28.12.19

S. Silvestre de Lisboa - 2019*

Fiz esta prova pela primeira vez em 2009. Começava no Rossio e terminava no Terreiro do Paço pela Rua Augusta. Uma maravilha. Em 2010 passou em definitivo para os Restauradores.

Desde esse ano que comecei a correr esta prova, encaro-a não como um desafio, mas sim como uma 'despedida' do velho ano junto aos amigos e desejar a todos um Bom Ano ao ano que se avizinha, no fundo os desejos sempre naturais e normais e a única coisa que muda são os aumentos a partir do dia 1 de janeiro, e o mudar da folha do calendário.

Este ano iria o grupo dos quatro, que em 2015 começaram e acabaram juntos a prova, voltar a reunir-se e reviver esse ano. Ao "toque de reunir do clarinete", resposta imediata e assertiva de todos e, ali, nos Restauradores lá estávamos nós mais duas 'aquisições', pois o convite estava feito a quem se quisesse juntar ao grupo.


Aqui com outros amigos


Uma alegria voltar a ver-nos e lá fomos para a última 'vaga', para irmos à vontade, pois a finalidade não era fazer tempos mas sim conviver, que é o mais importante.


E foi assim que partimos e foi assim que acabámos... juntos!

Na 24 de julho, já no retorno, alguém cai, houve uma série de atropelos e eu para fugir àquilo, corro para o lado, deito um pino separador ao chão e ao levantá-lo para ninguém tropeçar nele, sinto a dor que me afeta há já algum tempo. Vou alguns km mais lento mas sempre apoiado pelos amigos e, curioso, ao chegar aos Restauradores e fazendo jus ao nome 'restaura... dores' comecei a sentir-me melhor. Subi muito bem a Avenida da Liberdade, acabando o sexteto por fazer o último km em velocidade estonteante que se não fosse o facto de haver muita gente à frente a atrapalhar, tínhamos ganho o prémio do melhor tempo.

E foi bonito, mais uma vez, e desta vez como sexteto, acabamos a prova de mão dada e braços levantados.



Cortada a meta, um abraço de amizade entre nós em círculo, o desejar de um Bom Ano 2020 e se tivermos pernas e saúde, para o próximo ano lá estaremos de novo.

Obrigado Amigos, um Grande Abraço pela Amizade e Companheirismo.

O meu diploma e os tempos de passagem




8.12.19

Meia-Maratona dos Descobrimentos 2019*

"No mundo da corrida, não há homens nem mulheres, operários ou doutores... somos todos corredores!"

A última meia que tinha feito foi na Nazaré em novembro de 2016, após a Maratona realizada em outubro (feita para ajudar quem iria fazê-la pela primeira vez e em memória de uma sobrinha/afilhada falecida nesse ano num acidente).

A partir daí foi uma travessia no deserto, uma por falta de motivação, depois as lesões e outras situações, fizeram-me relegar para segundo plano as corridas.

Este ano tinha resolvido voltar a fazer a meia-maratona. Motivo, 'apadrinhar' quem iria participar pela primeira vez nesta prova.

Devido a uma dor que se alojou no 'gémeo' ainda em setembro, depois gripe e por fim uma outra dor que me fez andar a gelo e a Voltaren até ao dia anterior à prova, os treinos foram os possíveis.

À partida, ali estava com a minha 'afilhada' Anabela Moreira, e a amiga Eduarda Cristina que também ia participar pela primeira vez, que iria ter como 'madrinha' a atleta Varela São.


Embora novatas nesta aventura e embora conscientes da dificuldade, estavam muito serenas, mas ansiosas que a prova começasse. 'Tiro' dado e desejando que tudo corresse a contento, ali fomos. Foi uma prova muito bem conseguida, a minha 'afilhada' mantinha um ritmo bastante bom e constante, a alguns km corridos voltei um pouco atrás, e reparei que a Eduarda também ia muito bem, com a 'madrinha' a seu lado, dando-lhe o apoio e incentivo necessário.

