecimentos fui bebendo e não foi por aí que desisti. Desisti porque não tinha hidratos de carbono, não tinha reservas para enfrentar os km em falta. Desgastei-me e não comi o que deveria comer. Com bananas à disposição, e marmelada que levava não lhes toquei e fui ao limite. No abastecimento onde se encontrva o António Almeida, a Paula Fonseca ainda me fez sorrir com o grito de: "Olha o Mário" e zás, lá vai foto.

    À minha frente o Carlos Coelho, atrás o Joaquim Adelino. Foto: Paula Fonseca

    Fui com o Joaquim Adelino por vários km. Num fontanário ele encheu o 'camelback' e ali tomámos um 'duche'. Atenuou um pouco os efeitos do intenso calor. Mas o Joaquim neste momento vai adquirindo a forma e seguiu.

    Perto do abastecimento dos 22 km. Foto: Espiralphoto

    Aos 22 km depois da subida mais íngreme que me lembrava do ano passado, já não podia mais. O Fernando Fonseca incentivou-me: «Vai Mário, és um duro». Encostei-me a uma árvore. Sentado, outro companheiro tinha desistido. Outros já tinham ficado pelo caminho. Mas lembrei-me que tinha feito Melides/Tróia. 43 km em areia, duríssimos e tinha conseguido. Deu-me uma de raiva e segui caminho. O companheiro que estava sentado veio ter comigo e lá fomos os dois. Viria a ficar no abastecimento seguinte.

    O meu objetivo era chegar ao fim e mais uma vez não comi nada. Segui até ao abastecimento dos 29 (?). Já só andava, nem tentar correr podia. O sol queimava e eu bebia, bebia… Nesse abastecimento, vejo chegar a última atleta com o Zé Magro o “Atleta vassoura”. Enquanto eles ali ficavam vou caminhando. Encontro o Carlos Coelho. Vejo-o de longe, o corpo bamboleia. Dobra-se e chego ao pé dele. Seguimos os dois. Um casal conhecido, encontro-os parados. O homem já não pode mais e desiste, a companheira segue (viria a perder-se mais tarde). Ouço vozes atrás, ali vinha o Zé Magro. A atleta que vinha com ele, passa por nós em passo rápido, até parecia que eu estava parado. E o Zé fez-nos companhia. Atrás vinha uma carrinha com alguns desistentes. O Fernando Fonseca a apanhar as garrafas deixadas pelo caminho e eu disse que já não podia mais. O Zé sempre incansável a puxar por nós. Passamos os 30 km, o Fernando foi-me buscar uma garrafa de litro e meio e despejei-a pela cabeça abaixo. A meu lado, o Carlos também em queda. Começou a dar-me vómitos e aos 31 km desisti. Pela primeira vez entrei numa carrinha (já tinha entrado mas por lesão aos 29 km nos 50 km da Geira Romana). Vomitei e fiquei melhor mas já nada havia a fazer. Restou-me a consolação de ter sido o último a desistir. O Carlos acabou a prova com o Zé Magro. Dentro da carrinha só pensava numa coisa, beber uma cerveja preta bem fresquinha e, quando a carrinha chegou a Portel, foi o que fiz… E que tão bem ela me soube!

    Obrigado Fernando e Zé Magro pelo apoio. A Organização de ‘ O Mundo da Corrida’ esteve impecável.

    … E como a frase que abri este tema: "o caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez", pró ano voltarei e irei vencer de novo o Grande Lago!

    O Grande Lago. Foto: Mário Lima

    27.9.11

    Meia-Maratona de Portugal

    O ano passado tinha ficado com a vontade de não voltar a fazer a Meia-Maratona de Portugal. Não faz sentido, esperar tanto tempo em cima de uma ponte, para corrê-la só em 3 km.

