Após dois testes negativos e a pontada de febre ser uma situação passageira, o regresso a casa.
Em fisioterapia pouco tinha andado mas na hora da saída andei e não foi pouco. À minha espera estava o pilar, o suporte que me tem valido nesta fase, a minha mulher. Foi a emoção normal do reencontro ao fim de quase um mês de hospital, pois estive mais para não a ver, do que voltar a ver o rosto de tantos anos de partilhas.
Um dos meus filhos trouxe-me a casa. Mas tive tanto azar que um dos dedos do pé inflamou (coisas de anos de corrida) e mal o conseguia poisar. Nada que um nosso conhecido anti-inflamatório não resolvesse, mas foi um dia e noite de muito gelo e dores.
Hoje foi a minha primeira saída. Descer escadas e ir até ao quiosque comprar o jornal. Descer todos os santos ajudam. Comprado o jornal, foi a conversa com a vizinhança que acabam sempre por saber do que se passa, os conselhos e a advertência que não devem ignorar o perigo do contágio.
Se desci na companhia da minha mulher, subi na companhia da minha filha e do meu neto que, por mero acaso, tinham acabado de chegar para visita.
Como podem reparar, embora esteja 'imune' (nunca fiando), estou de máscara e assim será sempre que deslocar seja a que lado for onde estejam seres humanos.
Sejam precavidos. A vida deu-me a possibilidade de contar a minha história. Vi um companheiro de quarto morrer, vi um companheiro gritar toda a noite e dia, este não por efeito Covid, pois já estava na área 'não Covid' e, por isso, façam o possível para não terem que contar a vossa, pois podem não ter tempo para o fazer.
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