Houve uma altura que devido às dores fraquejei, mas olhando para o rosto da minha 'afilhada' e ver nele 'retratado' toda a vontade em vencer os km que faltavam, as dores foram esquecidas e, com um final empolgante, terminámos a prova.


A alegria que lhe vi ao cortar a meta, foi elucidativa da felicidade que a invadia naquele momento. Um abraço emotivo foi a melhor 'paga' pelo esforço feito.


Pouco tempo depois era a vez da Eduarda acabar. Nova manifestação de alegria. O abraço sentido à sua 'madrinha' desta aventura, e as emoções à flor da pele. Essas emoções bem expressas de um sonho realizado, fez-me também feliz pois há ali também um pouco de mim e, por isso, sempre que possa, farei os possíveis para 'ajudar' quem se inicia nestas andanças, quem tem objetivos como fazer a sua primeira meia-maratona, a maratona, bater um recorde pessoal, o concluir o seu primeiro 'trail'.

Já ajudei, já fui ajudado e nesta altura, sem olhar se é homem se mulher, mas sim um companheiro(a) de estrada como eu, lá estarei para lhe dar o meu apoio possível.

eu, Anabela Moreira, Eduarda Cristina e Varela São


O certificado da prova




17.11.19

Corrida D. Dinis - 2019*

Para aferir o meu andamento com vista à Meia-Maratona dos Descobrimentos a realizar a 8 de dezembro, participei nesta prova que, ao contrário da última vez que nela participei (perto do quartel dos Bombeiros de Odivelas), teve início no Parque Multidesportivo Naide Gomes.

Tendo como tema 'edição Hollywood', ali apareceram muitos mascarados de personagens dos filmes 'hollywoodescos'.

Dia chuvoso, algum vento e, como não podia deixar de ser, algumas descidas e como quem desce também sobe, foi assim durante a prova mas nada que assustasse.

Estava na minha zona de conforto pois aquelas ruas conheço-as bem e foi com calma e algum esforço (isto já não é o que era) que terminei os 10km (9.830) em 1:01:36.

Agora que venha a meia!

fotos da prova do amigo Nuno Luis

14.11.19

A corrida e a mente*

A corrida são 30% físico e 70% mental

2003 - Meia Maratona Sevilha/Los Palácios.

Depois de uma longa viagem, cansado, aguardava o início da prova nos arredores de Sevilha. Prova com algumas subidas era já com sacrifício que me 'arrastava' nos km finais. Nunca pensei em desistir mas a moral estava em baixo. Ao longe ouço um barulho estranho, contagiante, o que seria aquilo? Remocei, acelerei e foi impressionante, na longa avenida onde finaliza a prova, os locais batiam com as tampas das panelas uma contra a outra. Esqueci-me do cansaço e acabei em beleza (1:31:08)

Já aqui contei que numa prova em Almourol, pensei desistir aos 18km, quis ver o Castelo, ganhei nova moral, vi o castelo e acabei a prova 13km depois.

2016 - Maratona de Lisboa

Partida em Cascais. No Cais-do-Sodré penso em desistir, mas tinha uma promessa a cumprir, queria dedicar essa maratona à minha sobrinha/afilhada que tinha falecido num acidente de viação. Cerrei os dentes e a força da mente e as minhas companheiras da 'aventura' levaram-me até ao fim.

Podia dar muitos mais exemplos, como um incentivo meu a um nosso companheiro em trilho, foi o suficiente para ele acabar comigo, quando pensava ele que já não aguentava mais.

As palmas e os incentivos que ouvimos dos familiares de outros companheiros, canalizamos para nós, ganhamos novo alento e a força da mente leva-nos até ao derradeiro km.

Quantos companheiros nossos vão para maratonas sem os km nas pernas necessários para tão grande esforço e só a força mental os leva até ao fim.