    Voltei lá este ano e voltei a ter a sensação de que pró ano lá não voltarei (mas ‘Nunca digas nunca’ já assim o diz o filme de 1983 do James Bond). Sinto que já nada me impele para este tipo de prova. Temos os amigos, temos o Tejo por baixo, temos uma organização impecável, mas é sempre o mesmo. Alcatrão mais alcatrão, muda-se o percurso e é sempre tudo tão igual que incomoda.

    Na Ponte com Vitor Veloso, António Almeida e Pedro Ferreira. Foto: Luís Parro

    Este ano tive mais uma agravante, percorri a maior arte do percurso com os pés numa lástima. Bolhas de água e de sangue, nos dedos, na planta dos pés que me obrigava a correr com o pé de lado e ninguém consegue correr assim 21 km. Tive que andar, e muito, só porque desistir não faz parte do meu léxico.

    O problema será das meias (já tinha efetuado provas curtas com elas e nada disso aconteceu), não vejo outra razão. Tinha colocado pomada nas zonas de fricção mas de nada valeu.

    Comecei bem, acabei mal. Agora só me falta recuperar das mazelas e domingo estar pronto para subir e descer no Alqueva. Aí sim, mesmo sofrendo, olho em redor e nada é igual.

    19.9.11

    35ª MM S. João das Lampas

    Depois de duas semanas sem treinos, devido a uma lesão no gémeo esquerdo, uma semana de treinos assim-assim mas, conforme tinha delineado há já algum tempo, fiz uma viagem de 300 km de carro, andei ‘perdido’ quase uma hora à ‘procura’ do local de destino e eram 16h20’ quando cheguei. Pelo Fernando Andrade e pela Organização não poderia faltar à 35ª edição da Meia-Maratona de S. João das Lampas.

    Tinha um objetivo, entregar a minha t-shirt recebida em 1994 ao Fernando para colocarem no museu da prova pois o ano passado disse-me que faltava essa para completar os 34 anos de edição. Afinal já a tinham mas ficou a intenção da minha parte.

    Com a t-shirt de 1994. Foto: Fernando Andrade

    Com tão poucos treinos não podia esperar mais do que começar e tentar acabar tal a dureza que esta prova tem. Inicialmente comecei com o Eduardo Santos, que iria fazer um treino até aos 12 km altura que ficaria na passagem por S. João das Lampas. Mas aí pelos 11 km já não podia com uma gata pelo rabo e disse ao Eduardo para se ir embora senão o treino dele seria um fiasco. Pensei fazer o mesmo, desistiria quando passasse pela meta.

    Com o Eduardo Santos. Foto: AMMA

    Mas o homem põe e deus dispõe. Vi a Estela que ia também em dificuldade e ia abandonar (já tinha previsto isso). Coloquei-me ao lado dela e quando ia desistir disse-lhe que não o fizesse, iríamos os dois até ao fim "custe o que custar". E assim lá fomos os dois.

    Com a Estela Gonçalves. Foto: AMMA

    Depois passamos a quarteto, enquanto a Estela recuperava eu ‘afundava’. Já não podia mais, estava estourado e comecei a andar mais vezes do que até aí tinha feito.

    O quarteto. Foto: AMMA

    Alguém dos que assistiam disse que a Estela era a quinta (era nona). E a decisão foi: «Vai Estela, não percas o teu lugar por minha causa». Bem ela não queria ir, e foi com um “não te importas do fundo do coração Mário que me vá?” claro que do fundo do coração não me importo que alguém vá sabendo que se eu não puder, nunca serei empecilho a quem possa ganhar alguma coisa que foi o caso da Estela. Assim aos 16 km deu-se a 'rutura'.

    Fui mais um dos quatro, andando e correndo lá fomos mais uns km. Comecei a ganhar forças e pensei em acabar em pleno. Nesse momento já se tinha juntado os amigos José Lopes e João Lima. Depois foi o sprint final, como já o tinha feito em Constância (eu, Estela, Pedro Ferreira e João Lima, nos últimos 500m). Disse ao João, “vamos a isto” e foi o sprint até o cortar da Meta.

    o cortar da Meta. Foto: AMMA

    Gostei de ver ali o Egas e o Jorge Branco que, como o prometido o ano passado, iria fazer a Meia-Maratona... E fez!... Parabéns Jorge!

