17.11.19

Corrida D. Dinis - 2019*

Para aferir o meu andamento com vista à Meia-Maratona dos Descobrimentos a realizar a 8 de dezembro, participei nesta prova que, ao contrário da última vez que nela participei (perto do quartel dos Bombeiros de Odivelas), teve início no Parque Multidesportivo Naide Gomes.

Tendo como tema 'edição Hollywood', ali apareceram muitos mascarados de personagens dos filmes 'hollywoodescos'.

Dia chuvoso, algum vento e, como não podia deixar de ser, algumas descidas e como quem desce também sobe, foi assim durante a prova mas nada que assustasse.

Estava na minha zona de conforto pois aquelas ruas conheço-as bem e foi com calma e algum esforço (isto já não é o que era) que terminei os 10km (9.830) em 1:01:36.

Agora que venha a meia!

fotos da prova do amigo Nuno Luis

14.11.19

A corrida e a mente*

A corrida são 30% físico e 70% mental

2003 - Meia Maratona Sevilha/Los Palácios.

Depois de uma longa viagem, cansado, aguardava o início da prova nos arredores de Sevilha. Prova com algumas subidas era já com sacrifício que me 'arrastava' nos km finais. Nunca pensei em desistir mas a moral estava em baixo. Ao longe ouço um barulho estranho, contagiante, o que seria aquilo? Remocei, acelerei e foi impressionante, na longa avenida onde finaliza a prova, os locais batiam com as tampas das panelas uma contra a outra. Esqueci-me do cansaço e acabei em beleza (1:31:08)

Já aqui contei que numa prova em Almourol, pensei desistir aos 18km, quis ver o Castelo, ganhei nova moral, vi o castelo e acabei a prova 13km depois.

2016 - Maratona de Lisboa

Partida em Cascais. No Cais-do-Sodré penso em desistir, mas tinha uma promessa a cumprir, queria dedicar essa maratona à minha sobrinha/afilhada que tinha falecido num acidente de viação. Cerrei os dentes e a força da mente e as minhas companheiras da 'aventura' levaram-me até ao fim.

Podia dar muitos mais exemplos, como um incentivo meu a um nosso companheiro em trilho, foi o suficiente para ele acabar comigo, quando pensava ele que já não aguentava mais.

As palmas e os incentivos que ouvimos dos familiares de outros companheiros, canalizamos para nós, ganhamos novo alento e a força da mente leva-nos até ao derradeiro km.

Quantos companheiros nossos vão para maratonas sem os km nas pernas necessários para tão grande esforço e só a força mental os leva até ao fim.

A força que nos faz desafiar perigos, que faz com que consigamos levantar uma pessoa com dois dedos (não é amigo Joaquim Adelino :) ) que faz com que debelemos certas doenças para que os sonhos se concretizem, essa é a nossa força mental.

Nem todos a têm, mas quem é forte, para quem tem um objetivo em vista, não há impossíveis. O possível está feito, o impossível demora mais um pouco.

Tu és a força que te move. Tu és especial, tu tens uma força mental forte e por isso ainda hoje continuas a palmilhar as estradas, esquecendo tudo o que passaste, as operações feitas.

Força Companheiro(a), a Meta é já ali

8.11.19

A corrida e a ansiedade*

Quem é que nunca teve uma noite mal dormida, o saber o que comer, o não acordar a horas, o chegar atrasado à prova?!

Por muitos anos que se participe em provas há sempre esta ansiedade. No meu caso é de adormecer e não acordar a tempo para me deslocar à prova, por isso essa noite é sempre mal dormida e já levo quase 30 anos disto.

Na prova que participei na Ponte Vasco da Gama, falou-se um pouco sobre isso. Houve quem me dissesse que nessas noites antes das provas, tome sempre um comprimido para dormir. Tomar pode-se tomar, o mal é se não acorda a tempo.

Outro fator é na hora da partida. As 'borboletas' no estômago começam a fazer efeito, as casas de banho estão sempre com fila, o tal café que tomou pouco antes está a fazer das suas, o olhar para o cronómetro é uma constante, se há WC pelo caminho e se vai conseguir acabar a prova ou não. Enfim uma panóplia de pensamentos, quase sempre negativos, atravessam a nossa mente e muitas vezes não há razão para tanta ansiedade.

Segundo o Prof. Creff: "A ansiedade, muito mais que o trabalho muscular, é susceptível de modificar o teor do açúcar no sangue e os desportistas que sofram de grande ansiedade, e nota-se que o seu número aumenta cada vez mais e consoante se vai atingindo a Alta Competição, não controlam muito bem as variações do seu tonus neuro-vegetativa, o que provoca uma grande secrecção e, em em certos indivíduos, até uma hipersecrecção de adrenalina, ocasionando um rápido desgaste das reservas energéticas"

Mas nós não somos atletas de alta competição. O nosso desafio é vencer os km que se avizinham e, para isso, há que manter a calma e serenidade.