A força que nos faz desafiar perigos, que faz com que consigamos levantar uma pessoa com dois dedos (não é amigo Joaquim Adelino :) ) que faz com que debelemos certas doenças para que os sonhos se concretizem, essa é a nossa força mental.

Nem todos a têm, mas quem é forte, para quem tem um objetivo em vista, não há impossíveis. O possível está feito, o impossível demora mais um pouco.

Tu és a força que te move. Tu és especial, tu tens uma força mental forte e por isso ainda hoje continuas a palmilhar as estradas, esquecendo tudo o que passaste, as operações feitas.

Força Companheiro(a), a Meta é já ali

8.11.19

A corrida e a ansiedade*

Quem é que nunca teve uma noite mal dormida, o saber o que comer, o não acordar a horas, o chegar atrasado à prova?!

Por muitos anos que se participe em provas há sempre esta ansiedade. No meu caso é de adormecer e não acordar a tempo para me deslocar à prova, por isso essa noite é sempre mal dormida e já levo quase 30 anos disto.

Na prova que participei na Ponte Vasco da Gama, falou-se um pouco sobre isso. Houve quem me dissesse que nessas noites antes das provas, tome sempre um comprimido para dormir. Tomar pode-se tomar, o mal é se não acorda a tempo.

Outro fator é na hora da partida. As 'borboletas' no estômago começam a fazer efeito, as casas de banho estão sempre com fila, o tal café que tomou pouco antes está a fazer das suas, o olhar para o cronómetro é uma constante, se há WC pelo caminho e se vai conseguir acabar a prova ou não. Enfim uma panóplia de pensamentos, quase sempre negativos, atravessam a nossa mente e muitas vezes não há razão para tanta ansiedade.

Segundo o Prof. Creff: "A ansiedade, muito mais que o trabalho muscular, é susceptível de modificar o teor do açúcar no sangue e os desportistas que sofram de grande ansiedade, e nota-se que o seu número aumenta cada vez mais e consoante se vai atingindo a Alta Competição, não controlam muito bem as variações do seu tonus neuro-vegetativa, o que provoca uma grande secrecção e, em em certos indivíduos, até uma hipersecrecção de adrenalina, ocasionando um rápido desgaste das reservas energéticas"

Mas nós não somos atletas de alta competição. O nosso desafio é vencer os km que se avizinham e, para isso, há que manter a calma e serenidade.

O nosso objetivo é 'cortar' a Meta. Quando a ultrapassamos toda essa ansiedade deixou de ter razão de ser... Até à prova seguinte!

6.11.19

A corrida e o sal*

101km, Ronda. Um nosso companheiro acompanhado da mulher, aos 65 km começa a desfalecer. Estavam no meio do nada e no meio de tudo, mas ao corpo em desfalecimento faltava o essencial... Sal. O esforço tinha sido muito, o tempo quente, a sudação extrema e a falta de sanilidade no corpo fazia com que esse nosso companheiro estivesse a passar um mau bocado.

No meio do nada surge uma casa. Dirigiram-se para ela e pediram à pessoa que lá morava, sal. Claro que o sal foi acompanhado de água e as cores vieram a este nosso amigo.

Ultra Maratona Melides/Tróia. O desespero de um participante levou-o a beber água do mar.

Eu nos 50 km do TNLO. Tinha levado a minha garrafa com a minha 'limonada' (um litro e meio de água, um pouco de sal, sumo de meio limão e um pouco de açúcar ou mel) e lembrei-me que, durante o percurso para Óbidos, na conversa com a Analice, não a tinha bebido. Perto dos 25 km começou a dar-me cãibras e passei um mau bocado. Felizmente levava no meu camelbak essa mistura e acabei a prova.

"O sal está naturalmente presente em alguns alimentos, como a carne ou o peixe, mas também pode ser adicionado aos alimentos como fazemos na nossa cozinha.

O consumo de sal para uma pessoa saudável não deve ultrapassar as 5g diárias. Contudo, esta quantidade tem de ser aumentada quando um atleta enfrenta uma prova longa e com muito calor ou umidade. Em provas mais pequenas, não há a necessidade de reposição de sódio, a não ser que o atleta não ingira água suficiente.