    Depois de tanta correria, ainda deu para ir para o ‘bailarico’ até às duas da manhã. Sei que um homem não é de ferro mas às vezes parece!

    Os meus Parabéns a toda a Organização da 35ª edição da Meia-Maratona de S. João das Lampas!

    17.8.11

    TNLO - Uma Maravilha

    Tudo pronto, camelback com a 'limonada' e frontal, e sigo, com o Vítor Veloso, em direção a Óbidos. Iria correr, pela 1ª vez, um Trail Noturno.

    Tinha lido temas dos anos anteriores e pelo auscultado de quem a tinha feito não seria uma prova difícil, o pior estaria reservado para quem iria fazer os 47 km do Ultra Trail. Quando sabemos que não podemos exigir do corpo mais do que este nos pode dar, o melhor é mesmo não abusar e foi o que fiz, 25 km e chega.

    A concentração fez-se no recinto designado 'Jogo da Bola' no interior das muralhas.

    Com o casal Artur e Estela Gonçalves. Joaquim, Vítor e Melo. Foto: Paulo Pires

    Depois dos conselhos habituais (que muitos não prestam atenção) e que me serviram na perfeição para me orientar de noite sem uma única vez me perder, seguimos em corrida até à porta principal de Óbidos local onde seria dada a partida para a UTNLO e TNLO.

    Foto: Jorge Serrazina(?)

    Frontais ligados e foi uma maravilha. Ora juntas, ora separadas, as luzes eram autênticos pirilampos no escuro da noite. Pena foi que o céu encoberto e uma chuva miudinha tivesse caído durante toda a prova, seria lindo ver a lua cheia refletida na lagoa de Óbidos. Seria a cereja no topo do bolo!

    Os 'pirilampos' e o castelo. Foto: Fernando Almeida

    Começo com o Joaquim Adelino e o Fernando Silva dos “Amigos Vale Silêncio”, até à subida de uma grande escadaria. A pouco e pouco deixo de os ver (há que aprender a lição, neste tipo de terrenos não podemos olhar muitas vezes para trás, o terreno é desnivelado, com pedra solta, raízes e sem grandes locais para apoio, sujeitos a irmos de ‘carrinho’ ou apanhar um grande trambolhão. A distração é a ‘morte’ do artista, todo cuidado é pouco, mais vale chamar que olhar). De seguida uma subida íngreme que tivemos que a subir agarrando nos arbustos e raízes, local onde se juntaram vários corredores pois só era possível a passagem de um atleta de cada vez (nessa altura olhei para trás e era impressionante a quantidade de frontais que via) e, de seguida, o 1º abastecimento de líquidos.

    A subida. Foto: Fernando Almeida

    Sigo com o casal Estela e Artur, é sempre bom estar acompanhado pois sozinho é complicado e mais facilmente se perde. Fico abismado quando vejo a placa dos 10 km. Pensava ter deixado há muito os 10 km para trás e eis que ali estava ‘sorrindo’ no escuro. Olho para o relógio 1h13’ de corrida. Tanto tempo para tão poucos km’s. Deixei de ver o casal e sigo sempre de forma a não perder o que estavam à minha frente de vista. Passamos a Lagoa, pontes de madeira, estradões e a chuva sempre a cair. Vou perguntando quando é que se faz a separação das duas provas, ninguém sabia pois o trajeto tinha sido alterado do ano anterior. Pensei para comigo que ainda ia fazer os 47 km sem querer.

    Mas isso não aconteceu, perto dos 14 km (?) faz-se a separação. Uma travessia rápida em asfalto, entro de novo no trilho e ouço uma voz conhecida: “Mário”. Olho e vejo a grande amiga Otília. Juntos subimos e descemos, nos momentos de maior cansaço andamos. Em declives mais ‘polidos’, a voz da experiência dizia para irmos pelas folhas e não por ali. Aos 17 km vejo dois companheiros da ‘Fundação VCS’ (Fernando e André). Fiquei admirado de já os ver ali, tinham corrido em bom ritmo mas as forças faltaram-lhes e a custo acabaram.

