Jornal para os amantes da noite Almadense
Fundador: Um pirata
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Ano 0 - 19 de Janeiro de 2011 Jornal Noctívago Nº 3 Preço: Grátis
O “Jornal” Almada à Noite, vai, com este texto, fazer o seu 3º número. No espaço de um mês, colocou-se este “Jornal” nas preferências das gentes de Almada e também de outras latitudes e longitudes, fruto da invasão pirata que tem assolado ultimamente esta região. Um obrigado aos nossos leitores que, embora não dizendo da sua justiça quanto a esta invasão, não perde pitada do acontecimento, relatado aqui e noutros locais de igual feitura.
O nosso repórter atravessou outra vez a ponte. Desta vez não havendo futebol na TV, o que aconteceu na última pirataria, estava a ponte apinhada, fazendo o repórter sofrer um pouco na contingência de não chegar a tempo à chamada, desta vez, no MarPuro.
Houve piratas que, por não se terem inteirado da alteração, ficaram com as barbas de molho no “Barbas” ponto de encontro da primeira invasão. Agora a voz do repórter.
- Pois é meus amigos, ao atravessar o Tejo ouvi o Rui Veloso cantar: «Quem vem e atravessa o rio, junto à serra do Pilar» … Não era junto à serra do Pilar mas era sem dúvida sobre a Ponte, que mudou de nome há muitos anos atrás, em direção à Costa da Caparica, local de nova invasão. Um treino lunar mas sem lua, já que esta escondia a face muita envergonhada pelo facto de, na última vez, ter sido vista com a nudez em toda a sua plenitude, e como está escrito que “Toda a nudez será castigada”, escondeu-se antes que o fosse.
Mas os piratas não se atrapalharam pelo facto de não haver lua e munidos de "pirilampos" no alto da cabeça (houve quem o levasse à cintura) estavam prontos para desafiar o areal.
Houve logo quem alvitrasse que seria a noite ideal para “pescar” uma sereia caso tivessem estas dado à costa, em curioso saber quem seriam aquelas luzes enigmáticas que buliam no alto como estrelas cadentes riscando o céu mas na terra.
Não se importariam de não se atarem a um poste, como o fez Ulisses, para poderem ficar encantados pelo canto das sereias e que se lixasse o ser-se "devorado" no fim.
Mas não haviam sereias, nem gaivotas à vista, facto que levou um pirata companheiro, de quase toda a corrida, a perguntar onde ficariam as gaivotas durante a noite, pois, quando de manhã, elas ali estavam no areal num dormitar aparente, prontas a receber os primeiros raios de sol para um levantar sereno em manhãs muitas vezes tempestuosas. Não lhe soube responder este repórter, hoje virado para uma escrita mais erudita, mas sem sair do tema, que é o facto de estar perante meia centena de piratas, havendo de novo o "Capitão Gancho" (Carlos Melo) a fazer jus à pala e aos outros apetrechos “piratais”, o pirata-Mor Paulo Pires, o pirata Parro mais a sua pirata Fernanda, o Orlando e tantos outros piratas que este escriba não lhes soube o nome, nem eles talvez saibam o deste pirata-repórter.
Decorreu o treino lunar da melhor maneira, com o virar aos 40’ conforme o andamento de cada um (mas há sempre quem discorde, se não houvesse quem discordasse seria ótimo, pois quem discordava também não esperou por ninguém) e desta o areal estava menos “passadeira” que da última vez. Mas foi lindo e quando este repórter acabou, ficou olhando o escuro, vendo luzes aproximando de outros piratas que em uníssono se manifestaram pelo prazer enorme de terem cumprido a missão.
Depois chegou o momento aguardado por todos, o convívio final. Cada um trouxe o que trouxe, confraternizou-se, o arroz-doce desta vez foi um ar que se lhe deu, estava divinal.
... E com um até breve, o repórter desapareceu na noite.
Fotos:José Carlos Melo
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