26.12.15

S. Silvestre de Lisboa - 2015

Desde junho (depois do que me aconteceu nos trilhos da OTA) que não participava em nenhuma prova. Mas esta tinha que ser. Seria a minha última prova do ano, de convívio com os amigos e um começar e acabar juntos do pessoal da Associação O Mundo da Corrida, ou a quem a nós quisesse juntar. O quarteto do Mundo da Corrida, seria formado por mim, pelo Vitor, Filipe e Maria Puga.

Do princípio ao fim fomos juntos. É este o espírito que faz com todos os anos participe nesta prova. Nada de tempos, nada de "loucuras", nada de querer ser Speedy Gonzalez, mas sim pelos amigos que somos já lá vão uns anos e que não são assim tão poucos. Cortamos a meta lado a lado de mão dada consolidando ali a Amizade que nos une.

Foi bonita a festa pá! Estamos contentes!

Bom Ano 2016


Com João Garcia


7.6.15

Corrida do Mirante - 2015

Não há duas sem três, aos três acabou-se.

Geira Romana 2011 - Almonda 2013 - Mirante 2015. Em todas elas entrei numa âmbulância, em duas delas fui para o Hospital (Almonda e Mirante).

Tudo estava a correr bem embora, como trabalhando por turnos, o descanso não tenha sido suficiente.

Seria mais uma prova, agora com mais uns km's que na edição anterior, embora esta prova seja terrível pelo seu constante sobe e desce, mas nada que já não tivesse feito. Começando às 9h dava mais um tempo sem o sol impiedoso.

Como sempre com a máquina fotográfica, ia tirando fotos aqui e ali, parando algumas vezes para o efeito. Tudo normal. Bebi e bem água nos postos de abastecimentos, no de sólidos até ganhei novas forças e corria sem problemas de maior. Vindo de trás aparece-me o Luis Almeida mais um amigo e, como aconteceu, o ano passado iríamos acabar a prova juntos.

Sempre à procura do famoso V, os km's passavam e nada de o ver, até que enfim ali estava ele. É uma subida curta mas difícil. Parando aqui e ali, mas sempre incentivado pelo Luís lá o subi.

Pouco depois havia uma descida com pedra solta, faltava um km para terminar a prova, e foi aí que tudo aconteceu. Comecei a ter espasmos musculares. Felizmente estavam ali elementos da Cruz Vermelha que me socorreram. Sentei-me. Para além dos espasmos, cãibras nos dedos dos pés, dores fortíssimas nas canelas, o Luís ali a meu lado tentando que eu fosse com ele acabar o último Km (amigo Jorge Branco é sempre o km mais difícil da vida). Disse-lhe que já não aguentava mais e... de repente... "apaguei-me".

Quando abri os olhos (disseram-me que nunca os fechei e foi por breves segundos) só via rostos difusos e sem saber onde estava. Tinha vagueado por muitos locais enquanto desmaiado e nenhum deles era aquele. Estava confuso. Onde estaria?

Aos poucos fui-me apercebendo da realidade mas pouco mais me lembro do que saber que a Cruz Vermelha me tinha deitado numa padiola, descido aquela pedraria toda e levado para a OTA. Já na ambulância comecei a vomitar o que aconteceu durante mais de 4 horas. O que o estômago já não dava, dava a água que o corpo continha e entrei em desidratação.

Estava dentro da ambulância na OTA mas apercebi-me que outro companheiro teria que ir para o Hospital. Disse à Cruz Vermelha para me retirar de lá para que esse meu companheiro tivesse transporte e fiquei num sofá no café da prova, pensando que tudo seria uma questão de tempo e que recuperaria.

Assim não aconteceu e tive que ir também para o Hospital de Vila Franca saindo de lá às 23:15' depois de vários sacos de soro e outras "mistelas" para debelar os vómitos, as cãibras dos dedos e os espasmos musculares.

Cheguei ao fim de mais uma etapa. Talvez seja da idade, talvez seja da falta de descanso de quem trabalha por turnos, talvez seja de tudo e de nada.

Vou procurar voltar à estrada assim que os rins me permitirem. Provas pequenas, só para o convívio. Matar o bichinho que há em mim depois de ter corrido no Benfica de Luanda e desde 1990 em Portugal.

Já nada será como dantes pois tenho consciência que tudo tem um fim e eu quero muito ver os meus netos crescerem com o avô ao lado deles.

Os meus agradecimentos são sem dúvida os maiores para o Luís Almeida. Foi de uma camaradagem incrível nunca tendo saído do meu lado (que nunca por vencido te conheças), ao pessoal da Cruz Vermelha por tudo o que fizeram por mim, foram excecionais embora me dissessem que não faziam mais que o dever deles. Ao Alexandre Beijinha e à sua preocupação pelo meu estar, ao pessoal do Hospital de Vila Franca de Xira (médicos e enfermeiros, inicialmente tive uma impressão negativa pois estive muito tempo sem soro) foram inexcedíveis.