    Avistámos o Castelo: "Vamos Otília já falta pouco!" E aceleramos nas descidas e andamos nas subidas e o Castelo sempre longe. Ouvia-se uma buzina em alta berraria, era a Dina Tartaruga. É sempre bom ver um rosto conhecido e as últimas indicações: “É só subir por ali e está acabado”. Começa a subida pela parte oeste das muralhas. Vou agarrando as cordas para melhor subir. A Otília, à minha frente, avança decidida, ouvimos uma voz vinda do escuro: “Falta pouco, agora é acabar em beleza” e a beleza era o último esforço. Passamos a porta da traição em corrida e o abraço final.

    Foto: Paula Fonseca

    Tínhamos terminado, tínhamos feito o assalto ao Castelo e em vez de archeiros encontramos bons amigos. Uma mesa repleta de iguarias, uma sopa que caiu que nem a ginja de Óbidos, um chá quentinho. O arroz doce, feito pela Leonor, esposa do Orlando Duarte (promessa de anos), estava divinal. Obrigado e conta muitos Orlando!

    Um banho retemperador e de novo até ao Castelo aguardar o Vítor que estava a fazer os 47 km. Fui até às ameias onde se encontrava a família Almeida. Ali via, ao longe, no escuro, as luzinhas de quem ainda vinha a caminho. Os corredores, quase sempre isolados ou a dois, iam chegando.

    Tinha acabado com a Otília e enquanto ela esperava o marido, o Brito, eu aguardava o Vítor e chegaram os dois juntos. Coincidência do destino!

    Dei os Parabéns ao Serrazina pela belíssima prova e ele, como não quer a coisa, a convidar-me para o próximo ano fazer a Ultra. Obrigado Serrazina, prefiro fazer 25 km sabendo que podia fazer mais 5 do que fazer 47 km de rastos. Foi melhor assim, quem correu o que teve para correr a mais não é obrigado! O meu tempo já passou!

    Parabéns a toda a Organização. Foi perfeita, assim vale a pena correr!

    Adenda

  • Comi às 19h30' um pão misto e bebi um Compal.



  • Embora tenha levado marmelada e um gel não os tomei.



  • A 'limonada' - foi ótimo ter levado, soube bem ir bebendo pois a noite estava abafada.



  • A t-shirt técnica de manga comprida é de levar, evita o contacto dos braços com a ramagem e protege o corpo em alturas que o fresco da noite mais se fez sentir.



  • Classificação:

    143º da Geral (acabaram 181) com o tempo final de: 3h02'51''


    29.7.11

    As Próximas Corridas

    Antes do mais, os meus agradecimentos ao Eduardo Santos, do ‘Mundo da Corrida’, pela magnífica sequência fotográfica da minha passagem pela Comporta na Ultra Maratona Melides/Tróia. Gostei imenso de me ‘ver’ (como aconteceu com as fotos da UMA o ano passado, tiradas também pelo Eduardo, como o refiro no tema ‘A "minha" foto’). Estão um espetáculo.

    Fotos: Eduardo Santos (Espiralphoto)

    Dia 13 de Agosto será uma estreia. Irei participar no TNLO – Trail Nocturno da Lagoa de Óbidos, na versão mais curta +-25 km.


    Não estou preparado para fazer os 47 km do UTNLO – Ultra-trail. Por agora fico-me pelos 25 km onde terei a companhia do Joaquim Adelino, no seu regresso aos trail's, depois de uma longa ausência.

    Em Setembro tudo farei para estar numa prova emblemática (nesse dia estarei bem longe), a Meia-Maratona de S. João das Lampas que já vai na sua 35ª edição. Uma das mais antigas de Portugal.