O nosso organismo perde cerca de 0,5 a 2,9g de sal por cada litro de suor, que é nada mais, nada menos, que água salgada. No que respeita à desidratação, alguns estudos apontam para uma redução de 30% do rendimento físico quando há uma desidratação de 3%. Esta redução faz com que o atleta se sinta muito mais cansado numa prova com muito calor e, por vezes, associado a este sintoma surge a hiponatremia (redução drástica dos níveis de sódio no sangue)."

Daqui:

https://corrernacidade.com/sal-porque-e-que-e-tao-importante-para-507112

Depois de uma prova longa, deve-se comer com um pouco mais de sal para repor os níveis de salinidade no corpo... e é isso que faço.

Foto: "O Mundo da Corrida" - a acabar os 50 km UTNLO - 2012

5.11.19

A corrida e a vida sexual*

Como é óbvio, cada caso é um caso. Conheci um companheiro de corrida que, antes de uma prova, tinha que ter uma relação sexual. Outros bebiam um cálice de vinho do Porto, outros como eu (depois de muitos erros) bebia um 'abatanado' e comia um queque (não confundir com uma palavra parecida) e no geral dos corredores, melhora ou piora a vida sexual?

Numa sondagem efetuada em 1983 pelo "New York Times" junto de 1095 participantes na Maratona de New York, revelou que 47% dos maratonistas consideravam que a prática da corrida tinha melhorado a sua vida sexual, 35% eram de opinião contrária e os restantes 18% não tinham opinião formada sobre este aspeto.

Cinco anos mais tarde os de opinião favorável tinham subido para os 71%, os que que diziam que era negativo tinha descido para os 7%, e os restantes 32% eram da opinião que o resultado positivo era mínimo.

Mas isto é à boca das 'urnas' pois a realidade é bem diferente.

Num trabalho levado a efeito pelo Dr. Sidney Alexander, concluiu que o treino intensivo reduz o apetite sexual dos atletas, podendo, nas senhoras, chegar mesmo a uma perda quase total de interesse. Nos homens, tal redução poder-se-ia situar em cerca de 70%.

Num estudo feito pelo especialista Jim White à volta de 115 corredores, submetidos a oito semanas de treino regular de 'endurance' de 45' em ccl, aumentava o apetite sexual, num outro estudo quem treinava numa média semanal de 60km de ccl, a produção de hormonas masculinas reduziam e, perante isto, havia uma quebra de apetite sexual.

in Revista Spiridon (Mario Machado) nº 127 - Dezembro de 99

mais sobre este assunto:

https://www.ativo.com/fitness/noticiaso-fitness/relacao-entre-sexo-e-a-corrida/

Foto da net

4.11.19

A corrida e o divórcio*

Em 2017 por cada 100 casamentos, 64% acabavam em divórcio (em 2011 foram 74% e em 1960 divorciavam-se 1,1%). Como é óbvio, o divórcio pode ocorrer por várias razões e não por estar ligado à atividade física.

Quanto aos que praticam a corrida, há ou não, maior possibilidade do casal se divorciar? Há se só um deles pratica esse desporto, assim o diz um estudo divulgado pela "American Medical Joggers Association" em... 1999.

"Se o homem é atleta e a mulher não, a situação é, até certo ponto, "aceitável" nos primeiros anos mas, depois, os problemas podem surgir à medida que se vai avançando na idade e as diferenças dos níveis de forma se forem acentuando.

A psicóloga Dra. Liz Levy tem uma frase para expressar os princípios de um certo distanciamento: (...) Regra geral, costumo perguntar aos casais que me consultam como é vivido o seu domingo de manhã e quando algum dos cônjuges me diz que pratica a corrida sem a companhia do outro e que sai bem cedo da cama para ir correr, enquanto o companheiro ou companheira fica em casa... então é um dado importante para compreender certos distanciamentos.

