Hoje fiz uma caminhada por locais onde no antanho, fazia os meus treinos. Ia de Famões a Caneças por Odivelas e regressava pelo lado contrário, por Casal de Cambra. Dava uns 11 km em um percurso bem durinho, pois tinha (e tem) cá umas subidas...
Chovia torrencialmente naquele fim de tarde nos anos 90. Mas não seria essa chuva que iria impedir de treinar.
Famões, Ramada e viro em direção a Caneças. Devido à elevada precipitação pouco se via e, por precaução, vou a correr pelo passeio. De repente deixo de ver. Uma forte pancada na cabeça deixa-me atordoado. Sento-me no degrau de um prédio. Sinto uma massa pastosa a escorrer pelo rosto. Coloco a mão e esta fica vermelha, era sangue. Na fronte um grande alto.
Sinto-me desfalecer, na época não havia telemóveis para avisar a família, e aguentei.
Levantei-me e fui ver a razão da pancada. As fotografias (tiradas hoje) dizem tudo.
Para fazerem o estacionamento para os carros, 'roubaram' ao passeio e a altura das varandas, que passaram a ocupar o passeio que restou, estavam à altura da minha cabeça, escuro como estava, não vi.
O boné que levava, amorteceu um pouco a pancada.
E, com sangue a escorrer pela cara, acabei o treino.
P. S. - na época não existia a sinalética, que agora se vê. A pancada foi em cheio no cimento.
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