    Em Outubro será um regresso ao Grande Lago, onde participei o ano passado no primeiro trail do Alqueva. Serão 35 km de intenso prazer rodeado pela natureza e a visão desse lago, o maior da Europa


    Neste novo ano irei fazer menos provas que os anos anteriores (longe vão os tempos que fazia mais de 36 provas anuais). Agora há que 'saborear' bem o prazer de correr.

    A qualidade acima da quantidade

    22.7.11

    A Uma em prosa


    Preâmbulo

    Tudo que escrevemos faz sentido. Ou escrevemos o que nos vai na alma, recordações, vivências passadas, ou fazemos desta forma de comunicação, o deitar para dentro de um baú procedimentos e formas de agir, para mais tarde podermos ir lá dentro e verificar se aquilo que fizemos foi bem feito ou podemos corrigir aqui e ali para não cometer erros que nos fizeram sofrer ou, pelo contrário, nos levaram a bom porto.

    Este meu blogue serve para isso. Daqui a alguns meses irei ver o que escrevi para poder retificar, ou não, o que de bom ou de mal fiz, para que a próxima Ultra Maratona Atlântica corra melhor que a deste ano que, por sua vez, correu melhor que a do ano passado. Em 2012 voltarei a defrontar a UMA com o mesmo querer e vontade com que a fiz em 2010 e em 2011.

    O Preparar

    4h15’ da manhã, um dos dois despertadores toca (vantagem de ter colocado dois). Estremunhado levanto-me, tinha começado a sentir a UMA. Deixei tudo pronto de véspera, exceto o fazer da ‘limonada’ que tem que ser feito na altura. A marmelada e a fatia de pão, duas bananas tomaram lugar no camelback. Tomado o pequeno almoço (ver tema anterior), há que ir até Setúbal apanhar o catamaran. Desta vez porque já estava a amanhecer ou mais bem informado, não tive problemas em lá chegar (o ano passado perdi-me, não vi as indicações).

    Interlúdio

    Caras conhecidas e desconhecidas, a ânsia e o nervoso miudinho que se vai apoderando porque a UMA mete respeito, mesmo para os mais ‘batidos’ nesta prova e que o digam o Luís Parro e o Fernando Andrade totalistas desta prova.

    Viagem de autocarro onde conversei com um novo amigo vindo do Porto, o Fernando Paiva que, sem o conhecer, ‘conheci-o’ dentro do catamaran (são muitos anos a virar frangos. ).

    Com o Fernando Paiva. Foto:Fernando

    A prova

    Parece que corro sempre com objetivos definidos. O ano passado levei um chapéu homenageando os meus camaradas de guerra, desta vez levei um chapéu homenageando dois companheiros de estrada. A minha t-shirt é dedicada (como no ano passado) à terra que me viu nascer, Poveiro… Sempre!

    Com o Eduardo Santos do ‘Mundo da Corrida’. Foto:Espiralphoto

    Quilómetros iniciais junto ao mar. Fora uns 500 metros, aquilo parecia uma pista.

    De vermelho total, o José Pereira que acabaria comigo a prova. Foto:Espiralphoto

    Aos 10 km – 1h12’, aos 20 km – 2h 26’. Comecei a sentir picadas na planta do pé esquerdo. Incomodativa não me deixava pisar bem a areia. Paro para ver se era areia que lá estava. Pouca, não fazia sentido aquelas picadas. Volto de novo a correr e as picadas continuavam, troco de meias mas nada. Antes da Comporta resolvo ir de meias, 28.5 km – 3h57’11''.

    Antes da Comporta, já de ténis na mão. Foto:Espiralphoto

    Deixo lá os ténis, encho com meio litro o camelback (coloco aí o preparado que levava) e levo outra garrafa na mão. Aproveito e como a fatia de pão com uma banana. Caiu-me bem. A partir daqui foi o tormento. Se já o terreno vinha a piorar e o vento a fazer-se sentir, foi um choque o que veio a seguir. O terreno desnivelou, o vento tornou-se violento. Queria correr e não conseguia (já não levava o chapéu devido ao vento). Ali pensei em desistir (desistiram 18). Era uma luta inglória, mas há algo que aprendemos e temos que saber que existe, o poder da mente. Tinha que acabar a prova desse por onde desse, por mim, pelos meus companheiros, pela minha terra.