(...) No caso de ser a mulher quem gosta de correr, o espaço que os leva à separação é muito mais arriscado, principalmente nas famílias de base latina. O homem terá dificuldade em compreender por que razão a sua companheira o deixa para ir correr. Mais grave, ainda, é quando a mulher é atleta activa, com forte vivência competitiva e o marido é um dos muitos cidadãos que leva uma vida sedentária. As contradições entre os dois podem acabar com a relação conjugal mais cedo do que se poderia pensar."

... E aí não vale de nada a racionalidade.

in Revista Spiridon (Mario Machado) - 1999

3.11.19

A corrida e os cães*

Sabemos que o cão é o melhor amigo do Homem, mas não é o melhor amigo do corredor.

Lembro-me quando um dia em treino para a maratona, no Olival Basto, sai um canzarrão dentro de uma viela, que se não fosse eu correr mais que ele não sei o que seria.

Nos treinos que fazia no areal da Costa da Caparica levava sempre um pau pois há por lá cães vadios em matilha.

3 de março de 1996 - Campeonato Distrital da Meia-Maratona do INATEL - Costa da Caparica

Já no retorno e não sabendo qual a minha posição dentro do escalão dos Vet.A, vinha na conversa com um companheiro quando, perto do Parque de Campismo, sai de lá um cão de grande porte pronto a morder-nos as canelas. Quando o vimos foi pernas para que te quero. Já não deu para falar mais. Pudera!

Ultrapassamos alguns companheiros que estavam mais perto de acabar do que nós.

Resultado, quando saíram as classificações estava lá: Mário Lima - 1º classificado.

Se dos que ultrapassamos algum era do meu escalão não o sei dizer, sei é que devido ao cão (ou talvez não), fui campeão.

tempo: 1:22:52 - 3'55''/km

2.11.19

A corrida e a saúde*

Em prova e nos anos que levo disto, já vi muitos casos onde houve necessidade de recorrer aos serviços médicos presentes para resolver situações graves.

Numa maratona vi um atleta que tinha perdido o 'norte'. Estava de tal maneira desnorteado que começou a correr em sentido contrário ao nosso, ia em 'contramão'.

Avisei os elementos que estavam a apoiar a prova, tentaram demovê-lo mas ele fez questão de continuar, colocaram-no no rumo certo e quando acabei a minha prova, tempos depois lá vinha ele aos 'esses' mas acabou.

Numa meia maratona um companheiro meu, ao entrar no autocarro do clube, vinha tão branco que tendo eu ali uma barra energética dei-lhe e era ver a cor a voltar-lhe ao rosto. Tantos casos de desmaios e até mortes ocorreram em provas.

Eu, como não sou diferente de ninguém, uma vez fui numa ambulância, Geira Romana 2010, lesionado, perdi-me no Gerês e, por duas vezes, fui parar ao hospital: trilhos de Almonda 2013 com desidratação extrema (o calor era tanto que chegava aos 44º) , e Mirante 2015 com espasmos musculares.

Ao primeiro sinal de perigo há que parar, exceto quando estas situações acontecem, quando não esperamos.

Podia ter desistido de correr, mas por aqui ainda continuo, o que não nos mata, torna-nos mais fortes... até um dia!


foto: João Martins - no Hospital de Torres Novas - Almonda

1.11.19

9ª Corrida do Sporting*

Nada melhor para comemorar o meu 1º dia sem nada fazer, do que fazer. E assim, hoje no Estádio de Alvalade dei corda aos sapatos e fiz os 10km (foram 10.340 no tempo de 1:01:28 ao ritmo de 5'57''/km)

Como a preparação ainda não é muita, claudiquei nas subidas dos túneis do Campo Grande e Pequeno e aos poucos fui perdendo 'gás'.

No entanto estou satisfeito com a minha prestação e deu para encontrar alguns amigos, como o Luís Almeida e a Henriqueta Solipa no início, e depois na prova, o Paulo Sousa, o Nelson Barreiros, o André Noronha, o Paulo Trindade e tantos outros que fazem parte deste grande grupo de amigos tanto na vida como no atletismo.

