Ao iniciar este meu tema quero aqui expressar a minha gratidão ao grande Capitão de Abril... Salgueiro Maia. Morreu sem nunca ter aceite um cargo político ou menções honrosas.
Salgueiro Maia foi, como os nossos "Cantores de Intervenção" (Zeca, Adriano Correia de Oliveira, Fausto, Francisco Fanhais, etc.), o grande obreiro dos ideais de Abril. Por eles Abril viverá, e enquanto houver um cravo vermelho no peito de alguém Abril não morrerá.
Esta prova que eu me lembre sempre a fiz desde que comecei a correr. Nem o facto de estar lesionado me impediu de nela participar. Inicialmente da Pontinha aos Restauradores, há dois anos tive o prazer de começar a prova pela 1ª vez dentro do quartel da Pontinha embora tivesse acabado nos Restauradores, o ano passado fez a ligação entre a Pontinha e o Quartel do Carmo, este ano foi em sentido contrário.
Esta prova terá que ser sempre entre a Pontinha e o Largo do Carmo. Pelos ideais de Abril, pelo caminho revolucionário que o 25 de Abril tomou, pois todo o comando estava no Regimento de Infantaria e foi no Largo do Carmo que o fascismo terminou. Agora há outros fascistas encapotados em socialistas mas isso são outras conversas.
O local no Carmo era muito estreito e embora não fôssemos muitos, foi um começar confuso e a Pontinha tem outras condições para começo de uma prova destas.
Para já peço desculpa a alguns companheiros (Carlos Coelho, Joaquim Ferreira, Umbelina, Santos, Sobral, etc.), tirei algumas fotos deles para incluir neste tema mas, infelizmente, não sei o que aconteceu já que desapareceram do pc. Terão sido as forças de bloqueio, ou uma ineficácia minha? Deve ter sido a última hipótese.
Com um começo atribulado como era de supor, fiz a minha prova com o intuito participativo, sem olhar a tempos até porque a própria organização teve que à última hora de alterar o percurso pois foi proibido o encerramento da segunda circular para Abril passar. Não faltará muito para que outros locais o sejam também.
Assim, com a companhia inicial do Pedro Ferreira e do Bragança do CUN Boston, fiz a minha corrida. Sem muitos esforços, o cumprir era o partir e o chegar...
... e lembrei-me que no dia 25 de Abril de 1974, estava eu nas matas do Maiombe, junto à fronteira do Congo-Kinshasa, com uma arma na mão.
Viva Abril... Sempre!
Joaquim Ferreira | AmmaMagazine |
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9 comentários:
Companheiro
parabéns pela participação, este ano tive muita pena não ter participado de cravo vermelho ao peito como fiz o ano passado, fica para o ano.
Não deve ter sido fácil o teu 25 de Abril e os dias e semanas seguintes.
Viva Portugal, 25 de Abril Sempre.
Grande abraço.
Olá Mário
Parabéns pela participação numa prova com muito significado.
Com a chegada a uma localidade com muitas recordações para mim.
Estar no mato deve ter sido doloroso.
Eu em 1974 em Junho também estava de arma na mão, mas em Santarém,no Curso de Sargentos Milicianos.
Os instruendos do meu pelotão ainda foram para o Ultramar penso que foram os últimos. Eu não fui porque pertencia às OGMA e cumpri lá 6 anos de tropa.
Nada que se compare à vida no mato nas ex-colónias, deixa marcas.
continuação de boas corridas
Com os cumps
J.lopes
Tive pena de não ter participado nesta prova
Em Santarém durante a minha curta vida militar, conheci pessoalmente o Salgueiro Maia e vários oficiais participantes no 25 de Abril.
Companheiro,
Mais uma vez esteve bem, parabéns.
Era para participar na prova, mas a gripe impossibilitou-me, para o ano tenho outra oportunidade.
Eu nasci após o 25 de Abril mas os pais bem me dizem que foi difícil aquele tempo.
Agora aponto cargas para o 1º de Maio.
Boa semana
Grande abraço
Vítor Veloso
Olá Mário!
Também em 1974, era proíbido, os Tanques saírem dos Quarteis, e nem por isso, deixaram de chegar a Lisboa, e ao Carmo!
Ontem era proíbido, circular ma 2ª Circular? Pois ... circulámos pela "primeira" ... e passando o "Carmo e a Trindade", chegámos ao Regimento de Engenharia!
Um grande Abraço, sei que continuas em FORMA, pois nunca mais te vi!:-))
Amigo Mário, estive a ver o vídeo (que colocaste) da revolução dos cravos e fiquei emocionado, pois este ainda não tinha visto. Eu estava lá na santa terrinha, a cavar batatas e lembro-me de ouvir falar numa revolução...lá para Lisboa, mas tudo muito temeroso, pois os rádios e televisão apenas transmitiam musica clássica. Quanto à corrida foi mesmo em clima de festa, em que o mais importante era participar. Um abraço!
Um abraço Mário. É sempre bom estar contigo nas provas ou em qualquer outro lugar.
Esquece as fotos. Tens é de tirar outras na próxima..
Inté
Mário!
Estive a ver e ouvir o Video, e também eu me arrepiei todo, pois eu estava lá, e quando os tiros começaram, subi a Trindade bem "mais rápido" que no Domingo passado :-)) ...
Claro depois regressámos ...!
Obrigado pela partilha e por me proporcionares este reviver "arrepiante" !
Amigo Marius!Desculpa apagar comentário,mas um pedido é um pedido,e gosto de o fazer com a minha palavra.Ao ler aqui fico sensibilizada com as palavras,se outros pensam que era um mar de rosas por aqui no tempo da outra senhora estão enganados,agora não devem calar, ou tentar fazer, o meu pensamento é livre como sempre gostei que fosse.Sei muito bem como era,e adorei recordar aqui,muita coisa,eu envio email.
Abraço amigo Lisa
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