HOMENAGEM a todos os meus camaradas de armas, aos que lutaram e aos que, em combate, morreram na Guerra do Ultramar.
O chapéu era de um “inimigo” (ler num dos temas anteriores).
4h15’ da manhã. Dois despertadores tocam mas já estava desperto, a ânsia era muita, ia participar pela primeira vez na Ultra Maratona Atlântica Melides – Tróia.
Já tinha tudo preparado na noite anterior, excepto envolver as quatro bananas em papel alumínio e fazer o preparado da limonada (camelback já com água e o depósito só com a mistura - ler tema anterior). Como pequeno-almoço, foi pão com doce de goiaba e banana e um “abatanado” que ajuda a ida à casa de banho. Chinelos, uma toalha para um banho de mar em Tróia e eis-me a caminho de Setúbal.
Chegado lá, nem por acaso, dou logo de caras com o Joaquim Adelino, o Daniel e o Luís Parro. Dão-me a indicação onde poderei colocar o carro e lá vamos para dentro do barco. Claro que sendo o único barco que poderíamos apanhar para chegar a tempo de apanhar o autocarro da organização em Tróia para Melides, estava apinhado de corredores. A grande Analice, o Carlos Coelho (Parabéns pela tua bela prova), o Fernando Andrade e tantos outros conhecidos e desconhecidos, todos compenetrados na prova que nos aguardava, correr 43 km em areia.
Entrados no autocarro, fiquei ao lado da Analice e foi um puxa-saco hilariante de histórias do passado desta grande corredora, contando as suas corridas no estrangeiro, a “morte” dela e o seu ressuscitar, e o "agarra-te ao pau", uma brincadeira que tivemos nos Trilhos de Almourol quando descíamos a Barragem do Castelo de Bode. Chegados a Melides, mais companheiros conhecidos, o José Melo, o Carlos Lopes, o Vítor Veloso, o António Almeida e o Luís Mota.
Feito o “briefing”, com a presença do grande campeão olímpico Carlos Lopes, vamos para o local de partida.
O tempo estava nublado, o mar “rugia”, se era maré baixa não parecia, a areia quando pisada afundava. Tinham-me dito que os primeiros 15 km seriam maus, mas não foram os primeiros 15, foram cerca de 37 km de sofrimento, sendo os primeiros 20 km melhores (se entender aquilo como melhor) que os seguintes 17. Mas só vim a saber isso depois.
Dado o tiro de partida, 200 corredores lançam-se à conquista da areia, 43 km de dificuldades aguardavam-nos. Só os mais bem preparados chegariam ao fim. Chegaram 166 (156 homens e 10 mulheres).
(continua)
8 comentários:
Amigo Mário,
Para si só um adjectivo...extraordinárioooooooo!
O objectivo foi alcançado com sucesso, ou não fosse o Mário de uma estirpe resistente e vencedora. Foi a estreia numa prova épica, que pelos vistos comparativamente a anos anteriores exigiu mas perseverança porque segundo relato de outros bloguistas as condições erama adversas...imenso calor e areia solta!
Agora é aguardar ansiosamente pelo resto do texto e desejar-lhe uma boa recuperação.
Companheiro
parabéns pela superação, afinal o que dá sentido às ultras.
Abraço.
Amigo Mário,
Parabéns pela conclusão desta mitica prova e pelo objectivo que o levou a percorrer estes 44Km de areia movediça.
O autocarro até Melides para mim foi o melhor passeio que fiz na vossa companhia, não me deixaram dormir mas parti o "coco" a RIR!!!!
Luis Parro
Amigo Mário!
Fantástico texto que nos leva a correr novamente a prova.
Depois do esforço são estas sentidas palavras que nos alegram e motivam a novos desafios.
Foi um excelente e completo dia. Além de corrermos tanto tempo ainda tivemos largas horas de confraternização.
Agradeço os seus gestos e palavras que são para mim motivo de orgulho, vindas de um amigo por quem tenho grande admiração.
Forte abraço,
Luís mota
Grande Mário,
Das tripas fizeste coração e cerraste os dentes até vislumbrares o portal...garra e coragem, apanágio de todos os que terminaram e também daqueles que prometeram vingança para o ano que vem, são os teus apelidos. A menos, já não nos habituaste. Venha de lá o resto...
Abração
Força aí campeão, os azares não te retiraram o prazer de cumprir uma promessa demasiado exigente, confesso que eu e o Parro de vez em quando questionávamos sobre o teu paradeiro, mas estava confiante que a qualquer momento irias aparecer no meio daquela nublina. Não tive dúvidas que irias conseguir chegar, nem a informação que recolhi aos 28,5kms de que havia muitas desistências me fizeram duvidar.
Naquele local (abastecimento) devia estar um psicólogo com o intuito de incentivar aqueles que queriam desistir para prosseguirem e não alguém que parecia satisfeito sempre que chegava alguém e punha termo à sua corrida, enquanto eu lá estive, +-15 minutos, assisti a duas desistências e nem uma palavra. A mim quando me viram sentado a calçar os ténis perguntaram várias vezes se queria desistir, que aberração, como se aqueles que terminam com 5/6 horas e mais, não estivessem ali a fazer nada. Até a mentira foi utilizada, (o 1º e o 3º do ano passado já tinham desistido, dizia um) afinal chegaram. Mas isto sou eu a desabafar, pode ser que para o ano ali seja colocado alguém que possa ter um pouco mais de paciência para com os seus convidados.
Para já os meus parabéns pela conclusão da prova, deixando claro que os acidentes da Geira Romana não passaram de um pequeno incidente que não fez abanar o Pára&Comando.
Venha o resto da história...
Grande Mário
Sempre uma alegria estar perto de si, sempre disposto em alegrar a malta.
Muito bem, vindo de uma lesão e treinado pouco, esteve brilhante conseguiu terminar tão dura prova, parabéns.
Boa recuperação
Forte abraço
Grande Mário!!!
Tiro-lhe o chapéu pelo desafio superado. Muitos PARABÉNS!!
Qualquer dia tem mais um colega jejeje..
Um grande abraço,
Vladimir
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