Terminei a prova com o Paulo Sousa que recuperou a diferença que tinha dele, assim como a Henriqueta e o Nelson, que me deixaram a 'milhas'.

Foi boa a festa pá... fiquei contente!

Agora será em dezembro, a Meia-Maratona de Lisboa. Haja pernas e vontade e será mais um desafio vencido!

31.10.19

One year later*

É chique em inglês mas foi há um ano atrás que me reformei. Uma vida de trabalho. Comecei a trabalhar ao fazer os 13 anos e reformei-me quase com 66. Trabalhar de dia e estudar de noite. O curso de engenheiro eletrotécnico que ficou por se fazer e o tempo imparável, fez passar os anos como um cometa no cosmos da vida.

Saudades do trabalho... nenhumas! Ficaram as de alguns colegas, poucos pois a maior parte deles já tinham feito o mesmo. Eu era um dos últimos troianos que ainda deambulava por aquelas paredes da Central dos CTT. Paredes com muita história e que aos poucos se foram perdendo na bruma do tempo.

Amanhã, era o meu primeiro dia onde não havia horários por cumprir, noites por fazer e dias mal dormidos.

Amanhã será o meu regresso ao que nunca deixei de fazer... Correr. Provas quase nenhumas mas sempre a vontade de voltar.

O dorsal já aqui está. O Sporting ter-me-á neste meu regresso, representando a Associação O Mundo da Corrida e, como já nem ténis tinha (treinava com os dos trilhos), lá voltei a comprar uns da marca que quase sempre me acompanhou nestes quase 30 anos de corrida, a Asics.

Amanhã lá estarei no covil do leão.

29.10.19

No meu penedo*

Uma pilha de pedras deixa de ser uma pilha de pedras no momento em que um homem a contempla, trazendo dentro de si a imagem de uma catedral.

Antoine de Saint-Exupéry

24.10.19

Dicas*

Ao colocar aqui algumas dicas cada um é livre de as utilizar ou não. É só para terem conhecimento e beneficiarem caso o queiram.

Dicas

- A automassagem no final do treino ou prova, deve ser feita sempre de baixo para cima, na direção do coração e de forma a não provocar dor.

- Deve-se prever algumas semanas de repouso durante a época quente de Verão.

- A maçã deve ser o fruto preferido após as provas devido aos seus açucares naturais, ser rico em água e possuir propriedades calmantes.

- Se as meias têm as costuras salientes (há no mercado meias próprias para corrida sem costuras), o corredor deve calçar as meias com as costuras ao avesso.

... Nunca esquecer de se hidratar bem, pois o nosso corpo é formado por mais de 70% de água.

20.10.19

Mini-Maratona - do 8 ao 80*

Se em 2016 fiz a maratona, desta vez foi a mini.

Não estava para a fazer, mas um dorsal arranjado à ultima hora por um amigo lá me levou a participar. É a minha primeira mini maratona, nestes quase 30 anos de corrida.

Alguma vez tinha que ser a primeira.

Foi um teste para ver se a lesão no gémeo esquerdo tinha sido debelada e o teste foi positivo.

Corrida dos 8.220 metros em 51'56'' o que não é mau para quem está a recuperar e ultrapassar aquelas milhares de pessoas na Ponte Vasco da Gama não é fácil. Objetivo conseguido.

À (sem H) falta de fotos, aqui fica a medalha.

15.10.19

15 km de Benavente - Partir em último*

Já tinha feito diversas vezes esta prova. Resolvi em jeito de treino em 1998, partir em último. Verificar qual a sensação de ir aos poucos, recuperar posições dentro da corrida.

Pessoal todo concentrado à espera do tiro de partida e eu, lá ao fundo junto à vedação. Pensava ser o único, mas havia outro com a mesma intenção e ali estávamos os dois.