Ao amigo Pára Joaquim Adelino e ao Daniel por me terem levado o carro para o Hospital e pela preocupação constante pela minha saúde. Para os meus familiares (filha, genro e a minha mulher) que se deslocaram a Vila Franca e aos meus filhos Mário e Renato Lima, que sem saberem a hora da minha saída e por uma coincidência incrível estavam lá na altura que eu chegava ao meu carro para me vir embora (se isto não é a voz do sangue então não sei o que isso será).

Para os que me telefonaram para o Hospital os meus agradecimentos. Fui proibido de atender as chamadas constantes que me estavama a chegar. Tive que desligar o tlm.

Obrigado a todos, obrigado por tantos anos de corrida em vossa companhia.

Um dia a gente volta a ver-se por aí.

Abraços!

1.5.15

1º de Maio - 2015

Mais uma vez comemorei o 1º de Maio correndo. Esta será a minha 24ª presença nesta prova. Uma prova em que o tempo que se leva a percorrer os 15km não interessa. Interessa sim, estar lá.

Através da corrida, há a liberdade de estar ali a saudar um dia importante para todos nós trabalhadores, o que era impensável fazê-lo no tempo do fascismo.

Muitos companheiros mas senti que este ano não havia tantos como nos anos anteriores, talvez tivessem alguns preferido, ir ao Pingo Doce ou ao Continente.

Enquanto puder estarei lá, se não estiver é sinal que a festa foi linda pá, mas acabou. E tudo encaminha para isso. À "pala" da democracia a ditadura instala-se.

Os trabalhadores têm medo, o grande capital ameaça-os com o desemprego caso façam greve. É a pouca vergonha instalada porque o trabalhador o permite.

Mas hoje, no Dia do Trabalhador, estive com os meus companheiros de corrida. Correndo pela Liberdade, pelo desporto, por quem não pode.

Viva o 1º de Maio.

Tempo - 01:33:17
7º no escalão M6064


25.4.15

38ª corrida da Liberdade

Faz do dedo a rampa do teu voar,
Informa o povo que o cravo floriu,
Para que ninguém volte a fechar,
As portas que Abril abriu.


Mais uma vez participei nesta prova. O importante foi encontrar os amigos e comemorar o 25 de Abril.


20.3.15

Estou de volta...

Todos devem conhecer a lenda da queda da maçã na qual Newton se baseou para a sua "Lei da queda dos corpos" ou "Lei da gravitação universal".

Esta, embora baseando-se na maçã, tem outra leitura:

"Newton passeava no seu jardim quando lhe apeteceu deitar-se à sombra de uma macieira. Deitado, olhou para cima e disse:«Deus fez as coisas mal feitas, uma árvore tão grande e dá frutos tão pequenos»... e adormeceu. De repente cai-lhe em cima da cabeça uma maçã. Disse Newton rapidamente: «Afinal Deus fez as coisas bem feitas, olhe se em vez de uma maçã fosse uma melancia»."

É assim a nossa vida. Ao contrário de Newton, muitas vezes pensamos que a nossa vida é uma melancia e não passa de uma maçã.

Durante meses andei em tratamento por causa de uma dor no gémeo direito. Corria um pouco e logo parava porque se instalava uma dor que não me deixava quase caminhar. Mesmo com os tratamentos não passava. Um dia em que a dor se instalou de novo, pensei que tudo tinha acabado, não iria correr mais. Dei conta disso com muita amargura a alguns amigos. Tudo na vida tem um fim e tinha chegado a minha vez depois de quase 25 anos a correr.

Mas a melancia que tinha caído em cima de mim transformou-se numa maçã. Um dia no serviço ao contar o meu infortúnio de corredor a uma colega, ela disse-me: «Deixa-me cá ver isso». Viu o gémeo, colocou os dedos e foi fazendo sei lá o quê. Não sabia que essa colega tinha essas aptidões, tudo aconteceu por mero acaso.

«Podes começar a treinar - disse-me».

... E agora lá vou eu. Pelas ruas, pelo pinhal, por terra batida, o suor escorre, a chuva bate-me no rosto, o dia transforma-se em noite e eu sigo rumo a mais uns anos de corrida.

A maçã de Newton que lhe adveio a "Lei da Força da Gravidade", gravita agora nos ténis que enfio. Para que eu nunca duvide e que a maçã nunca se transforme numa melancia. Mesmo a árvore mais densa dá sempre frutos pequenos. Deus fez as coisas bem feitas!

Estou de volta...


9.1.15

S. Silvestre de Lisboa - 2014

Depois de um interregno de quatro meses devido a lesão, o regresso às provas na despedida do ano 2014 em Lisboa.
Uma prova que me correu bem pois fui à cautela não fosse a lesão ressurgir mas felizmente não se manifestou.

Foi o reencontro com vários amigos, alguns que já não via há muito tempo.

Uma despedida em cheio do velho ano e que no Novo as lesões que não me incomodem para poder estar onde gosto de estar... a Correr!