    Os 14.5 km restantes foram feitos a andar. Andei, andei mas com ganas de fazer desse andar um correr e passei quem corria. Tive depois a companhia do José A. Pereira, dorsal 110 (curiosamente na foto do inicio ele está a meu lado). Fizemos os dois os restantes quilómetros em apoio constante. Juntou-se-nos, perto do final, o José A. Pinheiro, dorsal 285, estreante na prova. Ficaram sem água e a garrafa que eu levava ajudou a suportar a sede que sentiam.

    A poucos metros do fim, combinado entre todos, iríamos passar a meta a correr. Meta à vista, coloco o chapéu e com alegria de crianças entramos no funil. Tínhamos vencido a UMA.

    A terminar. Foto:Espiralphoto

    Um abraço sentido entre nós! Foi o culminar de uma prova, só ao alcance de quem faz das fraquezas forças para levar de vencida tamanha epopeia.

    Depois foi ficar por ali com os amigos, as meias quando as retirei estavam rotas (impressionante, já tinha corrido com elas em areia na Costa e nada disso tinha acontecido).

    O meu dorsal era o 23 e fiquei em 23º no meu escalão com o tempo de 6h51’24’’. Fiz quase menos 1h que o ano passado (7h46’47’’). 216 da geral entre os 248 que acabaram.

    Depois foi o adeus. Para o ano lá estarei. Pela organização, impecável, por mim, pelos meus companheiros, pelos golfinhos que vi no rio Sado.

    Foto:Revista 'O Praticante'

    Conclusões finais

    Tudo o que levei, tomei e resolvi fazer (ir de meias) foram decisões corretas. Fiquei com bolhas de água na planta do pé esquerdo (as tais picadas eram isso) e uma debaixo de um dedo do pé direito (infetou). Tenho é que preparar-me com mais tempo para esta prova, o tempo foi curto.

    Para o ano estarei a ler isto e sentir que tudo farei para que as seis horas a fazer a UMA seja uma realidade.

    Classificações

    Vídeos

  • Bola TV




  • Ultra Maratona Atlântica 2011 (1.ª parte)




  • Ultra Maratona Atlântica 2011 (2.ª parte)





  • Meus tempos intermédios:

    Aberta Nova (5,5km) - Posição 177 (263) - 00,37,27
    Galé (8,5) – Posição 184 (sem tempo atribuído)
    Pinheiro da Cruz (14,5) – Posição 194 - 01,37,47
    Pego (18,5) – Posição 225 - 02,12,30
    Carvalhal (20) – Posição 226 - 02,26,28
    Comporta (28,5) – Posição 223 (250) – 03,57,11
    Sol Tróia (37,5) – Posição 218 (248) - 05,50,25

    18.7.11

    A UMA em verso


    Fiz-me à UMA com a fé
    das seis horas como meta
    Confiante na boa maré
    Comecei como uma seta

    Até à Comporta bom tempo consegui
    Mil picadas no pé, seriam areias?
    Os ténis descalcei mas mal não vi
    E dali passei a correr de meias

    O vento NW forte batia
    O malandro vinha de frente
    Correr mais não podia
    Desfaleceu o corpo e a mente

    Andei em grande voltagem
    O objetivo já não era possível
    As seis horas eram miragem
    A andar era compreensível

    Mas a vontade que nutria
    Das seis horas não passar
    Deu forças à minha agonia
    E do meu andar,… voar

    Tróia, depois da curva, a surgir
    Ao longe a Meta forças me deu
    Estava quase a conseguir
    Uma Vitória por quem tanto sofreu

    Coloco o chapéu esvoaçante
    Que por dois amigos levava
    Corto a meta fulgurante
    E a UMA de novo acabava

    Meias rotas, um terminar divino
    No rescaldo deste fim penoso
    Esta prova é para ti, Adelino
    E para ti Vítor Veloso.