Tiro dado, faço menção que vou partir e o companheiro que estava a meu lado 'arranca' e eu fiquei. Claro que um sorriso perpassou nos meus lábios por o ter 'enganado' e lá vou eu.

De km em km, ia ultrapassando os que corriam menos que eu. Foi uma sensação única, a mesma que me aconteceu quando pela primeira vez fiquei... em último lugar.

Tempo final: 1.08.21

foto: Benavente em 2005

28.9.19

Correr*

Correr

Correr não é escapar
nem perseguir.
não é, portanto, uma evasão,
uma perseguição
através de alguém, seja quem for
através de uma ilusão,
sem razão
nem amor,
através de nada
correr é, simplesmente
desafiar a madrugada.
Correr é estar liberto
do ódio e da amargura
e, mesmo só, não estar desesperado...
Sentir-se acompanhado
de paz e aventura.
Correr é nada querer
senão isto: CORRER!...
Passar, viver,
sem distinguir o vento
do próprio pensamento.
Respirar, sentir o ar
bater na nossa face, Correr
é apenas isto:SER!
Mas só se corre bem
se, enquanto, se correr,
se for vivendo e amando tudo:
A VIDA
que é a própria corrida
e é o sonho também.
Correr não é fugir de nós
nem de ninguém
com raiva, blasfemando.
Correr, enfim
é fugir sim
mas é fugir, ficando.

ROBERTO DURÃO

foto: João Martins, Meia Maratona na Areia Analice Silva 2019 - Costa da Caparica

25.9.19

A regra do meio-dia*

Tanto custa a recuperação a quem corre numa prova a 3'/km como àquele que corre a 6'/km. E a razão é simples, o esforço despendido por quem corre mais rápido está na razão proporcional ao treino que executa.

Quando fazia treinos a 4'/km, 4:20/km, significava que estava fisicamente preparado para correr em prova, abaixo desse tempo de treino. Quem corre a 6'/km o esforço para o fazer está também proporcional ao tempo que faz em treino, que será entre os 6:30 a 7.:00/km.

Na corrida não há milagres. Não é correr num domingo uma meia-maratona ou maratona e no domingo seguinte voltar a fazer o mesmo com a mesma frescura do domingo anterior.

Por isso há que respeitar esta regra do meio-dia/km que coloco em anexo.

Depois de uma prova era 'sagrado', ao 2º dia, descanso total. Se corresse a um domingo, à terça ia ver os passarinhos.

Raramente o esforço executado numa prova, tem reflexos no dia seguinte mas, no 2º dia, ali está aquele andar 'esquisito' onde uma perna pede licença à outra para se mexer.

Isto são apontamentos meus, retirado penso eu da Revista Spiridon do amigo Mario Machadoo, ali pelos anos 80/90

24.9.19

Tesourinhos...*

Ao olhar para os tempos que fazia nas provas de atletismo, tenho que me orgulhar disso.

Trabalhando por turnos, saía muitas vezes de manhã e ia treinar. O corpo a pedir descanso, e fizesse frio, vento ou chovesse ali estava eu.

Treinos loucos de 4' a 4'20''/km. Fartlek, treino intervalado, in-out, método de treino Dr. Van Aaken, e tantos outras variantes de forma a aumentar a endurance, o ritmo...

E tudo era apontado, os pequenos almoços corrigidos (tinha por vezes a tal 'dor de burro') e assim foi durante anos.

Quando ia para as provas fazia-as quase sempre abaixo dos 4'/km, exceto em algumas que pela sua dificuldade (muitas subidas, o meu ponto fraco), ou distância, ia um pouco além dos 4'. E isto ano após ano. Muitas lesões (o que não me impedia por vezes, de fazer algumas provas em ritmo de treino) mas, acima de tudo era muito querer e paixão por esta modalidade.

Em 1993 fiz 34 provas e só em 5 fiz mais de 4'/km. Em 1995 de novo 34 provas e, mais uma vez, só 5 provas para além dos 4'.