O nosso objetivo é 'cortar' a Meta. Quando a ultrapassamos toda essa ansiedade deixou de ter razão de ser... Até à prova seguinte!

6.11.19

A corrida e o sal*

101km, Ronda. Um nosso companheiro acompanhado da mulher, aos 65 km começa a desfalecer. Estavam no meio do nada e no meio de tudo, mas ao corpo em desfalecimento faltava o essencial... Sal. O esforço tinha sido muito, o tempo quente, a sudação extrema e a falta de sanilidade no corpo fazia com que esse nosso companheiro estivesse a passar um mau bocado.

No meio do nada surge uma casa. Dirigiram-se para ela e pediram à pessoa que lá morava, sal. Claro que o sal foi acompanhado de água e as cores vieram a este nosso amigo.

Ultra Maratona Melides/Tróia. O desespero de um participante levou-o a beber água do mar.

Eu nos 50 km do TNLO. Tinha levado a minha garrafa com a minha 'limonada' (um litro e meio de água, um pouco de sal, sumo de meio limão e um pouco de açúcar ou mel) e lembrei-me que, durante o percurso para Óbidos, na conversa com a Analice, não a tinha bebido. Perto dos 25 km começou a dar-me cãibras e passei um mau bocado. Felizmente levava no meu camelbak essa mistura e acabei a prova.

"O sal está naturalmente presente em alguns alimentos, como a carne ou o peixe, mas também pode ser adicionado aos alimentos como fazemos na nossa cozinha.

O consumo de sal para uma pessoa saudável não deve ultrapassar as 5g diárias. Contudo, esta quantidade tem de ser aumentada quando um atleta enfrenta uma prova longa e com muito calor ou umidade. Em provas mais pequenas, não há a necessidade de reposição de sódio, a não ser que o atleta não ingira água suficiente.

O nosso organismo perde cerca de 0,5 a 2,9g de sal por cada litro de suor, que é nada mais, nada menos, que água salgada. No que respeita à desidratação, alguns estudos apontam para uma redução de 30% do rendimento físico quando há uma desidratação de 3%. Esta redução faz com que o atleta se sinta muito mais cansado numa prova com muito calor e, por vezes, associado a este sintoma surge a hiponatremia (redução drástica dos níveis de sódio no sangue)."

Daqui:

https://corrernacidade.com/sal-porque-e-que-e-tao-importante-para-507112

Depois de uma prova longa, deve-se comer com um pouco mais de sal para repor os níveis de salinidade no corpo... e é isso que faço.

Foto: "O Mundo da Corrida" - a acabar os 50 km UTNLO - 2012

5.11.19

A corrida e a vida sexual*

Como é óbvio, cada caso é um caso. Conheci um companheiro de corrida que, antes de uma prova, tinha que ter uma relação sexual. Outros bebiam um cálice de vinho do Porto, outros como eu (depois de muitos erros) bebia um 'abatanado' e comia um queque (não confundir com uma palavra parecida) e no geral dos corredores, melhora ou piora a vida sexual?

Numa sondagem efetuada em 1983 pelo "New York Times" junto de 1095 participantes na Maratona de New York, revelou que 47% dos maratonistas consideravam que a prática da corrida tinha melhorado a sua vida sexual, 35% eram de opinião contrária e os restantes 18% não tinham opinião formada sobre este aspeto.

Cinco anos mais tarde os de opinião favorável tinham subido para os 71%, os que que diziam que era negativo tinha descido para os 7%, e os restantes 32% eram da opinião que o resultado positivo era mínimo.

Mas isto é à boca das 'urnas' pois a realidade é bem diferente.

Num trabalho levado a efeito pelo Dr. Sidney Alexander, concluiu que o treino intensivo reduz o apetite sexual dos atletas, podendo, nas senhoras, chegar mesmo a uma perda quase total de interesse. Nos homens, tal redução poder-se-ia situar em cerca de 70%.

Num estudo feito pelo especialista Jim White à volta de 115 corredores, submetidos a oito semanas de treino regular de 'endurance' de 45' em ccl, aumentava o apetite sexual, num outro estudo quem treinava numa média semanal de 60km de ccl, a produção de hormonas masculinas reduziam e, perante isto, havia uma quebra de apetite sexual.

in Revista Spiridon (Mario Machado) nº 127 - Dezembro de 99

mais sobre este assunto:

https://www.ativo.com/fitness/noticiaso-fitness/relacao-entre-sexo-e-a-corrida/

Foto da net

4.11.19

A corrida e o divórcio*

Em 2017 por cada 100 casamentos, 64% acabavam em divórcio (em 2011 foram 74% e em 1960 divorciavam-se 1,1%). Como é óbvio, o divórcio pode ocorrer por várias razões e não por estar ligado à atividade física.

Quanto aos que praticam a corrida, há ou não, maior possibilidade do casal se divorciar? Há se só um deles pratica esse desporto, assim o diz um estudo divulgado pela "American Medical Joggers Association" em... 1999.