    Parabéns a toda a Organização
    E ninguém vos pode levar a mal
    De fazer deste evento a confirmação
    De uma grande prova Internacional.

    15.7.11

    O Último Treino!

    Hoje foi o último treino para a UMA. Durante duas semanas tentei dar o máximo para que a prova me corra de feição pois para quem trabalha em horários incómodos, só poderá, por muito que treine, fazer o mínimo na prova dando o máximo nos treinos.

    A pensar na UMA, meti uma semana de férias pois o horário de trabalho (noite) era incompatível com uma possível prestação do meu agrado pois quero fazer esta prova, no máximo, em seis horas.

    Quem me lê poderá pensar que esta prova é de outro mundo, não é! Pode-se levar mais tempo a fazê-la mas é acessível. Parafraseando a minha 'madrinha' Otília (CLAC Entroncamento) em Terras de Sicó, quando pela primeira vez me embrenhei neste tipo de provas, me disse:

    «A andar também se corre»

    ... e muito andei o ano passado quando fiz esta prova da UMA!

    A prova que mais tive dificuldade em acabar foi a mesma; 'Os Trilhos de Almourol', tanto em 2010 como em 2011. Foram 40 e tal quilómetros bem penosos. Se da primeira foi o lamaçal escorregadio, poças, um nunca mais acabar, da segunda foram as subidas agressivas, o corpo a pedir para parar mas avançar sempre... e sempre, até acabar quando muitos já tinham ficado pelo caminho.

    Hoje foi o último treino na Costa. Um treino só para acalmar o espírito, ver as gaivotas que não levantaram voo, tão molengas estavam.

    Agora há que preparar tudo e não deixar nada ao acaso.

    A minha 'limonada' terá que ser feita pois foi ela que me 'salvou' o ano passado depois de tantas horas no areal de Melides/Tróia. Um litro e meio de água, um pouco de sal, sumo de meio limão e um pouco de açúcar e está feita. Na cintura um recipiente com os mesmos ingredientes mas com pouca água tal como o fiz no ano passado.

    Marmelada não vai faltar, assim como as bananas (podemos, em curto espaço de tempo, morrer de sede mas nunca de fome, mas o português já se sabe como é, vive para comer).

    Em Almourol, curiosamente, junto ao Castelo de Almourol, apetecia-me pão. Havia lá bolos, cerveja, mas eu queria pão. Na prova seguinte, 30 km Vale de Barris, levei pão, não o comi. Agora vou levar uma fatia, nunca se sabe se fico de desejos.

    Como já o disse, aos 28,5 (Comporta) deixo lá os ténis, (não vale a pena levar polainas pois o mar quando entra no ténis não há polainas que nos salve da areia que com a água se infiltra). A seguir continuo de meias (as meias serão grossas) e a pouco menos de 5 km do fim, será descalço. Já testei em 21 km e deu resultado (fiz um treino de 35 km descalço e correu tudo bem, falei com o 'sapateiro' da Analice, que corre descalça, e Ele ajudou-me).

    A última refeição no Sábado será esparguete (pode ser à bolonhesa ou à portuguesa, o importante são os hidratos de carbono) e de madrugada será o mesmo que sempre foi, um 'abatanado', um queque ou uma sandes de queijo com marmelada, uma banana e depois ala para Setúbal para apanhar o barco para Tróia.

    Para quem me lê (amigo Paiva do Porto, esta é para ti que te vais estrear), pode aqui tirar algumas ilações, mas nunca tomar isto à letra pois cada um de nós é um caso.

    Há algo que não está aqui nem estará em lado nenhum, é a nossa vontade indómita de vencer os obstáculos. «Desistir é a última das opções», diz o Brito marido da Otília, e seguindo o que este simpático casal diz remato com a frase do amigo Luís Parro:

    «Raider que é Raider não come mel, come as abelhas!»


