Prova com dificuldade média/baixa, mas que me proporcionou um prazer enorme percorrer aqueles trilhos saloios.
Um abraço especial para o Vítor Pinto, padrinho da prova, Susana Adelino Pinto e o pai "Pára que não Pára", Joaquim Adelino que não correu mas estava no percurso para o abraço amigo.
Outro para os companheiros Maria Puga e Henrique Vilhena, que foram ao trail longo. Eu fiquei-me pelo curto.
Iniciei a prova com a Ana Pereira, mas a rapariga está imparável, ficou em 2° lugar no escalão, parabéns, e eu lá fui correndo até o cortar da meta, cansado mas feliz.
Parabéns para toda a Organização. Um pequeno engano nosso que seguiamos para o parque urbano (penso que é assim) por a fita para o trilho à direita estar pouco visível, mas que não macula o que de bom teve este primeiro trail da Aldeia da Granja.
Mais um trail para o bornal.
17.11.24
11.11.24
EU E O ATLETISMO
Desde criança, sempre gostei de correr e de andar muito. Em Luanda, com 9 anos, percorria a pé a distância do meu bairro S. Paulo, até à escola primária (Rua El-Rei D. Dinis - Combatentes), depois Preparatória (Escola Industrial - Vila Clotilde e João Crisóstomo - Macambira), Secundário de novo na Industrial, e outros locais, tudo a uma distância considerável. Quem ia, também tinha que voltar. Hoje em dia, os pais levam os filhos de carro, mas naquela época, fazíamos tudo a pé ou a correr.
Um dia, com cerca de 16/17 anos, juntei-me ao Benfica de Luanda (Sport Luanda e Benfica), onde já treinava (ou começámos ao mesmo tempo) o meu irmão mais velho, Josué Lima. Trabalhava durante o dia, estudava à noite e ia a pé para todos esses locais, treinando nos Coqueiros, na baixa de Luanda. Para quem conhece Luanda, era um 'esticão' ir do meu bairro de S. Paulo até aos Coqueiros. Mas a paixão não conhece distâncias.
Adorava a pista. Era muito rápido, estava no meu elemento. O meu irmão, por outro lado, era mais dedicado ao meio-fundo. Experimentei o salto em altura, salto em comprimento e barreiras (onde não podia errar a contagem dos passos), e saía-me bem. Apesar de treinar intensamente, nunca participei numa prova oficial.
Um dia, o treinador decidiu 'inovar' e obrigou-me a experimentar o lançamento de dardo. Detestei. Não tinha jeito para aquilo, mas ele via algo mais em mim e continuou a insistir. Contudo, como só faço o que gosto, disse-lhe que, se não retirasse o dardo dos meus treinos, quem se retiraria seria eu.
Naquela época, os treinadores tinham muita autoridade e as pessoas, mesmo contrariadas, obedeciam. Mas eu, filho do meu pai, não. E assim, com muita pena minha, encerrei a minha passagem pelo atletismo.
Voltei a correr aos 39 anos e, felizmente, ainda fui a tempo.
Foto: Estádio dos Coqueiros no meu tempo, anos 60. Já com pista. Angola estava muito à frente.
Um dia, com cerca de 16/17 anos, juntei-me ao Benfica de Luanda (Sport Luanda e Benfica), onde já treinava (ou começámos ao mesmo tempo) o meu irmão mais velho, Josué Lima. Trabalhava durante o dia, estudava à noite e ia a pé para todos esses locais, treinando nos Coqueiros, na baixa de Luanda. Para quem conhece Luanda, era um 'esticão' ir do meu bairro de S. Paulo até aos Coqueiros. Mas a paixão não conhece distâncias.
Adorava a pista. Era muito rápido, estava no meu elemento. O meu irmão, por outro lado, era mais dedicado ao meio-fundo. Experimentei o salto em altura, salto em comprimento e barreiras (onde não podia errar a contagem dos passos), e saía-me bem. Apesar de treinar intensamente, nunca participei numa prova oficial.
Um dia, o treinador decidiu 'inovar' e obrigou-me a experimentar o lançamento de dardo. Detestei. Não tinha jeito para aquilo, mas ele via algo mais em mim e continuou a insistir. Contudo, como só faço o que gosto, disse-lhe que, se não retirasse o dardo dos meus treinos, quem se retiraria seria eu.
Naquela época, os treinadores tinham muita autoridade e as pessoas, mesmo contrariadas, obedeciam. Mas eu, filho do meu pai, não. E assim, com muita pena minha, encerrei a minha passagem pelo atletismo.
Voltei a correr aos 39 anos e, felizmente, ainda fui a tempo.
Foto: Estádio dos Coqueiros no meu tempo, anos 60. Já com pista. Angola estava muito à frente.
3.11.24
III TRILHOS DEMÓNIOS DO LIZANDRO
Íris, personificação do arco-íris e mensageira dos deuses, não se fez sentir nessa ligação entre a Terra e o céu, pois a chuva já tinha passado. O rio, com a sua corrente, deu aos atletas o prazer de sentir a sua frescura, algo ecoado no brado das ninfas que o atravessavam. A lama subjacente sujava o que o rio tinha limpado.
As subidas íngremes, desafiadas com valentia pelo calçado dos guerreiros, retezavam os músculos, e as mãos buscavam apoio para vencer mais um desafio, entre tantos que surgiram na demanda dos Demónios do Lizandro. Nem São Maurício e os seus companheiros, soldados invencíveis, poderiam salvar aqueles que os Demónios ousavam enfrentar.
Os rios foram passados e as dores esquecidas quando, ao longe, as trombetas anunciaram o final do sacrifício.