Tempos que hoje dariam para ficar algumas vezes no pódio, na altura ficava muito longe disso. Corria-se bem na época.

Outros tempos...


16.9.19

Pulsações*

Para quem começa ou para quem já tenha começado e não saiba.

Mesmo um treino tem que ter regras. Não é correr até ficar sem fôlego e com o coração quase a sair-lhe pela boca.

O importante num treino é podermos falar sem dificuldade. Como os meus treinos são sempre solitários, cantarolava um tema mas, essencialmente, 'tocava' mentalmente uma música que ouvíamos nos Comandos, sempre que fazíamos instrução física. Era o Let Kiss (1965) tocada pela orquestra Gudrun Jenkins.

Ouçam-na e vejam lá se não dá vontade de ir treinar.


(este vídeo é uma homenagem aos meus camaradas de armas que estiveram comigo no 27º Curso dos Comandos)

Aqui fica outra:

4.6.19

Monsanto*

"Eram charcos e charquinhos pelo caminho.
Subidas e descidas escorregadias
Mas que prazer ver lá no meio do verde
O azul das mansas águas do Tejo
Sentir-me um tudo no meio do nada
Sentir-me um nada no meio do tudo."

17março2013
Mário Lima

Poucas vezes fui até lá em treino, mas as poucas vezes que fui, valeu pelo imenso verde que vi, pelo treino solitária que sempre faço, pelo deslumbre que aquele pulmão de Lisboa nos dá.

Aqui na Corrida da Árvore em 5 de março de 2013 com amigos da Associação "O Mundo da Corrida"

7.3.19

'Lembrar Analice'


Tinha estado na 1ª edição logo após o falecimento da Analice. O ano passado (2ª edição) não sei a razão, não me lembrei de que havia mais uma 'prova' dedicada a esta grande Mulher.

Há muito que não me encontrava com a 'minha' malta. Já tinha saudades daquele ambiente que só quem corre sabe o quanto especial é.

Desta vez levei o GPS pois quando vou para S. João das Lampas, perco-me sempre. O dia estava com nevoeiro, chuvoso, mas aquele fresco da manhã soube-me bem. Chegado, foi aquele abraço a pessoas que não via há muito tempo. O Joaquim Adelino, a filha, o Fernando Andrade, o Félix, a Margarida Henriques, a Maria Puga, o Amaral...

Era para fazer a caminhada pois não tenho treinado e trilhos há já muito tempo que não faço, mas desafiado pela Margarida, fui para os 15 km. Éramos três e passamos a quarteto quando kms depois se juntou ao grupo a Anabela Moreira que, embora ainda 'novata' nestas andanças, deu bem conta do 'recado'. Trilhos com vistas de rara beleza, de uma maravilha estonteante, onde os caudais dos ribeiros faziam-nos saltar de pedra em pedra como pequenas rãs tal a magnitude de beleza que a natureza nos oferece. Um voltar a ver a 'Praia da Samarra' e percorrendo aquela berma tem-se a imagem da pujança do mar que entrava naquela pequena enseada.

O cansaço era já bastante e uma dor arreliadora no joelho fez-me pensar que realmente estava a exagerar no esforço depois de tantos meses parado. Mas a placa "Ponte Romana" a dor fez esquecer e voltei a ver a ponte que na 1ª edição tinha passado na companhia do Fernando Andrade. Já nessa altura ia de novo com a Margarida e a Maria Puga. A Anabela ficara no abastecimento na 'Praia da Samarra', para se juntar a uma amiga e iriam acabar a 'prova' juntas.

Não sei quanto tempo se passou desde a nossa partida, mas quando acabámos já muitos tinham partido... para casa.

O céu estava triste e 'chorou' mas essa água abençoada, foram lágrimas da Analice pela alegria de nos ver ali, e mais uma vez prestar-lhe a Homenagem que tanto merece.

fotos Fernando Andrade, Orlando Duarte, Anabela Moreira e a minha 'Praia da Samarra'