    Vamos a ela (UMA) carago!

    6.7.11

    Treinar para a UMA

    Férias são férias mas não se pode descurar o físico pois a Ultra Maratona Atlântica Melides/Tróia (43 km em areia) está perto e, como prova bem exigente que é, exige que se esteja minimamente preparado para a enfrentar.


    Assim, em doses reduzidas, aproveitei para fazer três treinos na areia da praia do Alvor...

    Uma pequena pausa

    ... e duas em estrada, Alvor/Portimão/Alvor.

    na "Má Partilha" - Portimão

    Se há situações que aprendi a gostar foi o de subir serras e se não há serras há falésias. Na Praia da Marinha na Lagoa, subi até ao alto da falésia e mais uma vez desfrutei ver aquilo que tanto gosto... O mar!

    na falésia

    No entanto sei que a preparação ainda está longe do que é necessário para percorrer os 43 km e como não há musas que nos ajudem a não ser pernas nossas, o treino continua agora nas praias da Costa da Caparica.

    Vai ser dar no duro e, talvez, devido à proximidade do evento, não consiga o resultado esperado, fazer em menos de 6h, mas acabar já será bom. No ano passado foram necessárias 7h47'46'' para completar a prova, mas foi o pior piso dos últimos anos. Sei que não vai ser fácil mas se fosse fácil eu não estaria lá!

    Uma palavra para aqueles companheiros que este ano não vão lá estar por razões diversas, entre os quais, os amigos Joaquim Adelino e Vítor Veloso. A eles dedicarei esta prova, espero que a consiga acabar porque eles merecem.

    17.6.11

    Sapatos de Corrida


    Saber o que é ser pronador, neutro ou supinador, basta olharem para o sapato de passeio que utilizam frequentemente. Se o gasto do tacão for muito GRANDE do lado de fora será por certo um pronador, se o gasto do tacão for do lado de dentro é supinador, se o gasto é mínimo é neutro (as imagens são elucidativas).

    É importante saber que tipo de pé temos, para comprar o sapato adequado.
    O sapato deve ser sempre comprado ao fim do dia e nunca pouco depois de se levantar. Durante o andar o pé aumenta de volume e é esse aumento de volume que vai ocasionar as tais lesões nos pés, como unhas negras, bolhas de água ou de sangue, caso compremos sapatos em alturas inadequadas.

    Depois de escolhido o modelo (não vale ser o último “grito” da moda, muitas vezes são caros e o efeito é nulo), há que calçar os dois sapatos, chegar o pé à frente de forma que toque na frente do sapato (que toque e não que dobre os dedos dos pés. Atenção às meias, se escolher um sapato com meias finas serão SEMPRE estas meias a utilizar e não meias grossas. É que a grossura da meia também faz a diferença na escolha do sapato). Encostado o pé à frente, colocámos o dedo indicador entre o calcanhar e o contra-forte atrás. Se o dedo entrar bem (não muito folgado, nem muito justo) é o sapato ideal (atenção que tem que ser o mesmo nos dois pés, pois os nossos pés também diferem um do outro).

    O sapato terá que se “fazer” ao pé. Não é comprar hoje e correr com eles amanhã. Tem que ter uma rodagem de cerca de um mês para que o pé se habitue às características do sapato e o inverso também.

    Para quem não é corredor tipo profissional, o melhor sapato a comprar é o MISTO, tanto dá para treinos como para corridas. Utilizei diversos tipos de sapatos para provas e para treinos, agora utilizo estes, o meu tempo de glória já passou.

    Nunca se deve lavar os sapatos de corrida na máquina de lavar, devem sempre ser lavados à mão com água tépida e sabão azul e branco. Nunca devem ser secos nem na máquina de secar nem ao sol, sempre à sombra. O mesmo para as meias próprias para correr.

    Até Breve!