22.3.10

Já não há Pontes como dantes!





Em 1992 fiz a minha primeira travessia da Ponte 25 de Abril. Era a sua 2ª edição e éramos meia-dúzia de gatos pingados. A prova começava às 9h30' e só era fechada metade da ponte poucos minutos antes de começarmos a correr.

Dava tempo para se aquecer sem problemas de espaço e para se fazerem tempos muito bons. Na minha primeira prova, pouco menos de seis meses depois de começar a correr foi de 1h24'10'' e devido à minha classificação ainda ganhei 1000 escudos.

O melhor ano foi em 1995 com 1h21'36''. Agora são aos milhares em cima da ponte. Não dá para aquecer pois os da mini juntam-se aos da meia-maratona e aquilo é uma confusão à partida. Isto é como na vida, quando os não consegues vencer junta-te a eles, mas isso não é para mim.

Duas horas ali parado em cima da ponte para não ter que caminhar ao lado de quem vai caminhar e não correr, é muito tempo. Com a de ontem são 14 as vezes que atravessei a ponte. O Cristo Rei continua a abraçar Lisboa, os autocarros cheios de multidões continuam a despejar ali na zona da portagem, as manifestações de alegria são imensas pois até que enfim que chegou o dia que muitas pessoas aguardavam para puderem atravessar a ponte a pé nem que seja uma única vez na vida e cada vez mais somo mais tempo aos mesmos kms.

Não sou saudosista e acho que as pessoas fazem muito bem em irem correr à ponte, mas aquela confusão da partida e chegada, lutarem por mais um saco e um gelado é de um povoléu ainda sem o mínimo de cidadania para participarem em provas deste gabarito.

Um segurança retirou um saco a mais que um indivíduo levava ao ombro. O argumento dele é que tinha pedido mais um saco para dar à mãe que se encontrava doente e abespinhou-se contra o segurança. Felizmente este não se amedrontou e disse-lhe. «Se quiser dar um saco à sua mãe dê o seu». Este segurança dava um bom Comando.


O meu Mama Sumae aos Comandos - Aqui Estamos, Prontos para o Sacrifício!

Para mim foi uma prova para esquecer. Corri, andei e só não desisti porque isso vai contra a minha forma de ser.

No fim ainda ia andando à pancada com um sujeito que achou que me deveria dar um chazinho. Prefiro um bom café, um café de Angola, bem apreciado no Café Baía, na Marginal de Luanda e não estou para aturar a mesquinhez de certas pessoas.

Obrigado Fernando pois fez bem em segurar-me. O resto da prova não teve história, excepto os bons amigos que lá na ponte e nos caminhos percorridos encontrei.

11 comentários:

Pedro Ferreira disse...

Grande Mário,
Obrigado pelos momentos de boa disposição antes do início da prova.´
Agora força e que venha outra prova!

João António Melo disse...

Amigo Mário, ao fim de 14 vezes a efectuar a mesma prova pouco há mais para contar e não são muitos que contam aos netos que atravessou a ponte tantas vezes a correr e com excelentes prestações. É claro que tanta gente a participar, a balbúrdia é muita, mas no final fica a sensação...mais uma para a história. Um abraço e boas provas no futuro!

amantes da corrida disse...

Olá Mário,

Parabéns por mais uma Meia-Maratona conseguida, para juntar ao já seu belo e longo currículo...e mais ainda hão de vir decerto!

Foi bastante agradável, contar com a sua presença no tabuleiro da Ponte.

Episódio caricato do indivíduo, porque atleta não será de certeza, porque senão pensaria nos outros que vêem atrás e depois do esforço dispêndido ficam de mãos a abanar...são os tais vampiros que trabalham à luz do dia!

Com que então, com o calor que se fazia sentir queriam dar-lhe chá...a melhor coisa é não ligar embora seja fácil estar a falar mas de facto nem sempre temos que ser tolerantes com a mesquinhez das pessoas.

Um grande abraço e tudo de bom!

António Almeida disse...

Olá Mário
foi bom encontrar-te por ali, pena que não tivemos a tua companhia até final.
Mais uma vez renovar os meus parabéns pelo teu passado desportivo, és mesmo atleta e dos bons.
Abraço.

Vitor disse...

Amigo Mário,
Cada post uma lembrança dos tempos transactos, com muito orgulho o oiço falar que nesses tempos de atleta fazia tempos muito bons.
Foi com satisfação que percorri aqueles quilómetros na sua companhia, mas depois perdemos de vista bem que eu e o Antonio olhávamos para traz, mas lá no final nos encontramos.
Fico feliz por ter terminado mais uma prova, os meus parabéns.
Boa semana
Grande abraço
Vitor Veloso

.JOSÉ LOPES disse...

Olá Mário
Parabéns
Mais uma meia maratona concluída para o longo curriculum.
Já dá para escrever um livro.

Esta corrida tem a particularidade de sentirmos dificuldade em correr.

Também eu senti o mesmo na última vez em que participei.

É uma corrida muito desgastante na espera,no início com apertões e empurrões nas travagens e curvas e contracurvas que temos de fazer para ultrapassar quem vai a andar ou a correr mais devagar.

E na entrega dos sacos com os espertos do costume a levarem vários sacos.(referi isso numa mensagem no meu blgogue de anos anteriores.

Com os cumps
J.Lopes

Anónimo disse...

parabéns Mário
mais uma no bucho
acredita que nunca fiz esta por causa da confusão de que todos falam?
ainda não foi este ano, mas sempre vou aprendendo com os vossos relatos.
boa recuperação e bons treinos.
abraço
ab - tartaruga

Susana disse...

Olá Mário! Um dia lindo como foi Domingo, vocês a correr no bem bom e eu a trabalhar, acha bem?
Era vê-los tipo lata de sardinha à partida! Rsrsrs
O belo do gelado no fim é que vem sempre bem a calhar!
Tudo de bom e força para os Trilhos do Pastor se for o caso!

Hugo Adelino disse...

Olá, amigo Mário!
Pois é, iniciar a prova sem o prévio aquecimento não é bom para ninguém, propicio só mesmo a lesões.
Não sei se terei a mesma vontade em voltar para o ano, nestas condições.
Mas, nem tudo foi mau, salvou-se o bom convivio e camaradagem existente nesta nossa equipa,
CCD LOURES.
Um abraço.

joaquim adelino disse...

Pois é, não te posso deixar sozinho e logo há caldinho pela certa, para a próxima levo uma corda. E que não estamos em Luanda, lá tinhas as costas bem quentes, mas aqui não, bem podias esperar que aquela malta dos Comandos que vinha mais atrás chegasse perto e então mostravas os galôes e podia ser que mais à vontade podesses ensinar as boas maneiras a alguns energumes que se vão infiltrando e aproveitam para abusar da boa fé de quem tudo faz para que as coisas corram bem a todos. Para a próxima levas a boina vermelha e eu a verde e vais ver que assim a gente safa-se melhor, com boas maneiras, claro.
Sobre a prova e tudo o que a rodeia, o meu pensamento é antagónio ao teu, apesar das fragelidades já apontadas é uma prova que eu não faltarei enquanto puder.
Abraço.
Um abraço.

joaquim adelino disse...

E parabéns pelo génio na melhoria do teu blogue. Aquilo deixa-me a pensar.
Um abraço.