"Se o homem é atleta e a mulher não, a situação é, até certo ponto, "aceitável" nos primeiros anos mas, depois, os problemas podem surgir à medida que se vai avançando na idade e as diferenças dos níveis de forma se forem acentuando.

A psicóloga Dra. Liz Levy tem uma frase para expressar os princípios de um certo distanciamento: (...) Regra geral, costumo perguntar aos casais que me consultam como é vivido o seu domingo de manhã e quando algum dos cônjuges me diz que pratica a corrida sem a companhia do outro e que sai bem cedo da cama para ir correr, enquanto o companheiro ou companheira fica em casa... então é um dado importante para compreender certos distanciamentos.

(...) No caso de ser a mulher quem gosta de correr, o espaço que os leva à separação é muito mais arriscado, principalmente nas famílias de base latina. O homem terá dificuldade em compreender por que razão a sua companheira o deixa para ir correr. Mais grave, ainda, é quando a mulher é atleta activa, com forte vivência competitiva e o marido é um dos muitos cidadãos que leva uma vida sedentária. As contradições entre os dois podem acabar com a relação conjugal mais cedo do que se poderia pensar."

... E aí não vale de nada a racionalidade.

in Revista Spiridon (Mario Machado) - 1999

3.11.19

A corrida e os cães*

Sabemos que o cão é o melhor amigo do Homem, mas não é o melhor amigo do corredor.

Lembro-me quando um dia em treino para a maratona, no Olival Basto, sai um canzarrão dentro de uma viela, que se não fosse eu correr mais que ele não sei o que seria.

Nos treinos que fazia no areal da Costa da Caparica levava sempre um pau pois há por lá cães vadios em matilha.

3 de março de 1996 - Campeonato Distrital da Meia-Maratona do INATEL - Costa da Caparica

Já no retorno e não sabendo qual a minha posição dentro do escalão dos Vet.A, vinha na conversa com um companheiro quando, perto do Parque de Campismo, sai de lá um cão de grande porte pronto a morder-nos as canelas. Quando o vimos foi pernas para que te quero. Já não deu para falar mais. Pudera!

Ultrapassamos alguns companheiros que estavam mais perto de acabar do que nós.

Resultado, quando saíram as classificações estava lá: Mário Lima - 1º classificado.

Se dos que ultrapassamos algum era do meu escalão não o sei dizer, sei é que devido ao cão (ou talvez não), fui campeão.

tempo: 1:22:52 - 3'55''/km

2.11.19

A corrida e a saúde*

Em prova e nos anos que levo disto, já vi muitos casos onde houve necessidade de recorrer aos serviços médicos presentes para resolver situações graves.

Numa maratona vi um atleta que tinha perdido o 'norte'. Estava de tal maneira desnorteado que começou a correr em sentido contrário ao nosso, ia em 'contramão'.

Avisei os elementos que estavam a apoiar a prova, tentaram demovê-lo mas ele fez questão de continuar, colocaram-no no rumo certo e quando acabei a minha prova, tempos depois lá vinha ele aos 'esses' mas acabou.

Numa meia maratona um companheiro meu, ao entrar no autocarro do clube, vinha tão branco que tendo eu ali uma barra energética dei-lhe e era ver a cor a voltar-lhe ao rosto. Tantos casos de desmaios e até mortes ocorreram em provas.

Eu, como não sou diferente de ninguém, uma vez fui numa ambulância, Geira Romana 2010, lesionado, perdi-me no Gerês e, por duas vezes, fui parar ao hospital: trilhos de Almonda 2013 com desidratação extrema (o calor era tanto que chegava aos 44º) , e Mirante 2015 com espasmos musculares.

Ao primeiro sinal de perigo há que parar, exceto quando estas situações acontecem, quando não esperamos.

Podia ter desistido de correr, mas por aqui ainda continuo, o que não nos mata, torna-nos mais fortes... até um dia!


foto: João Martins - no Hospital de Torres Novas - Almonda

1.11.19

9ª Corrida do Sporting*

Nada melhor para comemorar o meu 1º dia sem nada fazer, do que fazer. E assim, hoje no Estádio de Alvalade dei corda aos sapatos e fiz os 10km (foram 10.340 no tempo de 1:01:28 ao ritmo de 5'57''/km)

Como a preparação ainda não é muita, claudiquei nas subidas dos túneis do Campo Grande e Pequeno e aos poucos fui perdendo 'gás'.

No entanto estou satisfeito com a minha prestação e deu para encontrar alguns amigos, como o Luís Almeida e a Henriqueta Solipa no início, e depois na prova, o Paulo Sousa, o Nelson Barreiros, o André Noronha, o Paulo Trindade e tantos outros que fazem parte deste grande grupo de amigos tanto na vida como no atletismo.

Terminei a prova com o Paulo Sousa que recuperou a diferença que tinha dele, assim como a Henriqueta e o Nelson, que me deixaram a 'milhas'.

Foi boa a festa pá... fiquei contente!

Agora será em dezembro, a Meia-Maratona de Lisboa. Haja pernas e vontade e será mais um desafio vencido!