Melissa, a ninfa, a quem não coube ensinar o uso do mel, mas sim, com traços geniais, criar um logotipo que demonstra a sua criatividade, poderá adormecer para, em sonhos do Olimpo, criar o novo. Assim, numa outra volta ao Sol, os Demónios possam voltar em toda a sua plenitude.
Jaime Mauricio, Íris Fernandes Maurício, Melissa e todos os que fizeram parte do 'staff' e entidades que contribuíram para o êxito da prova, o meu muito Obrigado!
As subidas íngremes, desafiadas com valentia pelo calçado dos guerreiros, retezavam os músculos, e as mãos buscavam apoio para vencer mais um desafio, entre tantos que surgiram na demanda dos Demónios do Lizandro. Nem São Maurício e os seus companheiros, soldados invencíveis, poderiam salvar aqueles que os Demónios ousavam enfrentar.
Os rios foram passados e as dores esquecidas quando, ao longe, as trombetas anunciaram o final do sacrifício.
Melissa, a ninfa, a quem não coube ensinar o uso do mel, mas sim, com traços geniais, criar um logotipo que demonstra a sua criatividade, poderá adormecer para, em sonhos do Olimpo, criar o novo. Assim, numa outra volta ao Sol, os Demónios possam voltar em toda a sua plenitude.
Jaime Mauricio, Íris Fernandes Maurício, Melissa e todos os que fizeram parte do 'staff' e entidades que contribuíram para o êxito da prova, o meu muito Obrigado!
25.10.24
A VALSA DA VIDA
Nos passos marcados pela vida, a valsa deslizava pelos anos, um baile solitário que ele dançava com a perseverança como parceira. Trinta e três anos se passaram, e cada movimento da corrida era um compasso do tempo, uma coreografia íntima entre o homem e o seu caminho.
Ele corria não só com as pernas, mas com a alma, lançando-se em busca de horizontes invisíveis. A estrada, sua eterna pista de dança, conhecia-lhe os segredos, confidências de suor e cansaço deixadas ao vento. Cada amanhecer era um novo acorde, cada anoitecer, a promessa de um novo ritmo.
Por vezes, a melodia era suave, passos leves que mal tocavam o chão. Noutras, o ritmo acelerava, urgência e fervor pulsando no peito. Mas a cada queda, a cada tropeço, ele erguia-se com a teimosia dos sonhadores, pois sabia que a valsa da vida é assim: um vaivém constante entre a esperança e a superação.
Até que um dia, inevitavelmente, as pernas, fiéis companheiras de tantos bailes, irão ceder ao peso dos anos. O último compasso soará mais lento, um final triste, mas belo, um adeus à pista de dança que tanto amou. E ali, no silêncio que segue o último acorde, ele compreenderá que a verdadeira valsa nunca cessa, pois continuará a ressoar na memória dos seus passos, na história que deixou gravada no tempo.
Assim será a sua corrida, uma valsa pela vida que, mesmo no fim, ecoará no coração dos que compreendem a beleza do movimento, da perseverança e do viver plenamente, até o último suspiro.
foto: Nuno Luís
Ele corria não só com as pernas, mas com a alma, lançando-se em busca de horizontes invisíveis. A estrada, sua eterna pista de dança, conhecia-lhe os segredos, confidências de suor e cansaço deixadas ao vento. Cada amanhecer era um novo acorde, cada anoitecer, a promessa de um novo ritmo.
Por vezes, a melodia era suave, passos leves que mal tocavam o chão. Noutras, o ritmo acelerava, urgência e fervor pulsando no peito. Mas a cada queda, a cada tropeço, ele erguia-se com a teimosia dos sonhadores, pois sabia que a valsa da vida é assim: um vaivém constante entre a esperança e a superação.
Até que um dia, inevitavelmente, as pernas, fiéis companheiras de tantos bailes, irão ceder ao peso dos anos. O último compasso soará mais lento, um final triste, mas belo, um adeus à pista de dança que tanto amou. E ali, no silêncio que segue o último acorde, ele compreenderá que a verdadeira valsa nunca cessa, pois continuará a ressoar na memória dos seus passos, na história que deixou gravada no tempo.
Assim será a sua corrida, uma valsa pela vida que, mesmo no fim, ecoará no coração dos que compreendem a beleza do movimento, da perseverança e do viver plenamente, até o último suspiro.
foto: Nuno Luís
13.10.24
Corrida do Sporting
A partir do sétimo km, foi como correr para trás. O cansaço acumulado da véspera, depois de mais de 200 km percorridos e da festa/convívio até às tantas, tinha começado a fazer mossa. Não queria andar pois sabia que, começando, iria fazer isso mais vezes. Mas teve que ser. O corpo não é de ferro.
A passagem no Pavilhão João Rocha, com corredores estreitos perante dezenas de atletas, não fazia sentido. Mas era assim e 'pronto'. À entrada do estádio, já só andava, mas o objetivo era acabar.
De repente, ouço uma voz: "Mário, vamos acabar a prova a correr." Era o amigo Luis Lourenco. E eu, que já não podia com uma gata pelo rabo, perante o incentivo, dei por mim a sprintar com ele e com a Teresa. E foi de mão dada que passamos a meta.
Obrigado, companheiros!
A passagem no Pavilhão João Rocha, com corredores estreitos perante dezenas de atletas, não fazia sentido. Mas era assim e 'pronto'. À entrada do estádio, já só andava, mas o objetivo era acabar.
De repente, ouço uma voz: "Mário, vamos acabar a prova a correr." Era o amigo Luis Lourenco. E eu, que já não podia com uma gata pelo rabo, perante o incentivo, dei por mim a sprintar com ele e com a Teresa. E foi de mão dada que passamos a meta.
Obrigado, companheiros!
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